quinta-feira, 16 de setembro de 2010

ALMA CULTURA - TV TUPI - 60 ANOS!

No próximo sábado nossa televisão brasileira chega aos 60 anos de vida. Tudo começou em 18 de setembro de 1950 com a TV Tupi, na época PRF- Canal 03 TV Tupi Difusora fundada por Assis Chateaubriand, um pioneiro na comunicação. Com estúdios montados no Sumaré em São Paulo onde ficava a Cidade do Rádio que abrigava as rádios Tupi e Difusora, a então TV Tupi começa sua vida com tudo transmitido ao vivo, em preto e branco e com muita garra e vontade de todos os envolvidos.
Todos grandes pioneiros que acreditaram em um sonho e colocaram em ação o que parecia impossível a primeira emissora de televisão do país. A grande maioria dos técnicos, atores, diretores, autores vieram das rádios, todos aprenderam como lidar com o novo meio de comunicação na raça, pouco se entendia de televisão, apenas alguns técnicos haviam ido aos Estados Unidos fazer estágio em emissoras de lá. O resto foi tudo criatividade e muita invenção de todos que apostaram na TV Tupi como uma revolução no meio das comunicações.
Na inauguração logo de cara uma das câmeras quebrou, mas não intimidou ninguém, alguém propôs de adiar a transmissão, contudo conseguiram solucionar o problema e com duas câmeras foi inaugurada a TV Tupi em São Paulo. Com shows musicais, mini peças de teatro, discursos, hino da televisão brasileira, e com danças, assim foi o primeiro programa chamado “TV Na Taba”. A década de 50 foi marcada pelos programas ao vivo e dentro da programação da Tupi o que ganhou mais força foram os teleteatros especialmente o TV de Vanguarda e o TV de Comédia que se revezavam nas noites de domingo com peças transmitidas ao vivo dos estúdios do Sumaré com importantes nomes do teatro como Fernanda Montenegro, Berta Zemel, Elias Gleizer, Sérgio Galvão, Dina Sfat, Cacilda Becker, Aracy Balabanian, Lima Duarte, José Parisi, Hélio Souto, e outros. As peças eram transmitidas na íntegra e chegavam às vezes a ter mais de duas horas de duração. Na mesma década as novelas começaram a dar sinal de via, eram transmitidas duas ou três vezes por semana e com número de capítulos curtos, no máximo de 25. A primeira foi “Sua Vida Me Pertence” com o tão famoso primeiro beijo entre Walter Foster e Vida Alves. As séries começaram a despontar e uma das principais foi “Alô Doçura” com John Herbert e Eva Wilma que ficou no ar por 10 anos escrita e dirigida por Cassiano Gabus Mendes que também era o diretor artístico da Tupi e um dos maiores criadores de programas que a televisão brasileira já teve, além de autor de novelas consagrado entre as décadas de 70 e 90 então na TV Globo.
Ainda na década de 50 estreou a primeira versão do “Sítio do Picapau Amarelo” obra de Monteiro Lobato adaptada por Tatiana Belink e direção/produção de Júlio Gouveia que ficou no ar de 1952 a 1963 encantando toda uma geração. “O Falcão Negro” foi outra série com José Parisi que marcou época com a juventude dos anos 50. E a Tupi transmitia concertos musicais, futebol, programas femininos e telejornais tudo ao vivo e com somente dois estúdios para trabalhar. Havia muito empenho, união e todos ficavam praticamente o dia todo na televisão porque ensaiavam, participavam de vários programas e muitos ainda dividiam o trabalho na Tupi com o da rádio e mais o teatro e não pareciam nunca se cansar.
Na década de 60 uma novidade chega o vídeo tape, agora podia-se gravar os programas e evitar os erros ao vivo que eram comuns e engraçados. Aos poucos foram se adaptando ao novo método de fazer TV, tudo passa a ser gravado, a Tupi resisti até 1962, mas como as suas concorrentes passam a usar o vídeo tape com freqüência e sua maior rival a TV Excelsior começa a gravar novelas diárias derrubando a sua audiência, a Tupi passa a ter sua programação em vídeo tape, os teleteatros, os programas começam a ganhar novo tom com a gravação, para muitos perdeu-se a espontaneidade, para outros ganhou-se em qualidade e assim a televisão brasileira toma novos rumos.
A década de 60 marca o início das novelas diárias primeiro na TV Excelsior que consegue a liderança rapidamente com equipamentos modernos, um elenco de primeira e atores consagrados, inicialmente as novelas eram todas adaptadas de histórias mexicanas ou argentinas patrocinadas por marcas de sabonetes, a Tupi para não perder mais audiência investe nas novelas em vídeo e consegue recuperar a audiência, seus grandes sucessos são: “O Direito De Nascer”, “Alma Cigana”, “Antônio Maria”, “Nino, O Italianinho” e a grande virada das novelas acontece com “Beto Rockfeller” novela moderna, atual para época escrita por Bráulio Pedroso com argumento e ideia de Cassiano Gabus Mendes e direção de Lima Duarte. A novela é um grande sucesso com Luiz Gustavo no papel título, a partir daí as novelas na Tupi e nas suas concorrentes ganham novos caminhos buscam na realidade brasileira o tema de suas histórias. Contudo é nessa mesma década que a Tupi começa enfrentar suas primeiras crises financeiras e dificuldades de audiência, Assis fica doente no início dos anos 60 e a administração da emissora começa a ficar capenga dificultando a produção de programas. Muitas coisas foram apagadas para que outras fossem gravadas por cima nas fitas, novelas como “Beto Rockfeller” sumiram dos arquivos e pouca coisa restou para contar história. Nesta mesma fase entra no ar a TV Globo no Rio de Janeiro provocando mudanças em toda história televisiva. Ainda havia a TV Record que com seus festivais de música e programas voltados para os jovens rouba a audiência da Tupi que ao fim da década vê sua crise aumentar. Assis morre em 1968 e a partir daí ninguém mais segura o naufrágio da pioneira.
A década de 70 é marcada por grandes dificuldades, mas mesmo assim os pioneiros fortes mantinham a Tupi com garra e novelas e programas feitos com muita precariedade ainda fizeram o ibope subir e ela se transforma na Rede Tupi de Televisão transmitindo em cores para todo Brasil. “Os Trapalhões” é um sucesso aos domingos, “Programa Flávio Cavalcanti” consegue alavancar a audiência da emissora e todos veem isso como um novo ar, novelas como “A Viagem”, “Meu Rico Português”, “A Fábrica”, “Vitória Bonelli”, “O Profeta”, “Os Inocentes”, “ídolo de Pano”, “Mulheres de Areia”, “Salário Mínimo” e “Aritana” faz a emissora respirar no ibope chegando a alguns casos ao primeiro lugar. Contudo a crise estava instalada, uma administração sem direção, a Globo contrata seus melhores atores e os destaques das últimas novelas, últimas tentativas são feitas com novelas, programas, mas quase nada mais podia ser feito, corrupção, política, falta de direção leva a Tupi a uma situação tal que ela chega em 1980 desativando seu núcleo de novelas, deixa de pagar os salários e em 18 de julho, dois meses antes de completar 30 anos de vida a Tupi sai do ar para tristeza de todos que lá começaram.
A televisão de hoje pode estar muito mudada em tecnologia, entretanto sua forma de fazer TV, sua grade de programação continua baseada na pioneira TV Tupi o que se faz hoje ainda tem a base da emissora de Assis Chateaubriand, programas femininos, telejornais, novelas, séries, tudo com ar de inovação, mas com a alma da Tupi que até hoje é lembrada com carinho por todos aqueles que lá começaram e para nós é guardar na memória as imagens que foram e serão sempre motivo de saudades de uma época criativa e viva! Laura Cardoso pioneira disse: “Nós, da TV Tupi, não morreremos nunca. Nós Somos Encantados” !
E nós da Cia. de Artes Alma Espírito estamos produzindo a peça “Nós Somos Encantados” que faz uma homenagem a TV Tupi e a todos os pioneiros. Uma peça com humor, drama, ação, música, é uma homenagem, não temos a pretensão de contar historicamente o que ocorreu, mas homenagear com energia os grandes criadores da televisão brasileira! Aguardem em novembro estaremos no ar com “Nós Somos Encantados”!!!

Álbum Alma Espírito (CEU Cidade Dutra)

Juca (Jeferson) é aprendiz de cartomante, mas quer algo mais... O que será???


A cartomante Gioconda (Maria Creuza) entra em cena com sua dança sem controle!!! Suas cartas não mentem jamais!!!! Será...

Um casal diferente, falam o que sentem... Depois de dez anos juntos...


Nossa entrada em "A Alma da Cartomante" Lúcia - Chaveirinho (Fabiana) e Roberto - Bolota (Mário) Melhor não perguntarem nada...



"Vídeo Arte" - "Rascunhos" - "A Alma Da Cartomante" - Cenas 03, 04 e 05! Os piolhos invadem a peça e causam uma bagunça!


"Vídeo Arte" - "Rascunhos" - "A Alma da Cartomante" - cenas 05 e 06! A bola de cristal entra em cena e ilumina a peça...


"Vídeo Arte" - Inauguração da TV Tupi em 18 de setembro de 1950 - sem som - imagens raras!


"Vídeo Arte" - Inauguração da TV Tupi em 18 de setembro de 1950 - sem som- Vamos inicar hoje o festival de vídeos sobre a TV Tupi em comemoração ao 60 anos e também como preparação para nossa peça "Nós Somos Encantados"!!!!

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