quinta-feira, 14 de outubro de 2010

ALMA CULTURA - CLARICE POR BETH!

A Clarice de Beth Goulart
Atriz volta a São Paulo com monólogo premiado.
Visto por mais de 80 mil pessoas, "Simplesmente Eu, Clarice Lispector" com Beth Goulart, está de volta ao cartaz em São Paulo. A atriz, que também assina adaptação do texto e direção, conquistou dois prêmios de interpretação: o Shell 2009 e o APTR (Associação dos Produtores de Teatro do Rio de Janeiro).
Com supervisão de Amir Haddad, o monólogo faz um retrato extremamente pessoal da escritora, onde Beth interpreta a autora e quatro de suas personagens. “Elas representam algumas facetas da própria Clarice", comenta a atriz. Em entrevista, ela fala sobre a peça ,que já passou por várias cidades do Brasil, novos projetos e o fascínio que a autora Clarice Lispector lhe desperta a cada dia.

'Simplesmente Eu, Clarice Lispector' já percorreu quantas cidades?
Foram muitas desde a estreia em Brasília. Estivemos no Rio de Janeiro em temporadas diferentes, 13 cidades do Rio Grande do Sul, Curitiba, Belo Horizonte, Juiz de Fora e São Paulo, onde estamos fazendo a segunda temporada. E já temos agenda marcada para Vitória, Olinda e Recife. É uma alegria ter um projeto que interessa às pessoas. Fizemos uma participação especial na Bienal do Livro e faremos também uma performance na Bienal Internacional de Arte de SP, mais para o fim do ano.

Por que a peça causa tamanho interesse?
A peça é sobre uma autora que fala profundamente à alma das pessoas, isso se deve muito a obra da Clarice. É uma autora especial, com muitos admiradores e acho que as pessoas querem de alguma foram se aproximar deste mistério, desta magia que a literatura da Clarice nos traz. Propõe um olhar para dentro da gente para olharmos melhor para fora, nos tornamos mais sensíveis e perceptíveis ao que está no nosso entorno.

Clarice é conhecida como a autora inacessível. Você conseguiu se aproximar dela?
Consegui essa proximidade por meio de meu coração, A forma mais profunda de acessar Clarice é através do sentir. Ela costumava dizer que gostaria que a sua literatura fosse um sentir. Suas histórias estimulam a nossa sensibilidade. A escritora queria que as pessoas a entendessem mais sentindo do que analisando sua obra. Segui essa orientação e busquei chegar próxima a Clarice pelo sentimento. Talvez por isso a peça funcione tanto: é uma linha direta de coração para coração.

Consegue eleger um livro da autora?
É difícil, mas talvez o mais especial seja “Uma aprendizagem ou O Livro dos Prazeres” . È a história de uma professora primária que marca um encontro com um professor de filosofia. Mas ele lhe propõe um desafio: não quer que ele viva encontro fugaz,mas que se prepare para encontro de amor. Para isso precisa observar as coisas da vida, ela terá de se conhecer melhor, se perceber. Neste processo de entendimento e de amor faz professora uma se tornar uma outra pessoa. A obra está muito presente no espetáculo.

Não é a primeira vez que escreve, dirige e encena uma obra. É mais fácil quando seu olhar está presente desde a concepção do texto?
É uma busca de uma linguagem própria, tenho essa inquietação artística desde muito cedo. Isso começou em 91, quando levei ao palco “Pierrot Marie”. Já tinha essa busca pessoal, isso veio ao longo do tempo amadurecendo, fiz “Dorotéia Minha” (2002), para se chegar ao espetáculo de hoje. A direção me interessa, tenho outros projetos, mas acho que sou um pouco cobaia das minhas idéias. Precisava ter experimentado como atriz para ter discernimento e amadurecimento de linguagem para desenvolver um trabalho com outra pessoa.

Pensa em viver outra grande personagem?
Tenho um projeto sobre as grandes mulheres brasileiras. A próxima mulher que lanço meu olhar como dramaturga e diretora será Tina Ciata, a mãe do samba. A próxima que irei interpretar daqui a alguns anos será Dulcina de Moraes.

O que Clarice mudou em você?
A Clarice muda a gente todos os dias. Lidar com uma palavra tão forte como a dela mexe dentro da gente. Ninguém lê esta autora impunemente: ela te obriga a se perceber um pouco mais. E este olhar para dentro é cada vez é diferente, se transforma e, consequentemente, lhe transforma.



Álbum Alma Espírito

Eles são espíritos em cena, mas parece que ainda não se tocaram disso... "Nós Somos Encantados" em novembro aguardem!!!!
Cena de tensão, romance, intensas emoções... Mas parece comédia... "Nós Somos Encantados" em novembro!!!


"Vídeo Arte" - Festival TV Tupi - "O Jovem Doutor Ricardo" em 1957 sem som! Raras imagens!


"Vídeo Arte" - Beth Goulart em "Simplesmente Eu, Clarice Lispector"

Um comentário:

Bruno Cavalcanti disse...

Eu amo esse monólogo! Beth está deslumbrante, com certeza assistirei de novo. Ela tem um jogo de corpo impressionante no palco, sem contar que encarna Clarice bem do modo como Clarice gostaria de ser encarnada: blasé.E que venha!!!!