terça-feira, 30 de novembro de 2010

O ESPÍRITO - REVOLUÇÃO OU ACOMODAÇÃO!


Olá galera como nas últimas terças colocarei aqui mais alguns trechos do livro “Nas Fronteiras da Loucura” de Divaldo pelo espírito Manoel Philomeno de Miranda. O normal e a insanidade juntos.


Cap. 12 – Despertamento em outra realidade -

“... As nossas providências de socorro não geram clima de privilégio, nem de protecionismo injustificável. Cada um respira a psicosfera que gera no campo mental. Todos somos as aspirações que cultivamos, os labores que produzimos. O Senhor recomendou-nos dar a quem pede, abrir a quem bate, facultar a quem busca, dentro das possibilidades de merecimento dos que recorrem ao auxílio. Como não somos servidores da violência, o nosso é o albergue da paz para aqueles que sintonizem com os métodos de esperança e da resignação com vistas ao trabalho renovador. Quando albergamos os nossos jovens, na condição de humildes cireneus, objetivamos ampará-los da agressão perniciosa das entidades vulgares, portadoras de sentimentos impermeáveis à compaixão e à misericórdia... Mercê de Deus, conseguimos a tentame. A cruz, porém, é intransferível, de cada qual. Podemos ajudar a diminuir-lhe o peso, não a transferi-la de ombros. “

Precisamos entender bem o texto acima, afinal o que é bater? Dar a quem pede? Muitos podem achar que devem bater realmente em uma porta, outros que devem ficar a pedir incessantemente. Na verdade essas palavras nos dizem para trabalhar, conquistar, fazer por onde. Não podemos ficar só nas preces, nas orações desmedidas como se elas fossem nos ajudar só pelo fato de orarmos. O orar é dever nosso diário, contudo se não trabalharmos nada acontecerá, unir nossas orações ao labor diário não só material, como espiritual, intelectual, afetivo, deve ser compromisso nosso para nosso melhoramento. Vamos receber conforme nossa ação física e mental. Cada um carrega o peso necessário e deve aprender como fazer, lidar e aceitar a condição em que está na sabedoria de que pode melhorar mediante a si próprio.

Cap. 13 – Experiências Novas

“... Se a pessoa não se volta, não se descerra para o bem, deixando-se permeabilizar, fica atrofiada nos sentimentos nobres, deambulando nas faixas inferiores, sem que os registros captem os apelos mais elevados que lhe chegam. Não esqueçamos do ensino sempre atual de Jesus: - Pedi e dar-se-vos-á... É necessário pedir, saber fazê-lo e esperar com receptividade.”

Esse trecho só para reforçar o que escrevemos acima. Não podemos nos fechar em revoltas, ódios, orgulhos, raiva, inveja, melancolia, tristeza, isso só vai contra nós. Precisamos nos abrir para outros caminhos de compaixão, indulgência, perdão ao outro a nós, tudo se faz em nós para nós com nós. E saber pedir, e esperar o tempo necessário, porque tudo vem no tempo que é para ser e não no tempo que achamos que deve ser... Aprender muito ainda.

No teatro aprendemos muito com nossas personagens porque elas estão envolvidas em conflitos que rompem para causar mudanças em suas vidas durante a história. As mudanças podem acontecer ou então ela se afunda mais na sua teimosia e não querendo mudar. Vivemos muitas histórias no palco e com certeza cada ator que se aprofunda em suas personagens acaba por mudar algo em sua vida real. Não há como não ficar mexido com as personalidades que vivemos em cada peça, refletir, ser tocado, o ator que passa por uma peça sem mudar algo, não foi um ator de verdade, apenas repetiu o texto e fez as ações, mas não sentiu, não tomou contato, não foi o outro. E quando somos o outro o sentido da vida muda, o ponto de vista muda, a cabeça gira, o espírito se renova... Isso é ser ator!!!


Álbum Alma Espírito!!!


Carla (Janaina) uma futura cantora é julgada por Flávio Cavalcanti, o que acontecerá a jovem?? Vejam em "Nós Somos Encantados" neste sábado às 20 horas!!!!


Flávio Cavalcanti (Lucas) e Airton (Jeferson) em mais um programa "Clube dos Artistas" em "Nós Somos Encantados"!!!


Hebe Camargo (Luciana) dentro do "Clube dos Artistas" em "Nós Somos Encantados"!!!
Airton Rodrigues (Jeferson), Celly Campelo (Patrícia) e Lolita Rodrigues (Fabiana) no "Clube dos Artistas" em "Nós Somos Encantados"!!!!






"Vídeo Arte" - Festival TV Tupi - "Jerônimo, O Herói do Sertão" novela apresentada em 1970!




"Vídeo Arte" - Christmas Festival - Melanie Thornton - "Wonderful Dream (Holidays are Coming)" - Sonho maravilhoso os feriados estão chegando - Dezembro desponta os dias correm a melhor época do ano acontece agora!!!!

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

CRÔNICA DA ALMA - SENSO DE CRITÉRIO!


Ler algumas notícias faz com que pensemos muitas coisas. Primeiro que há crise de critério sobre o que é arte. Tudo é arte? Aparentemente para muitos tudo que sobe ao palco é arte... Será? O que se busca dentro do desempenho teatral? Há uma democracia, uma diversidade, contudo dizer que isso é arte é outro ponto de vista. Democratizar, diversificar nem sempre cai na arte, pode ser tudo menos arte. Aí fica essa crise de critério, uns dizem que é, outros não, afinal o que fazer? O público escolhe aquilo que ele gosta... Entretanto qual é o critério da plateia para qualificar o que vê de arte, a grande maioria aceita como arte porque dizem que é, uma parcela torce o nariz, pois, julga o que vê sem estética artística nenhuma, e tem aqueles que gostam de tudo pouco importa a questão artística.
Realmente ter um critério sobre o que é teatro ou não hoje em dia está uma indefinição. Tudo pode ser teatro, qualquer encenação, qualquer apresentação podemos caracterizar como uma obra teatral. Pode ser na rua, na praça, no parque, em casa, em apartamento, em escritórios, nas estações de metrô, trem, nos shoppings, hoje mais do que nunca há uma diversificação de locais para o teatro se expor, principalmente os novos grupos, Cias, todos tem chance de mostrar a arte do teatro... Aí entram os críticos, os entendidos da cena teatral e tentam definir o que é arte ou não. Geralmente caem em uma discussão que não leva a nada, quando não acabam no falatório intelectual que não atinge nem o público e nem o artista, escrevem, escrevem e não chegam a lugar algum.
Esquecemos que quem decidi o que quer ver é o público independente de ser arte ou não, ele vai pelo que ouve, pelo ator, pelo que lê, ou simplesmente segue o outro. Formar uma consciência de teatro requer tempo ver muitas peças é um requisito, infelizmente limitado pelos preços cobrados nas bilheterias, assim criar uma cabeça de teatro dentro das novas gerações é difícil justamente porque uma pequena parcela de jovens pode gastar para ir ao teatro. Muitos jovens que entram em um curso de teatro sonham com fama fácil, contrato de 3 anos na televisão, mal sabem o que é teatro e nem querem saber na verdade, querem uma chance de estrelato. Mas claro que há os que querem estar no palco, entender aquilo que leram, viram, agora querem fazer, o teatro requer muita disciplina, concentração, empenho, repetição constante incansável, poucas almas estão dispostas a esse labor de arte. É nesse ponto que o teatro é arte porque ele foi estudado, entendido, há compreensão de onde podemos chegar com a ideia cênica.
Diversificar, democratizar é correto, contudo precisamos colocar certos limites caso contrário tudo vira teatro e passa a ser chamado de arte e há várias coisas que nem podemos chamar de arte quanto mais de teatro.
Se o critério sobre o que é arte está em crise, tomara que entre em entendimento brevemente ou então teremos que engolir muito lixo que poderá subir no palco e ainda fazer sucesso...
Nossa alma precisa ter critério sobre o que quer ver, ouvir, ler, entender, ela não pode aceitar tudo como arte, necessita colocar limites em seu gosto, descobrir o seu ponto de vista artístico e não ser uma alma que engole tudo como arte, não opina, não discute, não enxerga... É hora de enxergar, opinar, discutir para chegar a um critério de que é arte no teatro, olhar com olhos de alma artista que sabe olhar para a diversidade, sabe ser democrática, mas dentro desse quadro tenha um senso estético, artístico apurado ou pelo menos uma base para não deixar sua alma ser engolida por um sucesso fácil e sem limites...
A alma é um teatro com arte em suas encenações na vida, contudo no palco nem toda alma é arte...
Diversificar, democratizar, entretanto até onde poderemos ir??? Onde está o critério???



Álbum Alma Espírito!!!


Será que sempre é tudo doçura entre esse casal? Vejam em "Nós Somos Encantados"!!!
John (Victor) e Eva (Maria Creuza) um casal "Alô Doçura" em "Nós Somos Encantados"!!!!
Uma receita um tanto complicada... Vamos fazer??? "Nós Somos Encantados"!!!

Ofélia (Adriana) faz sua receita de pão no programa Revista Feminina com um ajudante trapalhão (Tiago). Em "Nós Somos Encantados"!!!




"Vídeo Arte" - Festival Tupi - "Simplesmente Maria" novela que foi ao ar em 1970 pela Tupi com Yoná Magalhães e Carlos Alberto!




"Vídeo Arte" - Christmas Festival - Bing Crosby - "White Christmas" - Natal Branco! Um clássico que não pode deixar de aparecer todo ano!

sexta-feira, 26 de novembro de 2010

ESPÍRITO EM CENA - TURBULÊNCIAS!!!


Semana que passou foi mais uma apresentação de “Nós Somos Encantados” no auditório Ilza Cintra dentro do Educandário Allan Kardec com um público bom mais do que esperávamos na verdade.
Um palco maior, espaço mais do que suficiente para todo elenco conseguir dar conta, mas o que não aconteceu, foi uma apresentação cheia de falhas, tropeços de todos, afobação na hora de troca de roupa, para se maquiar, iluminação ruim, ainda queimou algumas lâmpadas, essa apresentação foi cheia de turbulências.
Tentamos fazer um ensaio bem antes assim todos nós chegamos às 13 horas para arrumar tudo e ensaiar, contudo houve o problema com iluminação, voltagem, etc... Precisei chamar um amigo para tentar ajudar e assim eu fiquei com ele na tentativa de solucionar a questão de luz enquanto isso o ensaio no palco corria solto, mas sem eu poder ver totalmente o que ocorria, o tempo passava, até que resolvemos algumas coisas sobre a luz, parei o ensaio porque percebi que não funcionava e dei um tempo para todos fazerem os preparativos finais de suas personagens.
Na loucura toda nem deu tempo de fazer um aquecimento, o público chegava e nós nos últimos momentos, fizemos nossa prece e com um pouco de atraso iniciamos a apresentação com o telão com imagens e fotos da Tupi um momento em que o público ficou tocado e teve reações, bom início.
As primeiras cenas ocorreram normalmente, só que notei que havia uma agitação do elenco, uma aflição, algumas marcações do elenco sumiram, o andamento não era normal. Muita correria para se trocar de roupa, cadeiras em lugar errado, um espaço maior, mas que parecia pequeno para as turbulências de todo elenco. Eu cheguei a dar alguns toques para diminuírem a pressa, se trocarem com cuidado, contudo percebi que nem me ouviram, e assim foi até que em dado momento sou avisado que o terceiro cd de músicas desapareceu, ou seja, toda última parte da peça ficou sem trilha sonora. Precisei sair de cena para ver o que aconteceu, e nada do cd, claro que fiquei muito nervoso na hora, não sabia que rumo tomar, voltei ao palco tive que improvisar para avisar aos atores que as músicas que ainda teríamos que apresentar não aconteceriam, fui para a coxia, respirei fundo, pensei em até parar a apresentação, mas aí seria um desrespeito ao público, resolvi seguir adiante, respirei fundo de novo, e me vesti para a próxima personagem, nem sabia onde estava, as cenas sem música ficaram horríveis, entrei em cena novamente e segui com apresentação até o final.
Do estado de nervoso, passei a da chateação que penso ser bem pior, estava chateado demais comigo, com o elenco, com tudo, muitas falhas para uma única apresentação. O público aplaudiu ao término, me desculpei pelas falhas contei sobre sumiço do cd porque eles perceberam que as músicas pararam, mas a plateia é sempre generosa conosco e tudo acabou bem.
Com tudo isso aprendi muito, primeiro nunca mais ensaiar em dia de apresentações, isso definitivamente não, a não ser passar uma cena ou outra que são necessárias. Ter uma equipe de som e luz pronta, acabar com esse negócio de colocar todo mundo para encenar, a partir de agora sempre haverá pessoas só para cuidarem dessa parte técnica. E não trabalhar com elenco grande no palco, próximas peças muitas mudanças.
Acredito que nada ocorre em vão essa apresentação fiasco foi para nós vermos como ainda precisamos nos aperfeiçoar muito, saber dividir o trabalho e ao mesmo tempo ter trabalho em equipe, um time bem treinado para fazer as jogadas certas. Como se diz por aí não adianta chorar sobre o molhado, acho que deve estar errado porque eu não sou bom em ditados populares, hehehe, agora é seguir com o espetáculo, contudo farei algumas mudanças para as próximas apresentações serem melhores, tudo tem uma finalidade mesmo os erros ainda bem, com jeito tudo se resolve, a coisa é saber segurar tudo quando as coisas começam a dar errado, acho que pelo menos isso consegui segurar a onda, lógico que não escondi o que sentia afinal qualquer diretor, ator ficaria muito chateado com tantas falhas, é superar, aprender, dar novas diretrizes e espetáculo para frente.
Muitas pessoas devem pensar que louco é esse cara contar sobre uma apresentação tão mal fadada, outros esconderiam isso do público. Eu prefiro ser honesto com minha plateia para que todos saibam que eu falho, que o elenco falha que muitas coisas acontecem nos bastidores, por que mascarar? Pelo contrário jogo aberto é o melhor tipo de relacionamento que devemos ter com o nosso público e depois tudo passa e todos precisam saber que somos humanos, imperfeitos e em estágio de aprendizado. Peça para frente porque muito ainda temos para comer e crescer em todos os sentidos, o elenco está no mesmo estágio, todos aprendizes, não há melhores nem piores, somos luzes pequenas dentro da ribalta da vida!!!

SOM & FÚRIA!!!

Álbum Alma Espírito!!!


Antônio Marcos (Victor) canta no programa Revista Feminina em "Nós Somos Encantados"

Irmã Sorriso, melhor Irmã Rosa (Amanda) e a mensagem do dia no Revista Feminina em "Nós Somos Encantados" neste sábado às 19 horas!!!


Maria Tereza Greogori (Patrícia) e Doutora Ângela (Fabiana) no programa Revista Feminina em "Nós Somos Encantados"!


Repórter Esso no ar! Notícias do Brasil e do mundo em "Nós Somos Encantados"! Neste sábado às 19 horas!




"Vídeo Arte" - Festival Tupi - "Mais Cor em Sua Vida" - programa que iniciou as transmissões em cores pela Rede Tupi de Televisão em 31 de março de 1972! Walter Forster e Cidinha Campos foram os apresentadores.


"Vídeo Arte" - Mariah Carey - "All I Want For Christmas Is You" - Tudo que eu quero para o Natal é você!!! O melhor do Natal são as pessoas!!!

quinta-feira, 25 de novembro de 2010

ALMA CULTURA - TV DE 80!!!


Hoje vamos falar um pouco sobre televisão, mais precisamente sobre as boas audiências em cima de clássicos da década de 80. Isso mesmo os grandes fenômenos do momento são duas novelas que foram ao ar na década de 80 pela Rede Globo e voltaram esse ano com força total. Por que será que a audiência está a responder bem para algo que já viu?
O primeiro sucesso é o remake da novela “TITITI” que na verdade foi ao ar em 1985, já comentei sobre ela quando estreou em julho deste ano, a obra de Cassiano Gabus Mendes ganhou toda uma roupagem nova sem perder a essência. Maria Adelaide Amaral consegue a cada capítulo imprimir as cores que Cassiano colocava em suas novelas.
Passados mais de cem capítulos o resultado é mais do que eu poderia esperar, esse remake supera o original sem deixá-lo esquecido, mas a versão 2010 de “TITITI” é simplesmente um ar em nossa dramaturgia tão insossa hoje em dia. Cada capítulo ações, diálogos inteligentes, engraçados, interpretações que surpreendem, as reviravoltas acontecem a cada momento deixando todos nós ligados na trama.
E o genial de Maria Adelaide Amaral é que ela escreve de uma maneira gostosa, leve, mesmo pegando pesado em alguns dramas, tudo tem leveza, assim era Cassiano que fazia suas novelas com 70 por cento de humor e 30 de drama e como funcionava, e o mesmo ocorre agora. E quando vejo algumas cenas parece que faço uma viagem no tempo, há cenas que lembram exatamente os anos 80 pela maneira da direção, interpretação e o texto, sinto que estou vendo uma novela de Cassiano, mesmo repaginada “TITITI” não perdeu a alma de seu autor.
As tramas estão excelentes, todos os atores têm espaço dentro da novela coisa rara hoje em dia, mais com certeza o grande destaque é para Claudia Raia que faz a mulher tarja preta Jacqueline Maldonado, uma descompassada como muitos a chamam na novela, cada cena sua é um delírio de interpretação e de humor, impossível não rir, mesmo quando ela encara um drama pela frente, tudo fica louco, ela é o colorido da novela, sem falar em Alexandre Borges com seu excelente Jacques Leclair, Murílio Benício que consegue dar verdade a Victor Valentim, e muitos outros, destaque para Regina Braga com uma ótima construção de Cecília, e em especial ao Chico personagem de Rodrigo Lopez, uma interpretação segura e muito engraçada. A novela é um grande sucesso novamente como foi em 85 e ficará no ar até março de 2011. Ainda voltarei a falar dela!
O outro sucesso é uma reprise no Canal Viva que reprisa antigos sucessos da TV desde outubro o canal a cabo começou a passar a novela “Vale Tudo” que foi ao ar em 1988 e fez um tremendo sucesso ao colocar em discussão a corrupção e a situação do país naquela época. Por incrível que pareça a reprise às 0045 tem deixado muita gente acordada para acompanhar a história de Raquel (Regina Duarte), Maria de Fátima (Glória Pires) e Ivan (Antônio Fagundes) a novela é sucesso de novo e ainda repassa o capítulo ao meio dia no dia seguinte.
Engraçado ver os atores desta novela mais novos, as cenas da época, os carros, as roupas, as gírias, os cenários, o texto, tudo é impagável e os mais jovens estão curtindo ao ver a exibição da novela, afinal foi uma época muito diferente, eram outros tempos, outros ideais, mas o que se percebe que a discussão da novela continua atual, corrupção, desmandos, pouco caso, isso infelizmente não mudou, talvez seja um dos motivos do sucesso nos dias de hoje.
É uma grande nostalgia a novela escrita por Gilberto Braga, Aguinaldo Silva e Leonor Bassères marcou uma geração e ainda consegue mexer com todas as gerações. Texto bom, direção segura de Denis Carvalho, o grande marco também foi ao final da trama quando os autores matam uma das vilãs da história Odete Roitman vivida por Beatriz Segall que até hoje é lembrada e agora por causa da reprise ganha destaque novamente, e todos ficam a se perguntar quem matou pelos 12 capítulos finais.
A novela mexeu com muitas situações colocou em debate o país e deixou várias personagens na lembrança de todos. A reprise está sendo na íntegra sem cortes até a marcação do número dos capítulos está indo ao ar. E a audiência do canal a cabo subiu com “Vale Tudo” e olha que nem é um remake é original.
Respondendo a pergunta que fiz acima, talvez a audiência queira algo com mais texto, com melhores interpretações, histórias elaboradas, personagens mais profundos que tenham algo a contar, ou seja, o público quer qualidade e tanto o remake de “TITITI” como a reprise de “Vale Tudo” mostram muita qualidade na televisão, tomara que os executivos percebam isso e comecem a estruturar melhor a programação de nossas emissoras. Se a década de 80 estoura em audiência há algo errado com o modelo dos dias atuais. Pensem!!!



Álbum Alma Espírito!!!!


Esposa? Madrasta? Caixa de Sapataria? Cigana? Matar a Sirigaita? Saiba o que é tudo isso em "Nós Somos Encantados"!


Amália (Maria Creuza) de Portugal chegou!!! "Nós Somos Encantados"

Beto Rockfeller encontra Nino, o Italianinho (Tiago) em "Nós Somos Encantados"!!!


Beto Rockfeller (Mário) junto com Antônio Maria (Victor ) e Heloísa (Adriana) um conquistador barato!!!




"Vídeo Arte" - Festival Tupi - "Clube dos Artistas" em 1976 - Airton Rodrigues e Lolita Rodrigues e seus convidados!



"Vídeo Arte" - Christmas Festival - "Sleigh Ride" - Passeio de trenó - Isso seria ótimo muita neve, um trenó e muita alegria!!!!

quarta-feira, 24 de novembro de 2010

ESPÍRITO DA ALMA - DESCOMPASSO!


Cena 01 – (Palco vazio, apenas um canhão do fundo do palco lança sua luz para a plateia. Música “Hopeful Green” começa a tocar. Entra pela direita um homem usando roupa social, terno, gravata, sapatos e carrega na sua mão uma pasta executiva. Vai até o centro do palco fica contra à luz e vira-se de perfil para o lado direito do palco. Ele coloca a pasta no chão à sua direita. Olha diretamente para o lado direito do palco, cabeça reta. Do lado esquerdo entra uma mulher usando roupa de executiva, terno, saia, sapatos, lenço no pescoço, carrega uma pasta feminina em uma de suas mãos. Vai até o centro do palco e fica contra à luz, vira-se de perfil para o lado esquerdo do palco e fica de costas para o homem, coloca sua pasta no chão à sua esquerda. Olha diretamente para o lado esquerdo do palco, cabeça reta. Os dois respiram profundamente e suspiram. )

Miguel – Chegou tarde. (Começa a se despir. Tira o relógio e coloca no chão.)
Luisa – Trânsito. (Começa a se despir. Tira o relógio e coloca no chão.)
Miguel – Sei. (Tira o paletó coloca no chão.)
Luisa – E você chegou cedo? (Tira o terno e coloca no chão.)
Miguel – Quase agora. (Tira a gravata e coloca no chão.)
Luisa – Tempo ruim. (Tira o lenço e coloca no chão.)
Miguel – Péssimo. (Tira a camisa e coloca no chão.)
Luisa – Trouxe o jantar? (Tira a blusa e coloca no chão.)
Miguel – Não e você? (Tira os sapatos e deixa no chão.)
Luisa – Nem lembrei. (Tira os sapatos e deixa no chão.)
Miguel – Sem fome. (Tira as meias, deixa ao lado dos sapatos.)
Luisa – Não almocei. (Tira as meias, deixa ao lado dos sapatos.)
Miguel – Paguei a conta do telefone. (Tira a calça, coloca no chão.)
Luisa – Esqueci o celular na empresa. (Tira a saia, coloca no chão.)
Miguel – Vai sair? (Ameaça tirar a cueca, mas para.)
Luisa – Não. Vou ler. (Ameaça tirar o sutiã, mas para.)
(Os dois se viram e ficam um de frente para o outro. Olhos nos olhos.)
Miguel – Quem é você?
Luisa – Quem é você?
Miguel – Sou Miguel seu marido.
Luisa – Sou Luisa sua mulher. (Os dois se olham passam as mãos pelos braços um do outro. Mas param. Olham-se de novo.)
Miguel – Onde estamos?
Luisa – Em algum lugar de nossas vidas.
Miguel – Como queria estar...
Luisa – Completa a frase... Vai...
Miguel – Não posso... Mas queria...
Luisa – Onde eu estou?
Miguel – Onde escolheu ficar...
Luisa – Escolhi? Talvez...
Miguel – Escolheu pelo amor...
Luisa – Amor? Onde fica esse território?
Miguel – Até pouco tempo atrás ficava bem aqui...
Luisa – Será?
Miguel – Talvez não... Talvez...
Luisa – Esteja em outro lugar...
Miguel – Sua boca...
Luisa – Seu peito... (Os dois se abraçam com prazer. Passam as mãos pelos seus corpos. E ficam juntos.)
Miguel – Só isso nos basta?
Luisa – Foi o que sobrou?
Miguel – Não sei... Qual nosso limite?
Luisa – Até o fim do prazer?
Miguel – Prazer tem fim?
Luisa – Nós temos fim?
Miguel – Teu corpo, tua boca, tua alma... (A abraça com mais força sente Luisa em suas mãos.)
Luisa – Teu corpo, teu peito, tua alma... (O abraça com mais força sente Miguel em suas mãos.)
Miguel – O que nos tornamos?
Luisa – Corpos?
Miguel – Prazer?
Luisa – Infinito?
Miguel – Finito... (Ele desvencilha-se dela e vira de costas.)
Luisa – Amor nada... (Ela vira-se de costas para ele.)
Miguel – Tenho textos para digitar. (Ele começa a colocar a roupa. Coloca a calça.)
Luisa – Vou tomar um banho. (Ela começa a colocar a roupa. Coloca a saia.)
Miguel – Quero um copo de água. (Ele coloca as meias.)
Luisa – Não se esquece de ver a rachadura no banheiro. (Ela coloca as meias.)
Miguel – Precisamos de açúcar. (Ele coloca os sapatos.)
Luisa – Preciso comprar um vestido novo. (Ela coloca os sapatos.)
Miguel – Quero empinar uma pipa. ( Ele coloca a camisa.)
Luisa – Quero brincar com minha Barbie. (Ela coloca a blusa.)
Miguel – Para onde me leva o vento? (Ele coloca a gravata.)
Luisa – Onde está meu caminho? (Ela coloca o lenço.)
Miguel – Vejo fragmentos do amor. (Ele coloca o paletó.)
Luisa – O amor se fragmenta? (Ela coloca o terno.)
Miguel – Se perde no tempo... (Ele coloca o relógio.)
Luisa – Ouço ruídos... (Ela coloca o relógio.)
Miguel – É o coração... (Pega a pasta do chão.)
Luisa – Que dói... (Pega a pasta do chão.)
(Os dois saem de cena juntos. Miguel pela direita e Luisa pela esquerda. Sem se olharem. Música baixa. Canhão de luz apaga.)

FIM

Álbum Alma Espírito!!!

Antônio Maria (Victor) no meio, defende Heloísa (Adriana) de Heitor (Bruno) em "Nós Somos Encantados" muitas emoções neste sábado às 19 horas!!!

E uma grande revelação acontece... Qual?? Vejam em "Nós Somos Encantados" neste sábado às 19 horas!

Acreditem são mãe e filho abraçados!!! Tudo acontece em "Nós Somos Encantados"!

Toda uma família em desgraça!!!! Natália (Amanda), Isaura (Fabiana), Amilton (Jeferson) e Dom Elíseo (Bruno) em "Nós Somos Encantados" neste sábado às 19 horas!



"Vídeo Arte" - Festival Tupi - "O Machão" - Abertura da novela apresentada em 1974!



"Vídeo Arte" - Christmas Festival - "I´m Dreaming of a White Christmas" - Sonho com um Natal Branco! Queremos na verdade um Natal colorido!!!

terça-feira, 23 de novembro de 2010

O ESPÍRITO - UMA CHANCE PARA A MORTE!


Olá galera hoje vamos colocar mais um trecho do livro “Nas Fronteiras da Loucura” que fala sobre o desencarne e os efeitos das drogas!

Capítulo 11 – Efeitos Das Drogas
“A lamentação e os impropérios, que a ausência de segurança religiosa, a par da angústia enlouquecedora e da revolta, promovendo cenas que poderiam ser evitadas, produzem, no espírito recém liberto, maior soma de desconforto, porquanto, atravessando momentos de alta sensibilidade psíquica, automática vinculação ao corpo sem vida e a família, as atitudes referidas transformam-se em chuvas de fagulhas comburentes que os atingem, ferindo-os ou dando-lhes a sensação de ácidos que os corroem por dentro. Nominalmente chamados, desejam atender, sem poder fazê-lo, experimentando as dores que os vergastam, adicionadas pelos desesperos morais que os dominam. A misericórdia divina fá-los adormecer, naqueles primeiros períodos, em tentativas de pô-los a repousar, o que dificilmente conseguem, em face dos apelos exagerados dos familiares. E quando logram adormecer, não raro, porque não souberam dignificar os tesouros da vida com a conseqüente preparação para a viagem inadiável, estando com a mente em desalinho pelo choque da desencarnação, debatem-se em pesadelos afligentes, que são liberação de imagens perturbadoras das zonas profundas do inconsciente... As Drogas liberam componentes tóxicos que impregnam as delicadas engrenagens do perispírito, atingindo-o por largo tempo. Muitas vezes, esse modelador de formas imprime nas futuras organizações fisiológicas lesões e mutilações que são o resultado dos tóxicos de que se encharcou em existência pregressa. De ação prolongada, a dependência que gera, desarticula o discernimento e interrompe os comandos do centro da vontade, tornando os seus usuários verdadeiros farrapos humanos, que abdicam de tudo por uma dose, até a consumpção total, que prossegue, entretanto, depois da morte... Além de facilitar obsessões cruéis, atingem os mecanismos da memória, bloqueando os seus arquivos e se imiscuem nas sinapses cerebrais, respondendo por danos irreparáveis. A seu turno, o espírito regista as suas emanações, através da organização perispiritual, dementando-se sob sua ação corrosiva. Quando isto ocorre, somente através de futuras reencarnações consegue restabelecer, a contributo de dores acerbas e alucinações demoradas, o equilíbrio que malbaratou.”

Tudo mundo tem medo da morte, contudo o problema não é a morte em si, mas como iremos chegar do outro lado, em que condições nos encontraremos assim que deixarmos o corpo. Isso vai depender de nós mesmos, de nosso tipo de vida na Terra, de nossa aceitação da partida e dos parentes ajudarem com preces sem aflições exageradas para que o espírito consiga chegar do outro lado bem. Nós precisamos nos acostumar com essa ideia de morrer, pois é natural, a partir daí começar a analisar nossa vida para ver como estamos a construir nossa história e que conseqüência poderá haver quando deixarmos o corpo. Se os familiares ficarem aflitos, com choro de desespero isso abalará o espírito que muitas vezes acaba por ficar na Terra porque nós o prendemos pela nossa dor. A morte é inevitável, assim necessitamos trabalhar com essa fatalidade, que alguém sempre irá primeiro, porque isso é da natureza, não temos como controlar. A saudade. A dor, o choro são normais quando no limite certo, um parte e nossa vida continua, passamos pelo momento da separação, entretanto é andar para frente, porque ele continua sua vida do outro lado e nós aqui, não podemos parar os dois lados por caprichos sentimentais exagerados.
Com relação as drogas a morte é bem difícil porque é um suicídio indireto, o espírito acaba por se matar ao ingerir, cheirar, picar a droga em si mesmo e esse ato vicioso gerará reações múltiplas em noutras vidas geralmente afetando o físico e como espírito no plano espiritual também sofrerá de alguma forma a ação de seus atos.
Somos arquitetos de nossa morte estaremos bem ou mal mediante ao nosso sentimento, comportamento, e aceitação da hora que chega. Todo dia ensaiamos para o desencarne ao dormir quando o espírito sai do corpo e vai para o espaço, treinamos para morte e como espíritos eternos “morremos” muitas vezes...

Álbum Alma Espírito!!!

Ana, a freira que faz caridade.... "Nós Somos Encantados" muitas surpresas neste sábado às 19 horas!!!


Rosa, a cigana com seu romance secreto... "Nós Somos Encantados"!

Ana e Rosa, freira e cigana... Quem é ela afinal... Luciana em transformação!!! "Nós Somos Encantados" - neste sábado mais uma apresentação!!!




"Vídeo Arte" - Festival TV Tupi - "O Machão" novela que foi ao ar em 1974 em cena Antônio Fagundes no papel principal!



"Vídeo Arte" - Christmas Festival - Christmas Songs Remix - Músicas para um Natal bem badalado!!!

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

CRÔNICA DA ALMA - VONTADES ALÉM DO BEM...


Nós seres humanos somos todos cheios de vontades! Mas será que temos ideia das reais vontades que se escondem em nosso coração? Será que todas as vontades que proclamamos são verdadeiras ou somente “são” por interesses...?
Afinal quais são nossas vontades para nós, para a vida, para o outro, para o planeta, para o universo? Temos vontades que abrangem o coletivo ou totalmente egoístas? Será que sabemos lidar com nossas vontades?
Há dias que temos vontades de realizar muitas coisas, em outros a vontade é de ficarmos quietos sem ouvir ninguém falar, sem ver o mundo, sem querer discutir ou planejar.
Há outros dias que a vontade pode ser de querer tudo fazer ao mesmo tempo, talvez culpa por termos ficado um dia na vontade do nada, mas não era essa então nossa vontade, por que a culpa? Veja como somos complicados! Nossas vontades em certas ocasiões nos deixam culpados, contudo não deveria ser assim, afinal é um desejo nosso, vamos encarar que assim somos que há vontades em nós de todos os tipos e precisamos trabalhar com elas sem sentir culpa com essas vontades que vivem em nossa alma.
Vontade de quietude como escrevi acima, vontade de gritar, vontade de comer o dia inteiro sem se importar com peso, com o físico, vontade de assistir tv sem ligar para o quê, ler o que der na cabeça, dançar sozinho, cantar, sair correndo ou simplesmente vontade de olhar o mar por horas e esquecer o mundo à sua volta, só ouvir as ondas irem e virem constantemente, e nem ficar muito no pensar, só ouvir e estar consigo mesmo, há momentos que essa vontade com certeza surge para todos. Isso não é egoísmo, é proteção, um momento em que nossa alma precisa ouvir nosso espírito, ou mesmo, saber que ele existe, está lá.
Vontade de mudar radicalmente tudo, deixar tudo que fazemos agora e começar outros projetos, deixar de ser a pele de camaleão que usamos neste instante e transformar a cor que somos. Vontade de esquecer todos que estão a sua volta e procurar novas almas que possam interagir melhor em nosso mundo, em novo mundo, porém essas almas existem? Há vontades que só ficam na fantasia, contudo se houver uma vontade forte com certeza poderemos realizá-la, mas qual é essa fantasia que a vontade produz em nossas mentes? Ela é lícita ou ilícita? Há vontades que podem nos levar ao topo e há vontades que podem nos levar ao inferno... Inferno existe? Sim o nosso interior que nos consumimos até queimarmos todos os nossos sentimentos... Há vontades e vontades!!!
Se pudéssemos falar de nossas vontades abertamente com certeza muitos não ficariam ao nosso lado por nos achar loucos, desestruturados, entretanto ninguém pode negar que todos sem exceção temos vontades que para muitos são escabrosas, pervertidas, sem senso... Ainda guardamos um lado negro nosso que em algumas ocasiões pode vir à tona e provocar um terremoto, um furacão, e mudar vidas inteiramente...
Ah vontades, no fundo que bom que elas existem que elas estão em nossa vida, que fazem parte da nossa alma, vontades ditas normais, vontades escusas, vontades por vontades, afinal as vontades nos levam algum lugar, elas nos guiam, elas nos fazem, as vontades são mais fortes do que pensamos, saber lidar com elas é estar em um nível de compreensão de nós mesmos além do que estamos hoje...
Qual nossa vontade hoje??? Ou Vontades??? Não negue, elas existem, sejam de que teor forem elas fazem parte de nós...
Nossas vontades nos levam... Para onde??? ............


Álbum Alma Espírito!!!

O primeiro beijo da telenovela brasileira "Sua Vida Me Pertence" em "Nós Somos Encantados" ontem em mais uma apresentação!

As beatas em ação!!! "Nós Somos Encantados" Ontem em nossa apresentação!




"Vídeo Arte" - Festival TV Tupi - "Mulheres De Areia" - Abertura Original de 1973!



"Vídeo Arte" - Christmas Festival - Spice Girls - "Christmas Wrapping" - Embrulho de Natal - Qual será nosso embrulho? Ou seremos o embrulho???

sexta-feira, 19 de novembro de 2010

ESPÍRITO EM CENA - EM PLENO VOO!!!


E lá fomos nós para nossa segunda apresentação no último sábado! Chegamos no Oxalaça por volta das três e meia e só entramos às 16 horas quando abriu, logo montamos nosso cenário, o espaço é um pouco menor do que o Sepej, pois, não é palco, apresentamos diretamente no chão e há duas pilastras entre nós e o público, nossas cenas foram feitas no meio desse quadro. Mas teatro é assim mesmo nos adaptamos em qualquer lugar e o espetáculo acontece.
Fizemos um ensaio até onde conseguimos chegamos até a cena 10, repassamos alguns detalhes e nos arrumamos para a apresentação que começaria às 20 horas. Arara, biombo, roupas, muitas roupas, cabides, acessórios de cenas, muitos aliás, e o tumultuo de todo elenco para fazer tudo, uma romaria até tudo está em ordem e conseguir que todos fiquem concentrados.
O público beirou entre 40 a 50 pessoas na plateia, como precisamos esperar todos chegarem começamos a peça na verdade às 20:30 e foi de uma vez, com erros, derrapadas, correria, na parte técnica de trocas de roupas, acessórios, entrada e saída de todos foi bem melhor que na primeira apresentação, todos se ajudaram mais. Em questão de entrosamento de todos nesta apresentação foi bem melhor.
O público reagiu em alguns momentos, esta peça pelo menos até agora não é de causar gargalhadas, a não ser pela da Jacqueline que foi tirar as fotos, contudo quase morreu de tanto rir de algumas cenas. Tirando isso a plateia deu algumas risadas, mas reparei que todos acompanham o enredo há um interesse, e acho que mesmo um estranhamento até eles se acostumarem com o ritmo da peça que não para em nenhum momento, muitas personagens, muitas trocas, várias histórias e o elenco todo em uma loucura só!
Na média foi uma boa apresentação, fizemos tudo em uma hora e 55 minutos, terminamos era 22:25. Há com certeza algumas coisas para resolver ainda, arrumar algumas cenas que aparentemente estavam boas, porém a interpretação de alguns atores precisa ganhar algumas correções, cortar ou mudar posições e atitudes que estão exageradas ou perderam a graça. A peça vai ganhando corpo e mudanças em todas as apresentações, o que percebo é que nossa Cia trabalha muito com o momento, com a hora, assim algumas cenas saem sempre diferentes até em marcação, entretanto precisamos não perder o foco e derrapar de vez nessas situações, todo cuidado é pouco para que o espetáculo não perca seu objetivo e força.
No domingo fizemos ensaio pela manhã e tentamos corrigir algumas cenas. Mas eu ainda preciso no próximo ensaio mudar coisas que eu não estou gostando em algumas cenas. Afinal tudo tem um limite o que passa estraga e suja a arte cênica.
Agora neste domingo vamos estar no auditório Ilza Cintra dentro do Educandário Allan Kardec, nossa apresentação é às 18, mas vamos ensaiar antes às 13 horas para colocar tudo em ordem. É mais uma aventura!!!!
Nesta semana nossa peça foi divulgada por alguns sites com matéria preparada pela Anna Munhoz nossa assessora através da Ás Comunicações. Os sites
www.overmundo.com.br; www.minhanoticia.ig.com.br; www.guiadoator.com.br; www.eunanet.net; www.pingado.terra.com.br; estão divulgando nossa peça e além dos sites www.obaoba.com.br e www.sampaonline.com.br que também estão distribuindo ingressos. E ainda uma entrevista que dei por telefone para a Rádio Cultura A.M e que deverá ir ao ar hoje. É o espetáculo tem ganhado campo, só espero que todos entendam o objetivo e nossa proposta teatral.
Um de nossos objetivos como Cia de teatro não é sermos estrelas do palco como muitos devem pensar, mas criar um campo mais amplo para divulgar nosso trabalho, e isso vem acontecendo de forma natural, as pessoas chegam e nos ajudam, afinal a parte financeira para tudo é complicado, as pessoas que estão acreditando em nossos projetos vem nos dando apoio e só podemos agradecer a todos que apostam em nossos projetos. E o elenco que dirijo sabe que ninguém está aqui para ser estrela, mais que o outro, e nem rivais temos por aí, pelo contrário cada Cia de teatro tem seu objetivo, proposta de trabalho e todos nós devemos nos respeitar e ajudar um ao outro quando possível.
Galera é continuar, mais apresentações até dia 18 de dezembro, acessem nosso site
www.ciadeartesalmaespirito.com.br e vejam os locais de apresentações e horários e nos sigam no twitter @almaespirito!!!


SOM & FÚRIA!!!!




Álbum Alma Espírito!!!


José (Mário), Geny (Luciana) e Natália (Amanda) traição é perdoada? Vejam em O Julgamento de João Ninguém dentro de "Nós Somos Encantados"!!!


Wilson (Mário) e Tereza (Maria Creuza) o que é melhor, fugir, casar ou morrer??? Saibam em "Nós Somos Encantados"




"Vídeo Arte" - Festival TV Tupi - "Mulheres de Areia" novela apresentada entre 1973 e 1974 cenas raras!



"Vídeo Arte" - Christmas Festival - "It´s Beginning To Look A Lot Like Christmas" by Johnny Mathis - Está Começando a parecer muito como o Natal - Em toda parte o Natal está despontando!!! Luzes, árvores, espírito de Natal no ar!!!

quinta-feira, 18 de novembro de 2010

ALMA CULTURA - COELHO OUSADO!!!

"Nós Somos Encantados" vejam matérias nesses sites: www.overmundo.com.br - agenda; www.minhanoticia.ig.com.br -cultura; www.guiadoator.com.br - em cartaz - matérias realizadas por Anna Munhoz nossa assessora de imprensa!


O teatro nos proporciona muitas experiências. E uma das experiências é justamente experimentar novos formatos, narrar a peça da maneira que quisermos, criar elementos, brincar com o inesperado, surpreender a nós mesmos e ao público, simplesmente apresentar algo que deixe todos a pensar e esse pensar pode ser sobre tópicos normais, com uma história que no palco tem uma linearidade, ou não, depende da nossa proposta. E nesse aspecto o caminho que tomamos nem sempre cai no popular, no comercial fácil, mas vai por vias que desconstroem tudo o que parece certo e comum no palco.
A Cia. dos Outros com a peça “Corra Como Um Coelho” faz exatamente isso, vai por lados experimentais, de pesquisa, modifica a forma de falar para a plateia, tudo muito ousado e surpreendente.
A Cia é integrada por 4 atores: Fernanda Camargo, Carolina Bianchi, Tomás Decina e Pedro Cameron fazem parte desse grupo que explora os clichês da vida corriqueira e jogam no palco misturados com outros ingredientes tirados de diversas fontes. Este processo de pesquisa e formato do trabalho pôde ser visto até o último domingo no Tusp.
Na entrada o público se depara com um cenário de uma casa clássica, sala, um jardim de inverno, e um pequeno hall ao fundo do palco com uma poltrona e um personagem lendo jornal, o qual não mostra a cara o espetáculo todo. No chão está deitada de bruços Carolina Bianchi estendida como um tapete. Enquanto o público entra lá estão eles a personagem lendo jornal e a garota deitada ao chão sem se mexer. Esse jogo cênico já faz com que toda a plateia fique curiosa, afinal o que representa tudo isso?
Após todos entrarem, alguns segundos e entram em cena pela lateral esquerda, Tomás Decina e Pedro Cameron, rindo, bêbados caindo no chão, vestidos como homens do campo, há toda uma expressão corporal de ambos que praticamente dançam no palco. Aos poucos a garota estendida no chão começa a se mover, levanta e faz caras e bocas, Carolina consegue fazer com seu corpo atue e tenha atitudes só com expressões faciais e com o mexer do corpo, e aos poucos ele começa a contar seus relatos divididos pelos dias da semana começa a dizer: Segunda Feira e passa a narrar uma coluna social de que fez com amigos, festas, namorado, etc e conjuntamente tudo isso se mistura com Pedro e Tomás em cena e vários jogos teatrais, truques, farsas são apresentadas ao público.
O uso do corpo é excelente, há momentos que parece uma dança contemporânea bem realizada, as músicas são variadas, destaque para Pedro Cameron ao dublar “Copacabana” cena que vira uma disco e Carolina e Tomás entram juntos para fazer com Pedro um clip teatral muito divertido.
Mas afinal qual é a história? Ela não tem começo, meio ou fim, ela simplesmente acontece em vários quadros onde tudo é permitido dentro do jogo cênico, os atores dão tudo de si dentro dessa experiência ousada, onde o público ri de muitas cenas, porém todos compreenderam a piada, o subtexto, a linguagem??? Isso não é fácil saber porque saímos da peça com mil sugestões do que realmente vimos. Talvez toda resposta esteja na personagem ao fundo que lê o jornal sem parar e não decifra seu rosto. As notícias que ela lê acontecem na frente com os atores, ou seja, loucuras, dramas, comédias, suspense, intriga, coluna social é o que Carolina Bianchi tem como texto constante, morte e vida em um corre corre onde as conseqüências não são medidas, é a vida!
Inusitada, ousada e surpreendente, uma das melhores peças que vi nos últimos tempos. Em uma hora de espetáculo tudo é tão intrigante e ao mesmo tempo sedutor que não conseguimos tirar o olhar dos atores e de tudo que fazem em cena, estupendo, merece os prêmios que recebeu e a temporada que realizou durante o ano. A temporada está encerrada, mas com certeza merece voltar a cena paulistana urgentemente, um pouco de ar no teatro sempre faz bem!!!
Corra Como Um Coelho é nossa vida!!!




"Vídeo Arte" - Cenas de "Corra Como Um Coelho"




"Vídeo Arte" - Cia. dos Outros - "Corra Como Um Coelho"!!!

Álbum Alma Espírito!!!
Bárbara (Patrícia) vem da casa de Bernarda Alba, o que ela quer??? Mais mistério em "Nós Somos Encantados" neste domingo às 18 horas!!! Vejam o nosso site para ver horários e locais de todas nossas apresentações!!! www.ciadeartesalmaespirito.com.br e sigam no twitter: @almaespirito Estamos no ar galera!!!

Rogério (Alexandre) é um homem atormentado pela culpa, o que ele fez??? Veja em "Nós Somos Encantados" neste domingo às 18 horas!




"Vídeo Arte" - Festival TV Tupi - "Mulheres de Areia" - Cenas de uma das novelas de maior sucesso da emissora escrita pela genial Ivani Ribeiro!!!




"Vídeo Arte" - Christmas Festival - "Jingle Bell Rock" O badalar do sino é demais!!! Som Natalino que nos acorda a alma!!!!




"Vídeo Arte" - "Nós Somos Encantados" - apresentação no último sábado no Oxalaça!!!

quarta-feira, 17 de novembro de 2010

ESPÍRITO DA ALMA - DESPERTAR DE UMA LUZ...

A luz da outra casa

Luigi Pirandello
Foi numa tarde de domingo, ao voltar de um longo passeio.Tulio Buti alugara aquele quarto havia dois meses apenas. A dona da casa, Senhora Nini, boa velhota à antiga, e a filha, solteirona, desiludida, não o viam nunca. Ele costumava sair de casa, todos os dias, de manhã cedo, e só voltava à noite, a horas mortas. Sabiam que era funcionário do Ministério de Graça e Justiça; sabiam também que era advogado. Mais nada.O quarto, pequeno e estreito, modestamente mobiliado, não conservava nenhum vestígio seu, como se ele, de propósito, quisesse aí permanecer ignorado, como num quarto de hotel. Uma caixa de madeira para a roupa branca; um armário para os ternos; mas nas paredes, sobre os outros móveis, nada; nem um estojo, nem um livro, nem um retrato; nada, nem nunca, sobre alguma cadeira, uma peça de roupa branca esquecida, um colete, uma gravata, nada enfim que pudesse confirmar a sua existência naquela casa.Mãe e filha temiam que ele aí não permanecesse muito tempo. Fora tão difícil alugar aquele quarto! Vieram vê-lo muitos, mas ninguém o quis. Realmente, não era muito cômodo, nem muito alegre. Tinha só uma janela, que dava para uma ruazinha estreita, privada, e da qual não recebia luz nem ar, devido à casa fronteira, que o impedia.Mãe e filha estudavam e preparavam atenções e cuidados para prender o inquilino tão almejado: "Faremos isto... diremos isto..." — e mais isto e mais aquilo; sobretudo a filha, Clotildinha... Quantas delicadezas, quantas finezas! Tudo, porém, desinteressadamente, sem malícia, sem segundas intenções... Mas como, se ele não aparecia nunca? Se acaso o vissem, compreenderiam logo quanto era infundado o seu receio. Aquele quartinho triste, escuro, tapado pela casa fronteira, condizia bem com o temperamento do inquilino.Tulio Buti andava sempre sozinho, sem mesmo os dois companheiros dos solitários mais equívocos: a bengala e o cigarro. Com as mãos enterradas nos bolsos do capote de ombros encolhidos, taciturno, dir-se-ia que incubasse o ódio mais profundo contra a vida.Na repartição não trocava nem uma palavra com os seus colegas, os quais hesitavam entre os dois apelidos que lhe enquadrassem melhor: urso ou coruja.Ainda ninguém o vira entrar, à tarde, num café; em compensação, muitos o tinham visto evitar, à pressa, as ruas mais freqüentadas e iluminadas, para mergulhar na sombra das longas alamedas, direitas e solitárias, dos arrabaldes distantes, afastando-se dos muros, toda vez que encontrava o círculo de luz que os faróis projetam sobre a calçada. Nem um gesto involuntário, nem mesmo a mínima contração dos músculos da face, nem um movimento dos olhos ou dos lábios traíam nunca os pensamentos em que parecia absorto, o secreto pesar em que se fechava. Mas deste secreto pesar e dos lúgubres pensamentos que se lhe aninhavam no cérebro estava toda impregnada a sua fisionomia. A devastação, que eles deviam produzir naquela alma, estava flagrante na fixidez espasmódica dos olhos claros, agudos, na lividez do rosto desfigurado, nos precoces fios grisalhos da barba crespa e desleixada.Tulio Buti não escrevia nem recebia cartas; não lia jornais; não parava nem se virava para ver o que quer que acontecesse pela rua e que atraísse a alheia curiosidade, e, se .alguma vez a chuva o colhia de improviso, continuava caminhando, no mesmo passo, como se nada tivesse acontecido.Por que insistisse em viver desse modo, era o que ninguém sabia... Nem ele mesmo, talvez. Vivia... Nem sequer suspeitava que fosse possível viver de modo diverso, ou então, que, vivendo-se diversamente, se poderia diminuir o peso da tristeza e do tédio. Não tivera infância; não fora moço. As cenas selvagens a que assistira, no lar, desde os mais tenros anos, motivadas pela brutalidade e pela tirania feroz do pai, lhe haviam crestado no espírito todos os germes de vida. Morta a mãe, vítima de atrozes sevícias do marido, a família se dispersara: uma irmã entrou para o convento, um irmão fugiu para a, América, ele também fugira e, errante, graças a incríveis sacrifícios, tinha conseguido alcançar a posição que hoje ocupava.Agora, não sofria mais. Parecia que sofresse; mas até o sentimento da dor se obliterara nele. Parecia que estivesse absorto sempre em pensamento; engano; já nem sequer pensava. O espírito ficara-lhe como que suspenso numa espécie de atônita obscuridade, que só lhe permitia perceber um quê de amargo na garganta. À noite, passeando pelas ruas solitárias, contava, mentalmente, os lampiões; mais nada; ou olhava para a sua sombra ou escutava o som dos seus passos, ou, alguma vez, parava diante dos jardins das vilas, a contemplar os ciprestes mudos e fechados como ele, mais noturnos do que a própria noite.Naquele domingo, cansado do longo passeio pela rua Ápia antiga, e contra os seus hábitos, decidiu recolher-se. Era ainda cedo para a ceia. Ficaria esperando, no quarto, que o dia acabasse de morrer. Para as Nini, mãe e filha, foi uma surpresa bastante agradável. Clotildinha até bateu as mãos de contente. Quais dos muitos cuidados e atenções estudados e preparados, quais das muitas finezas e distinções particulares, dispensar-lhe em primeiro lugar? A mãe e a filha confabularam, e de repente, Clotildinha firmou um pé e bateu com a mão na testa. Ó, santo Deus, antes de tudo, a luz! Era preciso levar-lhe o lampião, o melhor, o que estava guardado de propósito, que tinha umas papoulas pintadas na porcelana, e era de globo esmerilhado. Acendeu-o, e foi bater discretamente à porta do inquilino. Tremia tanto, de emoção, que o globo, oscilando, batia no tubo, que ameaçava esfumaçar-se.

— Com licença? O lampião...

— Não, muito obrigado — respondeu Buti, do outro lado.

— Eu saio já.

A solteirona fez uma careta, e, de olhos abaixados, como se o inquilino a estivesse vendo, insistiu:

— Tenho-o aqui... É para não deixá-lo no escuro...

Buti, porém, repetiu secamente:

— Não, muito obrigado.
Estava sentado no pequeno canapé, em frente à mesa, e escancarava os olhos na sombra que, a pouco e pouco, se ia adensando no quartinho, enquanto nos vidros da janela tristemente desmaiava o último reflexo do crepúsculo.Quanto tempo esteve assim, inerte, com os olhos escancarados, sem pensar, sem perceber as trevas que já o tinham envolvido?De repente, os seus olhos viram. Olhou em torno de si, espantado. O quarto se havia, realmente, iluminado, de improviso; como se um sopro misterioso o tivesse enchido de um brando lume discreto.Que era? Que acontecera?Isto: a luz da outra casa. Acendera-se, na casa fronteira, um lampião. Era o hálito de uma vida exterior que vinha desfazer as trevas, o vácuo, o deserto de sua existência... Ficou, longo tempo, contemplando aquele clarão, como se fosse efeito de magia; e uma angústia intensa lhe apertou a garganta, ao notar com que suave carícia ele se pousava sobre o seu leito, sobre a parede, e sobre as suas mãos pálidas abandonadas sobre a mesa. Surgiu-lhe no meio daquela angústia, a lembrança do seu lar destruído, da sua infância oprimida, de sua mãe; foi como se a luz de uma alvorada, de uma alvorada distante, expirasse na noite do seu espírito. Ergueu-se, foi à janela e, furtivamente, por trás dos vidros, olhou para a casa fronteira, para a janela de onde lhe vinha aquele raio de luz.Viu uma família pequena reunida em torno da mesa de jantar: três meninos, o pai, que estava sentado, e a mãe, que, ainda de pé, os estava servindo, e procurando — segundo o que ele deduzia dos movimentos — refrear a impaciência dos dois maiores, que brandiam a colher e se sacudiam na cadeira. O último esticava o pescoço, agitava a cabecinha loira: evidentemente, lhe haviam amarrado com muita força o guardanapo; mas se a mãe se apressasse em servir-lhe a sopa, ele não mais se queixaria daquele nó muito forte. Era isso mesmo. Com que voracidade começou a comer! Enfiava a colher inteira na boca... E o pai, através do fumo que se erguia do seu prato, ria. Agora, a mãe também se havia sentado ao lado deles, ali mesmo, em frente.... Tulio Buti tentou recuar, instintivamente, vendo que ela, ao sentar-se, erguera os olhos para a janela; mas lembrou-se de que, estando no escuro, não podia ser visto, e continuou a assistir à ceia daquela pequena família, esquecendo-se prontamente da sua.Desse dia em diante, todas as tardes, saindo da repartição, ao invés de se dirigir para os seus habituais passeios solitários, enveredava pelo caminho da sua casa; esperou, todas as tardes, que as trevas do seu quarto se desfizessem, suavemente, sob a luz da outra casa, e aí ficou, atrás dos vidros, como um mendigo, a saborear, com angústia infinita, aquela doce e amorável intimidade, de que os outros gozavam e de que ele, em criança, numa ou noutra rara tarde de paz, gozara também, quando a mãe... a sua mãe... como aquela... E chorava. Sim. A luz da outra casa operou este prodígio. A obscuridade atônita em que seu espírito permanecera suspenso durante tantos anos, se dissolveu sob o influxo daquela luz suave. Entretanto, Tulio Buti não pensou em todas as suposições estranhas que a sua atitude devia fazer nascer na dona da casa e na filha. Por mais duas vezes, Clotildinha tentara oferecer-lhe o lampião. Tivesse, ao menos, acendido a vela! Não, nem isso. Porventura, sentia-se mal? 0usara perguntar-lhe Clotildinha, com voz meiga, na segunda vez que lhe fora bater à porta. Ele lhe havia respondido:— Não; estou bem assim...Mas, santo Deus! Não precisava, realmente, de luz... Clotildinha espiava pelo buraco da fechadura e vira, maravilhada, no quarto do inquilino, a luz difusa da outra casa, exatamente da casa da família Masci, e, o que é pior, vira-o a ele, por trás dos vidros da janela preocupado em contemplar a casa da família Masci... E Clotildinha correra toda sobressaltada, a anunciar à mãe a grande descoberta:— Ele está enamorado de Margarida! de Margarida Masci!Poucos dias depois, uma tarde, enquanto estava a contemplar, Tulio Buti viu, com surpresa, naquela sala fronteira, onde a pequena família habitualmente — (naquela tarde faltava o pai) — se reunia ao jantar, viu entrar a velhinha, sua dona de casa, e a filha, que foram acolhidas como amigas de longa data.Num dado instante, Tulio Buti recuou, de um salto, ansioso, perturbado. A mãezinha e os três pequenos tinham erguido os olhos, na direção da sua janela. Sem dúvida, aquelas duas estavam falando dele. E agora? Agora, talvez tudo estivesse acabado! Na tarde seguinte, aquela mãezinha ou o marido, sabendo que no quartinho em frente havia um homem que, misteriosamente, os espiava, na escuridão, fechariam as janelas; e assim daí por diante, não lhe viria mais aquela luz de que vivia, aquela luz que era o seu gozo inocente, o seu consolo...Mas não foi o que aconteceu. Naquela mesma noite, assim que a luz da outra casa se apagou, e ele, chumbado na treva, depois de ter esperado ainda um pouco que a família se recolhesse, foi abrir cautamente a janela para renovar o ar, viu que a janela de lá estava também aberta, viu, pouco depois (e, mesmo no escuro, teve um estremecimento de espanto), viu assomar àquela janela a mulher, talvez curiosa de tudo quanto lhe haviam contado dele as Nini, mãe e filha.Aquelas duas casas muito altas, que abriam, tão perto um do outro, os olhos das suas janelas, não deixavam ver, em cima, a faixa clara do céu, nem, embaixo, a faixa escura da terra, fechada numa das extremidades por um portão; não deixavam penetrar jamais nem um raio de sol, nem um raio de lua. Ela, portanto, não podia ter assomado à janela senão por causa dele e, naturalmente, porque percebera que ele também se achava debruçado na sua janela apagada. Na escuridão, mal se podiam distinguir. Ele, porém, sabia, desde algum tempo, que ela era formosa; já lhe conhecia todo o encanto dos seus movimentos, os lampejos dos seus olhos pretos, os sorrisos dos seus lábios vermelhos... Antes de tudo, porém, naquela primeira vez, devido à surpresa que o revolvia todo e lhe tolhia a respiração, num frêmito de inquietude, ele teve pena; foi preciso fazer um esforço violento sobre si mesmo para não recuar, para esperar que ela se retirasse antes dele. Aquele sonho de paz, de amor, de suave e doce intimidade, que ele imaginara reinar sobre aquela pequena família, e de que ele também, por reflexo, tinha até gozado, ss desmanchava todo, se aquela mulher às escondidas, no escuro, vinha à janela por causa de um estranho... Mas este estranho não era ele? E antes de se retirar, antes de fechar a vidraça, ela lhe sussurrou:

— Boa-noite!

Que coisas haviam fantasiado a seu respeito as duas mulheres que o hospedavam, e que excitaram e acenderam tanto a curiosidade daquela mulher? Que atração estranha, poderosa, operava sobre ela o mistério daquela sua vida enclausurada, se desde a primeira vez ela,deixando de lado os seus filhinhos, viera a ele, como que para fazer-lhe companhia? Sim, um em frente ao outro, ainda que ambos tivessem evitado olhar-se e tivessem quase fingido, reciprocamente, que estavam à janela sem nenhuma intenção, ambos, sim, ambos — ele estava certo disso — tinham vibrado pelo mesmo frêmito de expectativa, ignorada, espantados da atração que, tão de perto, os envolvia no escuro. Quando, muito tarde, ele fechou a janela, teve a certeza de que, na tarde seguinte, depois de apagada a luz, ela voltaria por causa dele. E foi, de fato, assim. Daí por diante, Tulio Buti não esperou mais no seu quarto a luz da outra casa; ao contrário esperou com impaciência que a luz se apagasse. A paixão do amor, ainda não experimentada, irrompeu, devoradora, tremenda, no coração daquele homem que estivera por tantos anos fora da vida, e investiu, absorveu, arrastou, como num turbilhão, aquela mulher.No mesmo dia em que ele se retirou do quartinho da casa das Nini, explodiu como uma bomba a notícia de que a senhora do terceiro andar, ao lado, a Masci, tinha abandonado o marido e os três filhos. Ficou vazio o quartinho que hospedara, durante quase quatro meses, ao Buti; ficou apagada, por algumas semanas, a sala da frente, onde a pequena família costumava reunir-se à hora do jantar. Depois, acendeu-se de novo a luz sobre aquela mesa triste em torno da qual um pai apalermado pela desgraça contemplava os rostos espantados de três crianças, que não ousavam volver os olhos para a porta, por onde a mãe costumava entrar, todas as noites, com a sopeira fumegante. Aquela luz reacendida sobre a mesa triste tornou, então, a clarear suavemente o quartinho fronteiro, vazio.Lembraram-se dela, alguns meses após a sua cruel loucura, Tulio Buti e a amante? Uma noite as Nini, espantadas, viram aparecer, diante delas, desfigurado e convulso, o seu estranho inquilino. Que queria, o quarto, se ainda estivesse desalugado! Não, não para si, não para morar! mas poder ficar aí, todas as tardes, uma hora apenas, às escondidas! Ah, por piedade, por piedade daquela pobre mãe que desejava rever, de longe, sem ser vista, os seus filhinhos! Tomariam todas as precauções necessárias; se fosse preciso, se mascarariam; aproveitariam, todas as tardes, o momento em que não houvesse ninguém pelas escadas; ele pagaria o dobro, o triplo, pelo aluguel, só para aquele minuto breve...

— Não.

As Nini não quiseram consentir. Apenas enquanto o quartinho estivesse desalugado, consentiram que algumas vezes, muito raras...— oh, mas pelo amor de Deus! com a condição de que ninguém os descobrisse!...algumas raras vezes...Na tarde seguinte, eles vieram, como dois ladrões. Entraram, quase cambaleando, no quartinho às escuras, e esperaram, e esperaram que ele alvorecesse de novo sob a luz da outra casa.Dessa luz deviam viver eles, assim, de longe.E a luz apareceu! Tulio Buti, a princípio, não pôde suportá-la. Como lhe pareceu gelada agora, ríspida, cruel, espectral, criminosa! Ela, porém, com os soluços que lhe borbulhavam na garganta, teve sede daquela luz, bebeu-a de um hausto, precipitou-se para os vidros da janela, apertando o lenço contra a boca. Os seus filhinhos... os seus filhinhos... os seus filhinhos estavam lá... à mesa, inocentes... Ele correu a ampará-la nos braços, e ambos ficaram ali, estreitamente unidos, como que pregados, espiando.




Entrem nos links seguintes e leiam sobre "Nós Somos Encantados" : www.overmundo.com.br - agenda; www.minhanoticia.ig.com.br - cultura; www.guiadoator.com.br - em cartaz. Matérias realizadas por Anna Munhoz nossa assessora de imprensa!

Álbum Alma Espírito!!!

Heitor (Lucas) um homem perdido, angustiado, por que? "Nós Somos Encantados" neste domingo às 18 horas no Auditório Ilza Cintra vejam no nosso site o endereço: www.ciadeartesalmaespirito.com.br e nos sigam no twitter @almaespirito.


Áurea (Janaina) outra mulher misteriosa, o que ela faz a noite??? Em "Nós Somos Encantados" neste domingo às 18 horas!!!!



"Vídeo Arte" - Festival TV Tupi - "Mulheres de Areia" em cena Ruth e Raquel (Eva Wilma) cenas raras e em uma época que não havia muitos efeitos!


"Vídeo Arte" - Christmas Festival - "Christmas Morning" - Manhã de Natal - Toda manhã de Natal é magica, há algo no ar, um despertar diferente...