sexta-feira, 18 de dezembro de 2009

ESPÍRITO É CULTURA - ALMA NO ESPÍRITO!

“As Notas” exigiu mais de nós como atores para construirmos as personagens.
Primeiro fizemos um trabalho de leitura durante semanas para entendermos a história e ver o que era necessário ser mudado.
As primeiras leituras são brancas, ou seja, normais sem ninguém colocar voz ou interpretar, é ler como lemos um jornal, livro.
Conforme as leituras acontecem o diretor tem uma idéia de qual ator pode fazer tal personagem e faz uma escalação. Ao mesmo tempo cada ator ficou incumbido de anotar os sentimentos de sua personagem em cada cena, suas intenções, o que a cena pedia
Então quando todos fazem o estudo dos sentimentos das suas personagens, discutimos para analisar se chegamos a entender a personagem, nesse momento diretor e autor do texto geralmente participam e no nosso caso como sou o diretor e também o autor de vários de nossos textos, a minha participação é obrigatória nas discussões, assim que chegamos a um consenso geral sobre os sentimentos que devem ser anotados no texto de cada ator, começamos a ler colocando os sentimentos da personagem em nossa leitura. E assim começamos a construção de nossas personagens.
Fazemos vários exercícios enfocando as personagens.
O ator precisa conhecer a alma de sua personagem e integrá-la em sua alma, é uma fusão, uma troca quando o ator empresta seus sentimentos que podem ser similares para a personagem, e um contraste enorme quando esses sentimentos e intenções são totalmente diferentes entre ator e personagem.
O ator necessita entender a natureza da personagem, sua história, sua intenção na peça, e isso é um estudo profundo que vai além do texto, tem que entender as entre linhas, imaginar o que ele foi antes da história e o que poderá ser ao final.
É criar e viver uma outra personalidade e a cada ensaio, exercício entrar mais em sua alma, e doar sua alma para ela, é acreditar na personagem integralmente e não ter vergonha de fazer nada que ela fará em cena.
Despojar-se de todo preconceito, dúvida, medo, vergonha e ser a personagem em sua totalidade. É uma busca do outro que em muitos casos acabamos por descobrir a nós mesmos e nos surpreendemos com os nossos próprios sentimentos. É uma viagem!
E não fazemos isso somente com o drama, mas com a comédia também é necessário os mesmos passos ou outros.
Seja qual for o tipo de peça ela pede muito do ator para que saia um trabalho bom e de interpretação convincente. É estudo, concentração e disciplina.
E durante todos os ensaios vamos descobrindo muitas nuances das nossas personagens e a construção vai se firmando, em alguns casos podemos chegar a estreia sem sua finalização, ela só se completa nas apresentações.
Ser ator é suar muito!
Isso foi apenas uma simples explicação de como funciona o processo de construção da personagem, lógico que há muitos outros modos, teorias e como atores precisamos experimentar com qual nos damos melhores e conseguimos efetivamente ser a personagem!


“O teatro contém em si os mistérios, as angústias, as fantasias, a descida aos infernos e, sobretudo, a mais profunda descida ao interior do próprio homem. Creio no teatro. Por isso, sou um homem de teatro”. Louis Jouvet.


Álbum Cia. de Artes Monteiro Lobato!!!
Nós mesmos fazemos nosso final!!! Qual será??? Estamos idealizando-o desde já...
Quem está se destruindo? Quem ficará para contar a história??? Duelo de sentimentos!
O que cada um traz em seu interior? Do que está cheio o nosso coração?

Um momento de confronto, qual alma sobreviverá aos sentimentos expostos???


"Vídeo Arte" - Mcfly - "Santa Claus Is Coming to Town" - Papai Noel está vindo para a cidade! - É ele está chegando!!! Os dias estão passando e o Natal está em nossa porta!


"Vídeo Arte" - Rascal Flatts - "I´ll Be Home for Christmas" - Eu estarei em casa para o Natal!!! Esperamos todos estar!!!!


"Vídeo Arte" - Polar Express - "When Cristmas Comes To Town" - Quando o Natal Vem Para a Cidade - Tudo se transforma, o Natal cria outra vida, outras luzes!!! Esperanças!

Um comentário:

Bruno Cavalcanti disse...

Vejam, e não é que eu finalmente voltei a aparecer nas fotos? Houve um momento até em que eu cheguei a duvidar de ter feito esta apresentação. Algo quase Nelson Rodrigues, mas ainda assim com uma queda freudiana incrível.
De qualquer modo, "As Notas" foi uma produção interessante, difícil, divertida e estressante, assim como todo bom trabalho. Acredito que estes sejam as 4 bases para um bom trabalho: interesse, dificuldade, diversão e estresse, que nos leva a um único ponto: o trabalho árduo! É doce morrer no mar (parafraseando Caymmi), mas é mais doce ainda chegar à praia e caminhar na orla.
Particularmente a maior dificuldade (minha, evidentemente) foi a montagem da personagem. Rossini é extremamente diferente do Clóvis (apesar de, em cena, eu ter sentido pouquíssima diferença). Um é mentor, o outro obsessor. Um é do bem, o outro é do mal. Um é Yng, outro é Yang (é isso mesmo?). O Clóvis foi mais fácil de montar porque pude imprimir um gingado nele (apesar de não dever), já no Rossini, o gingado deveria sumir (na realidade não deveria, mas achei que deveria então sumiu). Ambos eram diferentes mas com os papéis invertidos pelo ator... não, não gosto dessa palavra. Não sou ator... vamos trocar: pelo interprete. Pronto! Acho que atores são os outros da CIA, que realmente tem essa vocação ,tem esse talento, conseguem imprimir mais verdade em suas personagens. Eu interpreto, pronto. Voltando... "As Notas" é um drama, mas confesso que tive menos problemas em fazer "As Notas" (quem dá as notas? O refrão?) do que "Rascunhos". Não sei bem porquê, mas Clóvis não me deu tanta liberdade quanto o Rossini, por incrível que pareça. Tive mais liberdade num drama onde o texto estava minimétricamente pensado e feito para que eu falasse exatamente do modo como estava escrito, cada vírgula, cada frase, palavra... tudo métricamente preparado; Enquanto no "Rascunhos" tudo estava pronto também, mas com abertura para cacos, coisas que eu quisesse falar, me expressar do modo que achasse mais interessante, desde que não fugisse do tema. De qualquer maneira achei que "As Notas" me dava uma liberdade maior. Mas uma coisa está decidido na minha cabeça: CHEGA DE ESPÍRITOS! Dois seguidos está de ótimo tamanho! Não que eu não queira mais fazer espíritos, mas acho interessante dar um tempo, até não entrar naquela coisa esteriotipada... de qualquer maneira, conto com o coração sempre muito generoso do nosso diretos haushuahsuas.
Anyway, escrevi demais não foi? De qualquer maneira, "As Notas" foi um trabalho árduo, estressante, com vários problemas, mas com uma recompensa ótima. Adorei nossa estréia. Nossa melhor apresentação e minha melhor performance (por incrível que pareça) foi na estréia. Uma coisa mais segura, nada tão lamentável quanto as minhas outras duas apresentações. Terríveis, desastrosas. Mas agora aguardaremos acontecimentos. Eis que entramos em férias e o ano que vem nos reservará muitas surpresas, tenho certeza.

good night, people. Adios.