sexta-feira, 29 de outubro de 2010

ESPÍRITO EM CENA - PESADELO OU SONHO!!!

O nosso fim de semana passado foi corrido. Ensaiamos no sábado das 16 às 20 horas. Neste ensaio em particular marcamos as músicas que terão um tipo de clip enquanto o cantor ou cantora dubla na frente. Marcamos cenas com todos os atores. São 8 músicas onde além da própria canção os atores em cena acabam por montar quadros que ilustram a situação da música. Marcamos uma por uma, repetimos várias vezes e depois passamos tudo de novo. Parece que ficou bom, ainda falta alguns acertos que durante os ensaios vamos aperfeiçoando.
Antes dessas marcações fiz um aquecimento para que todos pudessem entrar em contato com a personagem que ainda não encontram o tom, falta algo, primeiro pedi que a interpretassem no exagero todos juntos e em seguida individualmente. Todos foram ao encontro da personagem e juntos trabalhamos as dificuldades, o ator não pode representar só por representar, ele precisa sentir a verdade da personagem, não pode ser a personagem sem sentido. Tem que buscar sua realidade e vivê-la. Um processo de criação muito profundo e pede tempo. Mas percebi que alguns estão perto da personagem. O importante que o ensaio rendeu.
No domingo ensaiamos das 9 às 16. Desta vez com os figurinos. Primeiro pedi que cada um pensasse em qualquer uma das personagens e entrasse no mundo dela. E focalizasse o antes da personagem, ou seja, o que ela fez antes das cenas que estão na peça. Por que ela age daquela maneira nas cenas, por que das suas falas? O que ocorreu antes da história que é apresentada para o ator e para o público? Logo depois coloquei uma cadeira no centro da sala e pedi que cada um representasse ali sua personagem. Pedi que atuassem com o espírito da personagem com a força interior, e não somente o exterior. Fizeram a atuação sentados. Foi um ótimo jogo teatral, houve interpretações acima do normal, romperam algumas dificuldades e deixaram a personagem mostrar o lado antes da sua história e conseguiram incorporar essa história nas cenas presentes da peça, fluiu e chegaram onde eu queria. Muito bom. Mas claro ainda falta melhorarmos muito.
Já o ensaio com as trocas não foi dos melhores, o texto falta, a troca foi confusa, pois, jogamos as roupas no chão sem a arara e sem o biombo. Foi péssimo na verdade eu não gostei, falta poucos dias para a estreia e estamos muito aquém ainda... Falta disciplina, concentração, saber o que precisam fazer no palco, e olha que ensaios antes estávamos melhores. Falei que precisamos melhorar nos últimos ensaios, teremos mais 4 antes de estreiarmos, o próximo fim de semana inteiro, de sábado à terça. E nesses 4 vamos ter que dar o máximo de nós todos. É agora ralar no texto, nas personagens, em tudo, eu acredito que se todos nós nos conscientizarmos do nosso papel como ator, como interpretes, tudo irá ficar bom, ótimo só com o tempo, contudo precisamos que fique um bom espetáculo e eu acredito que será, caso contrário não estaria realizando e também confio nos atores que eu tenho em mãos, todos são capazes, precisam só entrar em sintonia mais profunda com toda energia que a peça pede. Porque essa peça pede muita energia, força, garra, humor, alegria, e todos precisamos estar no mesmo pique.
O fim de semana agora é decisivo para saber se não precisamos realizar cortes na peça, pois, terminamos o ensaio com a duração de duas horas e trinta e sete minutos, e ela é menor com certeza, assim estes próximos dias prometem muito... Na semana que vem eu conto...
E no próximo sábado, estreiamos no Sepej às 19 horas e aí nem sei... Dia 6 de novembro “Nós Somos Encantados” desencanta para o sucesso ou para o fracasso, ou para o nada... Semana de muita expectativa e trabalho... Adrenalina a trilhões....
Entrem no nosso site e vejam as datas de apresentações que irão de 6 de novembro até dia 18 de dezembro.
www.ciadeartesalmaespirito.com.br
Entrem no site
www.sepej.org.com e vejam como chegar... Sábado dia 6 de novembro às 19 horas, tudo ou nada... “Nós Somos Encantados” estou me sentindo como os pioneiros da Tupi estreia com muita loucura, pouca grana e só na confiança e no amor ao palco...

SOM & FÚRIA!!!

Álbum Alma Espírito!!!

Fantasias ou figurinos??? Quem queremos ser??? Tudo em "Nós Somos Encantados" 6 de novembro no Sepej!!!!
Quem é a empregada? Quem é a dona da casa? Quem manda? Vejam em "Nós Somos Encantados"!!! Dia 6 de novembro no Sepej!!!


"Vídeo Arte" - Festival TV Tupi - "Nino, O Italianinho" 1969 - Cenas com Juca de Oliveira e Aracy Balabanian.


"Vídeo Arte" - Christmas Festival - Twisted Sister - "Oh Come All Ye Faithful" - Que venha toda a fé - Um pouco de Natal pesado e vida para todos!!!!

quinta-feira, 28 de outubro de 2010

ALMA CULTURA - COM OLHAR NO SER HUMANO!

Ernesto Piccolo
Diretor estreia as peças 'Igual a Você' e 'Na Casa dos 40' no Rio

É raro encontrar pessoas que se emocionam ao falar sobre seu trabalho, mas Ernesto Piccolo é uma delas. É bonito ver os olhos marejados do ator e diretor quando recorda o início de sua carreira e fala com paixão e entusiasmo sobre teatro. Talvez este envolvimento explique o fato de assinar a direção de cinco peças em cartaz, “Igual a Você”, “Na Casa dos 40” – que acabaram de estrear –, “Mais uma vez amor” (exibida recentemente na Festa Internacional de Teatro de Angra dos Reis - Fita), “Doidas e Santas” e “A História de Nós Dois”, além de acumular mais três projetos para o ano que vem: “O Pacto das Três Senhoras”, “Pamonha e Panaca” e “O Circo Chegou”, espetáculo com crianças da ONG Palco Social. Para dar conta do recado, Neco, como é chamado pelos amigos, trabalha das 9 da manhã à meia-noite e dirige três montagens por dia.


Como entrou para o teatro?
Comecei com 12 anos no Tablado. Quando subi no palco minha vida mudou, costumo dizer que ela saiu do PB para virar colorida. Essa descoberta provocou um certo desespero no meu pai, que achou que seria algo passageiro. Com 18 anos, fiz uma a peça, “Nossa Cidade”, onde eu era o narrador. No final da apresentação, a Janete Clair me chamou para fazer a novela “O Jogo da Vida”, meu primeiro trabalho na TV. Quando tinha uns 23, fui dar aula e como diretor percebi como conduzia os atores para fazerem aquilo que eu estava pensando. Adoro trabalhar com atores e os respeito muito. São 36 anos de muita batalha, já vivi muita coisa. Cada vez me apaixono mais, descubro coisas novas e estimulantes.



Como é sua rotina diária?
Ensaio dois ou três espetáculos na mesma época, é como se a cada turno do dia eu fosse brincar de alguma coisa. Sempre busco textos de autores contemporâneos que tenham uma certa esperança no fim, que não denigram a imagem do ser humano ou a sociedade e que faça as pessoas refletirem sobre a vida de uma maneira otimista. Sou um crente no ser humano, acho que as pessoas valem a pena.


Fale um pouco das novas peças.
Susana Abranches me chamou pra dirigir um texto dela, “Na casa dos 40”, que é um jogo cênico e traz histórias de quatro personagens. No chão do palco tem um tabuleiro no qual os atores são representados por quatro peões de cores diferentes e disputam para ver quem chega primeiro ao final da trilha. Ao jogar os dados, os atores vão se movimentando no tabuleiro e revelando ao público a história dos personagens pouco a pouco. São 40 cenas ensaiadas, todas sem ordem cronológica. Cada dia um ator vence, cada apresentação é uma peça diferente. Já “Igual a Você” foi um processo difícil, experimentamos todas as maneiras de fazer esta peça. Meus atores são completamente alucinados e talentosos, acho que o tema do espetáculo deu uma mexida com a loucura de cada um. A Camila Morgado foi meu presente de 2010.

Como vê o sucesso das peças mais antigas?
Peças como “A História de Nós Dois” ficam muito em tempo em cartaz porque quando a gente fala com o coração, tocamos o público, as pessoas se identificam. O elenco é maravilhoso e nos dedicamos muito a este trabalho. Já “Doidas e Santas” é uma peça que eu e Cissa Guimarães queríamos muito fazer, brincávamos que era a nossa filhinha. Neste momento da vida dela, o teatro é o único lugar que sei que Cissa vai e tem um alento no coração. Ela é muito querida, recebe o carinho e a solidariedade de todos onde quer que vá. No Festival de Angra (FITA), a peça foi vista por 1700 pessoas, foi o recorde de público do festival. E “Mais uma Vez Amor” tem uma profissional exemplar, que é a Deborah Secco. Nunca cheguei um dia no teatro sem que ela já estivesse com o texto pronto.


Tem novos projetos para o ano que vem?
Vou estrear “Pamonha e Panaca” em São Paulo, com Cristina Pereira e Ricardo Blat no elenco. E vou dirigir ainda “O Pacto das três senhoras”, que estou tentando convencer a Rosamaria Murtinho a fazer parte. As outras duas atrizes são Laura Cardoso e a Camila Amado. Em março, vamos estrear a nova peça com o elenco infantil do Palco Social, chamada “O Circo Chegou”.


Como é seu trabalho com o Palco Social?
A ONG existe há quase 17 anos e é fundamental na minha vida. Não ganho nada, trabalho para caramba, mas recebo coisas que dinheiro nenhum do mundo vai me pagar. Lá, eu e o Rogério Blat pregamos a igualdade, a amizade, o respeito, a solidariedade e a comunhão. Isso é o teatro na sua essência, é um estímulo na minha alma.
Fonte:
www.agentesevenoteatro.com.br

Essa entrevista nos dá mais vontade de continuar dentro do teatro por ainda haver seres humanos como Ernesto que fazem por amor a profissão. Concordo plenamente quando ele diz que devemos valorizar textos que mostram otimismo na vida, nas pessoas, tenham algo a dizer a plateia e façam-na refletir sobre a vida de modo geral. Nossa Cia monta textos sempre a favor do se humano, mostra os conflitos, as personalidades e que ao final sempre tem uma saída para tudo o que vivemos, acreditamos na alegria, no humor para viver sempre de bem conosco e com todos. O teatro tem que estimular a vida, a alegria, o humor mesmo nos momentos mais difíceis, o teatro celebra a vida, e nós atores, diretores devemos fazer do palco um altar a vida eterna com muita loucura, alegria e deixar claro que vale muito a pena viver a vida que vivemos e que todos têm condições de melhorar em todos os aspectos. O palco é nosso discurso a favor do homem e da vida!!!

Álbum Alma Espírito!!!

Show de cantores famosos... Sabem quem é essa??? Só em "Nós Somos Encantados" dia 6 de novembro!! A TV no teatro ou o teatro na TV

E na inauguração da TV Tupi teve ballet especial e vocês nem sabem como é especial... Vejam "Nós Somos Encantados" a partir de 6 de novembro!!!! A TV no teatro ou o teatro na TV!





"Vídeo Arte" - Festival TV Tupi - "Antônio Maria" - TV Tupi - 1968 - Geraldo Vietri autor da novela conta um pouco da história dessa produção da Tupi onde não havia dinheiro para a sua produção!





"Vídeo Arte" - Christmas Festival - Christmas Light 2009! Natal no ar. As luzes começam a aparecer!!!

quarta-feira, 27 de outubro de 2010

ESPÍRITO DA ALMA - QUESTÃO DE FÉ!!!

Natal na barca
Lygia Fagundes Telles

Não quero nem devo lembrar aqui por que me encontrava naquela barca. Só sei que em redor tudo era silêncio e treva. E que me sentia bem naquela solidão. Na embarcação desconfortável, tosca, apenas quatro passageiros. Uma lanterna nos iluminava com sua luz vacilante: um velho, uma mulher com uma criança e eu. O velho, um bêbado esfarrapado, deitara-se de comprido no banco, dirigira palavras amenas a um vizinho invisível e agora dormia. A mulher estava sentada entre nós, apertando nos braços a criança enrolada em panos. Era uma mulher jovem e pálida. O longo manto escuro que lhe cobria a cabeça dava-lhe o aspecto de uma figura antiga.Pensei em falar-lhe assim que entrei na barca. Mas já devíamos estar quase no fim da viagem e até aquele instante não me ocorrera dizer-lhe qualquer palavra. Nem combinava mesmo com uma barca tão despojada, tão sem artifícios, a ociosidade de um diálogo. Estávamos sós. E o melhor ainda era não fazer nada, não dizer nada, apenas olhar o sulco negro que a embarcação ia fazendo no rio.Debrucei-me na grade de madeira carcomida. Acendi um cigarro. Ali estávamos os quatro, silenciosos como mortos num antigo barco de mortos deslizando na escuridão. Contudo, estávamos vivos. E era Natal. A caixa de fósforos escapou-me das mãos e quase resvalou para o. rio. Agachei-me para apanhá-la. Sentindo então alguns respingos no rosto, inclinei-me mais até mergulhar as pontas dos dedos na água.
— Tão gelada — estranhei, enxugando a mão.

— Mas de manhã é quente. Voltei-me para a mulher que embalava a criança e me observava com um meio sorriso. Sentei-me no banco ao seu lado. Tinha belos olhos claros, extraordinariamente brilhantes. Reparei que suas roupas (pobres roupas puídas) tinham muito caráter, revestidas de uma certa dignidade.

— De manhã esse rio é quente — insistiu ela, me encarando.

— Quente?

— Quente e verde, tão verde que a primeira vez que lavei nele uma peça de roupa pensei que a roupa fosse sair esverdeada. É a primeira vez que vem por estas bandas?
Desviei o olhar para o chão de largas tábuas gastas. E respondi com uma outra pergunta:

— Mas a senhora mora aqui perto?

— Em Lucena. Já tomei esta barca não sei quantas vezes, mas não esperava que justamente hoje... A criança agitou-se, choramingando. A mulher apertou-a mais contra o peito. Cobriu-lhe a cabeça com o xale e pôs-se a niná-la com um brando movimento de cadeira de balanço. Suas mãos destacavam-se exaltadas sobre o xale preto, mas o rosto era sereno.

— Seu filho?
— É. Está doente, vou ao especialista, o farmacêutico de Lucena achou que eu devia ver um médico hoje mesmo. Ainda ontem ele estava bem mas piorou de repente. Uma febre, só febre... Mas Deus não vai me abandonar.

— É o caçula?
Levantou a cabeça com energia. O queixo agudo era altivo mas o olhar tinha a expressão doce.

— É o único. O meu primeiro morreu o ano passado. Subiu no muro, estava brincando de mágico quando de repente avisou, vou voar! E atirou-se. A queda não foi grande, o muro não era alto, mas caiu de tal jeito... Tinha pouco mais de quatro anos.
Joguei o cigarro na direção do rio e o toco bateu na grade, voltou e veio rolando aceso pelo chão. Alcancei-o com a ponta do sapato e fiquei a esfregá-lo devagar. Era preciso desviar o assunto para aquele filho que estava ali, doente, embora. Mas vivo.

— E esse? Que idade tem?

— Vai completar um ano. — E, noutro tom, inclinando a cabeça para o ombro:

— Era um menino tão alegre. Tinha verdadeira mania com mágicas. Claro que não saía nada, mas era muito engraçado... A última mágica que fez foi perfeita, vou voar! disse abrindo os braços. E voou.Levantei-me.
Eu queria ficar só naquela noite, sem lembranças, sem piedade. Mas os laços (os tais laços humanos) já ameaçavam me envolver. Conseguira evitá-los até aquele instante. E agora não tinha forças para rompê-los.

— Seu marido está à sua espera?

— Meu marido me abandonou.

Sentei-me e tive vontade de rir. Incrível. Fora uma loucura fazer a primeira pergunta porque agora não podia mais parar, ah! aquele sistema dos vasos comunicantes.

— Há muito tempo? Que seu marido...

— Faz uns seis meses. Vivíamos tão bem, mas tão bem. Foi quando ele encontrou por acaso essa antiga namorada, me falou nela fazendo uma brincadeira, a Bila enfeiou, sabe que de nós dois fui eu que acabei ficando mais bonito? Não tocou mais no assunto. Uma manhã ele se levantou como todas as manhãs, tomou café, leu o jornal, brincou com o menino e foi trabalhar. Antes de sair ainda fez assim com a mão, eu estava na cozinha lavando a louça e ele me deu um adeus através da tela de arame da porta, me lembro até que eu quis abrir a porta, não gosto de ver ninguém falar comigo com aquela tela no meio... Mas eu estava com a mão molhada. Recebi a carta de tardinha, ele mandou uma carta. Fui morar com minha mãe numa casa que alugamos perto da minha escolinha. Sou professora.
Olhei as nuvens tumultuadas que corriam na mesma direção do rio. Incrível. Ia contando as sucessivas desgraças com tamanha calma, num tom de quem relata fatos sem ter realmente participado deles. Como se não bastasse a pobreza que espiava pelos remendos da sua roupa, perdera o filhinho, o marido, via pairar uma sombra sobre o segundo filho que ninava nos braços. E ali estava sem a menor revolta, confiante. Apatia? Não, não podiam ser de uma apática aqueles olhos vivíssimos, aquelas mãos enérgicas. Inconsciência? Uma certa irritação me fez andar.
— A senhora é conformada.

— Tenho fé, dona. Deus nunca me abandonou.

— Deus — repeti vagamente.

— A senhora não acredita em Deus?

— Acredito — murmurei. E ao ouvir o som débil da minha afirmativa, sem saber por quê, perturbei-me. Agora entendia. Aí estava o segredo daquela segurança, daquela calma. Era a tal fé que removia montanhas...Ela mudou a posição da criança, passando-a do ombro direito para o esquerdo. E começou com voz quente de paixão:

— Foi logo depois da morte do meu menino. Acordei uma noite tão desesperada que saí pela rua afora, enfiei um casaco e saí descalça e chorando feito louca, chamando por ele! Sentei num banco do jardim onde toda tarde ele ia brincar. E fiquei pedindo, pedindo com tamanha força, que ele, que gostava tanto de mágica, fizesse essa mágica de me aparecer só mais uma vez, não precisava ficar, se mostrasse só um instante, ao menos mais uma vez, só mais uma! Quando fiquei sem lágrimas, encostei a cabeça no banco e não sei como dormi. Então sonhei e no sonho Deus me apareceu, quer dizer, senti que ele pegava na minha mão com sua mão de luz. E vi o meu menino brincando com o Menino Jesus no jardim do Paraíso. Assim que ele me viu, parou de brincar e veio rindo ao meu encontro e me beijou tanto, tanto... Era tamanha sua alegria que acordei rindo também, com o sol batendo em mim.

Fiquei sem saber o que dizer. Esbocei um gesto e em seguida, apenas para fazer alguma coisa, levantei a ponta do xale que cobria a cabeça da criança. Deixei cair o xale novamente e voltei-me para o rio. O menino estava morto. Entrelacei as mãos para dominar o tremor que me sacudiu. Estava morto. A mãe continuava a niná-lo, apertando-o contra o peito. Mas ele estava morto.Debrucei-me na grade da barca e respirei penosamente: era como se estivesse mergulhada até o pescoço naquela água. Senti que a mulher se agitou atrás de mim
— Estamos chegando — anunciou.
Apanhei depressa minha pasta. O importante agora era sair, fugir antes que ela descobrisse, correr para longe daquele horror. Diminuindo a marcha, a barca fazia uma larga curva antes de atracar. O bilheteiro apareceu e pôs-se a sacudir o velho que dormia:

- Chegamos!... Ei! chegamos!

Aproximei-me evitando encará-la.

— Acho melhor nos despedirmos aqui — disse atropeladamente, estendendo a mão. Ela pareceu não notar meu gesto. Levantou-se e fez um movimento como se fosse apanhar a sacola. Ajudei-a, mas ao invés de apanhar a sacola que lhe estendi, antes mesmo que eu pudesse impedi-lo, afastou o xale que cobria a cabeça do filho.

— Acordou o dorminhoco! E olha aí, deve estar agora sem nenhuma febre.

— Acordou?! Ela sorriu:

— Veja...Inclinei-me. A criança abrira os olhos — aqueles olhos que eu vira cerrados tão definitivamente. E bocejava, esfregando a mãozinha na face corada. Fiquei olhando sem conseguir falar.

— Então, bom Natal! — disse ela, enfiando a sacola no braço.

Sob o manto preto, de pontas cruzadas e atiradas para trás, seu rosto resplandecia. Apertei-lhe a mão vigorosa e acompanhei-a com o olhar até que ela desapareceu na noite.Conduzido pelo bilheteiro, o velho passou por mim retomando seu afetuoso diálogo com o vizinho invisível. Saí por último da barca. Duas vezes voltei-me ainda para ver o rio. E pude imaginá-lo como seria de manhã cedo: verde e quente. Verde e quente.


Álbum Alma Espírito!!!!

O primeiro apresentador da televisão!!! Qual o programa??? Vejam "Nós Somos Encantados" em novembro!
No ar a radionovela "Torturas do Coração"... Radionovela??? A peça não é sobre televisão??? Endoidaram de vez!!!! "Nós Somos Encantados" em novembro!


"Vídeo Arte" - Festival TV Tupi - "Beto Rockfeller" - 1968/69 - Cenas Raras!


"Vídeo Arte" - Cascada - "Last Christmas" - Último Natal - Último nada ainda teremos muitos Natais a comemorar!!!!!

terça-feira, 26 de outubro de 2010

O ESPÍRITO - IRONIA DA VIDA!!!

Olá galera hoje mais um trecho do livro “Nas Fronteiras da Loucura” que como escrevi semana passada estuda bem o nosso comportamento e mostra as conseqüências de nossas atitudes que aparentemente são inocentes. Precisamos estar cientes de como cada ato nosso influencia nosso presente e nosso futuro e como as ações do passado também influem em nossas vidas atuais. Este livro é um estudo sobre o comportamento humano.

Capítulo 07 – O Posto Central de atendimento –
“A acidez resultante do sarcasmo é sinal permanente de inferioridade. Quantos exercem a atitude irônica encontram-se em grave distúrbio de comportamento emocional, agindo por vingança, para provocarem reações semelhantes e darem curso às pugnas, aos duelos de forças em que se comprazem, por levarem, quase sempre, a palma da vitória. Na Terra, é muito comum defrontarmos o mau competidor, disfarçando a falta de valor e a ausência de recursos, apelando para as assertivas agressivas, recheadas de maldade com que ferem os rivais, esperando a reação, com que se reforçam para prosseguirem em perseguição obstinada, sórdida quanto covarde. Em nosso campo de ação, pululam companheiros infelizes, que se sentem propelidos às atitudes de revolta após o fracasso pessoal, afivelando na alma as máscaras do cinismo e da rebeldia, derrapando na vala das reações escarnecedoras, com as quais se imunizam, momentaneamente, contra os sentimentos superiores, únicos a abrirem portas à renovação e caminhos à paz. Ei-los mais doentes do que se supõem, na extravagância em que se comprazem. Não são insistentes, porque irrequietos e ansiosos passam a vampirizar psiquicamente os grupos com os quais se ajustam e se afinam, permanecendo com eles em demorado comércio de forças fluídicas desgastantes. Triunfaram sobre os fracassos dos outros; sorriram no mar de lágrimas dos a quem defraudavam; campeavam nos lugares de projeção, enquanto os dilapidados pela sua argúcia carpiam desespero e miséria; sentiam-se inatingidos... A morte, que a todos desvela, alcançou-os e trouxe-os para a submissão de mentes mais impiedosas do que as suas e sentimentos mais impermeáveis do que aqueles que os caracterizavam, dependentes dos mesmos que já eram, quando na insânia moral em que se regalavam. Sofrem, o que fizeram sofrer... Logo se abram ao desejo de reparar e serem felizes, de reconhecerem a incúria e recomeçarem, mudam de faixa vibratória, sendo resgatados pela Bondade Excelsa nunca distante de ninguém. Por algum tempo a consciência sabe que necessitam da lapidação rude a que se submetem, prosseguindo nos enleios que os prendem ao grupo afim.”

Em nossa jornada na Terra muitas vezes encontramos muitos que usam da ironia para se defenderem, usam do sarcasmo quando estão por cima e olham com olhar de orgulho e egoísmo para aqueles que ainda não conquistaram algo ou estão em condições mais humildes. No mundo há todo tipo de personalidades e precisamos saber lidar com todas e principalmente não se deixar levar por raiva, mágoa ou rancor quando algo desse tipo acontece conosco de sermos ironizados pela nossa condição, por aquilo que fazemos. Todos têm oportunidades e cada um conquista aquilo que precisa no momento certo, nem antes, nem depois, vem na hora exata. E que nós também não desdenhemos da condição do outro, saibamos ajudar no limite certo, e dar apoio, assim como queremos ter apoio e ajuda para nossas conquistas, afinal não se consegue nada sozinho, sempre há uma ajuda de alguma parte.
Vamos tomar cuidado com o tipo de brincadeiras que fazemos, reparar se não estamos sendo irônicos de forma agressiva, que machuca, humilha, se não colocamos alguém para baixo por causa da sua condição. Às vezes brincamos e nem passa pela nossa cabeça que a brincadeira pode de repente estar magoando alguém, deixando triste, com baixa estima, brincar saudavelmente, saber fazer uma piada que caiba no contexto sem ofender ainda é uma atitude difícil para nós, mas podemos treinar novas maneiras de brincar sem acabar com o outro, destruir seus sonhos. Lembremos que tudo o que fazemos tem uma resposta da vida!!!


Álbum Alma Espírito!!!


O locutor da rádio anuncia as atrações... Mas a peça não é sobre a televisão??? Vejam "Nós Somos Encantados" para compreenderem onde queremos chegar... Será que eu sei??? Dia 6 de novembro no Sepej!!!

Entra no ar as cantoras do rádio... Mas a peça não é sobre a TV Tupi? Só vendo "Nós Somos Encantados" para entender!!! Em novembro!!!!


"Vídeo Arte" - Festival TV Tupi - "Beto Rockfeller" cena com Plinio Marcos e Ana Rosa. 1968 e 1969!!!


"Vídeo Arte" - Christmas Festival - John Denver - "Silver Bells" - Sinos Prateados o Natal na cidade!!! É hora de começar a enfeitar nossa cidade, nossa casa... Natal está quase aí...

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

CRÔNICA DA ALMA - ALMAS EM SOMBRA!!!

Uma sombra de censura prévia vem crescendo nos últimos tempos contra a mídia, particularmente contra os jornalistas, jornais, há ações contra as reportagens, jornalistas são acusados, há um certo monstro sendo alimentado para censurar a livre imprensa seja escrita, falada, ou visual. No Ceará foi aprovado um órgão para monitorar a mídia, especialmente sobre as notícias políticas, ou seja, daqui a pouco eles estarão a ditar o que pode ou não ser publicado, é ou não é censura?
Eles vêm com aquele discurso que precisa haver um controle, um limite para que não haja abuso, mas na verdade por trás dessas palavras existe a forte vontade de censurar e deixar só ser publicado aquilo que é de agrado de todos. E agora mais três estados querem implantar o mesmo órgão, a sombra da censura está tomando proporções e se ninguém fizer nada estaremos correndo o risco de essa sombra se tornar um grande monstro e tudo ser controlado, a livre expressão corre risco, a sociedade urgentemente não pode deixar isso acontecer precisamos lutar pela livre expressão em todos os canais. Advogados e pessoas ligadas a imprensa estão se mobilizando contra essas absurdas medidas que querem calar a boca do povo e fazer de todos nós cordeirinhos. Isso já passou, a época negra da censura, da ditadura acabou, e estamos em outro momento, outra geração, espero que todos nós lutemos para continuarmos livres em nosso pensar seja escrito, falado ou gravado. Vamos ficar atentos aos acontecimentos e não deixar que essa sombra vire um monstro, vamos eliminar esse perigo urgentemente.
Porque é assim que começa com a desculpa de controlar para não passar do limite e daqui a pouco essa sombra se estenderá para a arte, filmes, peças de teatro, novelas, livros correrão o risco de serem censurados por qualquer motivo banal. A sombra da censura e da ditadura sobre o livre pensamento do homem está dando sinais de vida. Perigo à vista. Não podemos deixar a arte ser manchada pela proibição, pelos cortes, a arte é criação livre, expressão da alma humana, não pode ser coibida e nem espedaçada, a arte é a salvação do homem em vários sentidos. Fiquemos muito atentos, pois, as almas pobres de vida querem criar almas cegas e sem expressões apenas mandadas a fazer o que essas pobres almas desejam e acham o que é o certo.
Claro precisa haver um bom senso do que escrever, produzir, mas isso cada um terá que aprender com o tempo, não é reprimir, censurar que resolverá algo, muito pelo contrário, aí que muitos criarão obras mais ofensivas, até mesmo perigosas sem senso nenhum. Toda arte precisa de um bom senso, de um critério do artista, ele decidirá o que é bom ou não, e o público decidirá o que quer ver ou não, o que vai gostar ou não, não precisamos de nenhum órgão que nos dite o que devemos ler, assistir ou ouvir. Cada um fará a sua escolha, aquilo que se mostrar ruim, sem conteúdo, morrerá naturalmente, é pelos acertos e erros que vamos aprender como melhorar nossa cultura, seja ela artística, jornalística ou geral.
Vamos lutar contra essa sombra antes que o monstro ganhe vida!!! Censura nunca!!!!

Galera estamos a 60 dias do Natal e como todos sabem eu adoro essa época, assim a partir de hoje entramos no clima natalino com músicas, imagens, enfeites, árvores, pois é galera, é quase Natal de novo. Nosso Christmas Festival detona o clima e os preparos!!!


Álbum Alma Espírito!!!
Luciana se transforma em "Nós Somos Encantados" vejam em novembro!!! Contagem regressiva para nossa estreia!!!!
Alexandre em uma boa interpretação de uma de suas personagens de "Nós Somos Encantados" em novembro em cartaz!!!!


"Vídeo Arte" - Festival TV Tupi - "Beto Rockfeller" novela que foi ao ar entre 1968 e 1969! Imagens raras!


"Vídeo Arte" - Christmas Festival - Faith Hill - "Where Are You Christmas?" - Onde está você Natal? - Onde está o Natal em nós?? Procura-se pelo Natal...

sexta-feira, 22 de outubro de 2010

ESPÍRITO EM CENA - ATOR E DISCIPLINA!

No nosso último ensaio focalizamos muito as personagens principalmente as que todos gostam mais de representar. Na verdade o ator precisa gostar de todas as suas personagens para que possa representar bem, ele precisa lembrar que a personagem não é ele, é uma outra personalidade que tem vida, ação própria e que como ator terá que estudar essa personalidade, pesquisar sua psicologia, físico, criar sua história além do que há no texto, aprofundar na sua personagem, criar empatia, afinidade, trabalhar algum preconceito que tenha sobre a personalidade ou atitudes para que possa ser real no palco. Caso contrário se o ator continuar com preconceitos, julgar as atitudes de sua personagem, fará uma atuação falsa, sem sentimento e tudo será mecânico. Não importa o que ela é, faça, pense no momento do espetáculo o ator tem que ser ela sem barreiras, sem frescura, é se entregar totalmente ao papel e deixar fluir.
E mesmo sendo a personagem mais fácil para eles, ainda assim tiveram problemas em sua interpretação, falta construírem melhor alguns pontos necessários para que a atuação fique mais leve, mais convincente.
Passamos a peça inteira, levamos umas duas hora e meia para isso. Mas o texto ainda não está na ponta da língua, falta concentração, disciplina, trabalho em equipe, afinar um elenco é muito complicado, não é de uma hora para outra que tudo fica no mesmo compasso, no mesmo tom. E eu falei muito para todos que como iremos ficar praticamente o maior tempo da apresentação no palco, inclusive com trocas de roupas, cenário, precisamos estar em silêncio, com atenção em todos os movimentos de quem está em cena para ajudá-los em troca de figurino, prestar atenção quem entra e sai de cena, ou seja, na verdade serão duas apresentações acontecendo ao mesmo tempo, a dos atores para o público e dos atores fora de cena, contudo no palco ao fundo do teatro com figurinos, acessórios, música, precisamos de muita, mas muita concentração ou então algo pode dançar e será um desastre.
E como é difícil todos ficarem quietos com atenção nos atores em cena, sempre há um zum-zum-zum, alguém fala, um barulho e esquecem de ter respeito pelos que estão em cena, nossa como o ser humano não consegue se autodisciplinar, precisa sempre de alguém para chamar atenção, além de diretor preciso sempre pedir silêncio o que deveria ser natural de ator para com ator no momento das cenas de cada um, quem está fora, em silêncio quieto, celulares desligados, concentração total no que ocorre, para conseguir disciplina é uma batalha todos os ensaios, por que será? Será que em todas as Cias de teatro acontece isso? E especificamente em nossa peça atual a concentração é primordial para que tudo saia corretamente. Talvez tudo isso faça parte de um movimento de trabalho, porém está na hora de todos começarem a trabalhar essa inquietude interior que acaba por exteriorizar-se nos momentos inadequados.
Não estou dando uma bronca apenas relato aqui o que acontece em nossos ensaios, e talvez em outros grupos e Cias a situação seja a mesma. Lidar com o ser humano não é fácil, aliás, eu não sou fácil como ser humano, e nem ninguém é, e o teatro tem como uma de suas bases justamente colocar-nos em situações tais que aprendamos a lidar com todos os tipos de pessoas e conosco mesmo e sempre pensar que tudo pode melhorar muito e assim eu espero que eu melhore e todo elenco também. Afinal todo esse trabalho é para o público e para nós também e nesse contexto é necessária a nossa evolução como seres humanos, como atores, como sociedade, afinal somos figuras públicas, agimos e atuamos para muitos e nossos exemplos ficam por onde passamos. Precisamos refletir sobre isso, nosso papel no teatro e em geral na vida, o que estamos deixando como marca? Algo nosso sempre fica, o quê?

SOM & FÚRIA!!!

Álbum Alma Espírito!!!


Aqui quem é Luciana? A cigana? A freira? A rumbeira? A herdeira? Quantas vidas em uma só... Ela enlouquecerá??? Saibam vendo "Nós Somos Encantados" em novembro!
As transformações serão radicais, muitos nem irão se reconhecer, quem sou eu?? As personalidades estarão afloradas... "Nós Somos Encantados" em novembro.


"Vídeo Arte" - Festival TV Tupi - "Beto Rockfeller" - Novela que foi ar entre 1968 e 1969 com Luiz Gustavo e Bete Mendes!


"Vídeo Arte" - Chris Brown - "Yeah 3X" - Três Vezes Sim - Quando falamos sim? Quantas vezes? Sim para quê?

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

ALMA CULTURA - LEONARDO CONSTRÓI!

Villar, Leonardo (1923) Biografia
Leonildo Motta (Piracicaba SP 1923). Ator. Intérprete do Teatro Brasileiro de Comédia durante oito anos, Leonardo Villar ganha o patamar dos primeiros atores em Um Panorama Visto da Ponte, de Arthur Miller, 1958; consolidando essa posição como o protagonista de O Pagador de Promessas, de Dias Gomes, em 1960.
Forma-se na primeira turma da Escola de Arte Dramática em 1948. Estréia profissionalmente em A Raposa e as Uvas, de Guilherme Figueiredo, com direção de Bibi Ferreira, pela Companhia Dramática Nacional, CDN, já chamando a atenção da crítica. Segue-se A Falecida, de Nelson Rodrigues, em que interpreta a personagem Pimentel. Em Canção Dentro do Pão, de Raimundo Magalhães Junior, dirigido por Sergio Cardoso, disfarça a idade vivendo o velho e ridículo Finot, segundo o crítico Paschoal Carlos Magno, "por força de sua consciência profissional e completa integração ao personagem".
Passa a integrar o corpo estável do Teatro Brasileiro de Comédia, TBC, atuando em vários espetáculos, entre eles: Leonor de Mendonça, de Gonçalves Dias, 1954, e Santa Marta Fabril S. A., de Abílio Pereira de Almeida, 1955, ambos direção de Adolfo Celi. Com o diretor polonês Ziembinski, atua em Volpone, de Ben Jonson, e Maria Stuart, de Schiller, todos em 1955. No ano seguinte, compõe o elenco de Divórcio Para Três, de Victorien Sardou, novamente Ziembinski e, ainda em 1956, ao lado de Cleyde Yáconis e Walmor Chagas, está em Eurydice, de Jean Anouilh, com direção de Gianni Ratto; como também, em Gata em Teto de Zinco Quente, de Tennessee Williams, dirigido por Maurice Vaneau. Em 1958, recebe os prêmios Saci e Associação Brasileira de Críticos Teatrais, ABCT, protagonizando Um Panorama Visto da Ponte, de Arthur Miller, direção de Alberto D'Aversa. A Revista Anhembi, depois de considerar o espetáculo uma das melhores e mais homogêneas entre as representações do conjunto, dedica uma avaliação ao ator: "Chegamos (...) ao grande vencedor deste grande espetáculo: Leo Villar, intérprete quase perfeito de Eddie Carbone, o carregador boçal, mas profundamente humano e honesto (...). Se, nas primeiras cenas, Leo Villar nos pareceu menos à vontade, não muito firme nem sincero em sua interpretação, aos poucos ele foi crescendo (...) com o desenrolar do drama para atingir nas cenas dificílimas com o advogado, alturas inesperadas em tão jovem ator e que lhe valem todas as noites entusiásticos aplausos em cena aberta".
Ainda em 1958, ao lado de Fernanda Montenegro, atua em Pedreira das Almas, de Jorge Andrade, mais uma encenação de D'Aversa. Em 1960, é escalado para atuar em O Anjo de Pedra, de Tennessee Williams, com direção de Benedito Corsi, e, nesse ano, recebe os prêmios Governador do Estado de São Paulo e Associação Paulista de Críticos Teatrais pela célebre interpretação do protagonista Zé do Burro de O Pagador de Promessas, de Dias Gomes. Em O Estado de S. Paulo, Décio de Almeida Prado escreve: "Leonardo Villar está tão comovente e humano como em Um Panorama Visto da Ponte. Não é fácil parecer bom em cena: percebemos, com facilidade, a contrafação. Leonardo Villar não só retrata com tocante veracidade a inocência, mas o faz sem emprestar-lhe nada de edulcorado ou de piegas (...)".
Villar volta a interpretar o mesmo personagem na versão cinematográfia da peça, dirigida por Anselmo Duarte, em 1962, que recebe a Palma de Ouro em Cannes. Seus últimos espetáculos no TBC são A Semente, de Gianfrancesco Guarnieri, 1961, e A Morte do Caixeiro Viajante, de Arthur Miller, 1962, ambos dirigidos por Flávio Rangel.
Na década de 60, atua em Mary, Mary, de Jean Kerr, por Carlos Kroeber, 1964; O Sistema Fabrizzi, de Albert Husson, ao lado de Débora Duarte, na direção de Maurice Vaneau; e Lua Minguante na Rua 14, de Jorge Andrade, encenação de Gianni Ratto, 1967.
Na década de 70, seus principais trabalhos são em Senhorita Júlia, de August Strindberg, com direção de Martim Gonçalves, 1971; a nova montagem de Um Panorama Visto da Ponte, de Arthur Miller, desta vez com direção de Odavlas Petti, 1972; O Grande Amor de Nossas Vidas, de Consuelo de Castro, encenado por Gianni Ratto, e Investigação na Classe Dominante, de J. B. Priestley, dirigido por Flávio Rangel, ambos em 1978.
Em 1980, atua em Campeões do Mundo, de Dias Gomes, com direção de Natônio Mercado, e, no ano seguinte, está em Motel Paradiso, de Juca de Oliveira, sob a direção de José Renato.
Em 1998, retorna ao cinema em Ação entre Amigos, de Beto Brant.

Últimos trabalhos de Leonardo Villar: No teatro em 2001 na peça “A Moratória”, no cinema “Chega de Saudade” em 2008 e na televisão brilha no papel de Antero Gouveia/Giovanni na novela “Passione” atualmente no ar pela Rede Globo. O ator realizou vários outros trabalhos na televisão e no cinema.



"Vídeo Arte" - Leonardo Villar em seu atual papel, Antero em "Passione" com Elias Gleizer e Cleyde Yáconis!



"Vídeo Arte" - Leonardo Villar em "Os Ossos do Barão" em 1973 com Paulo Gracindo e Carmem Silva.

Álbum Alma Espírito!!!

Uma das cenas mais loucas em "Mulheres de Areia" Janaina é Raquel e Ruth!!! Aqui quem ela é?? Descubra em "Nós Somos Encantados" em novembro!

O que eles pretendem??? Onde vai acabar isso??? Só vendo "Nós Somos Encantados" em novembro!!!



"Vídeo Arte" - Festival TV Tupi - "Beto Rockfeller" novela exibida entre 1968 e 1969!



"Vídeo Arte" - Annie Lennox - "Why" - Por que? - Por que da vida? Por que de nós? Por que de tudo???

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

ESPÍRITO DA ALMA - A ESCOLHA DA FILHA!

A Filha do Patrão - Arthur Azevedo - A Artur de Mendonça

O comendador Ferreira esteve quase a agarrá-lo pelas orelhas e atirá-lo pela escada abaixo com um pontapé bem aplicado. Pois não! um biltre, um farroupilha, um pobre-diabo sem eira, nem beira, nem ramo de figueira, atrever-se a pedir-lhe a menina em casamento! Era o que faltava! que ele estivesse durante tantos anos a ajuntar dinheiro para encher os bolsos a um valdevinos daquela espécie, dando-lhe a filha ainda por cima, a filha, que era a rapariga mais bonita e mais bem educada de toda a rua de S. Clemente! Boas! O comendador Ferreira limitou-se a dar-lhe uma resposta seca e decisiva, um «Não, meu caro senhor» capaz de desanimar o namorado mais decidido ao emprego de todas as astúcias do coração.
O pobre rapaz saiu atordoado, como se realmente houvesse apanhado o puxão de orelhas e o pontapé, que felizmente não passaram de tímido projeto. Na rua, sentindo-se ao ar livre, cobrou ânimo e disse aos seus botões: — Pois há de ser minha, custe o que custar! — Voltou-se, viu numa janela Adosinda, a filha do comendador, que desesperadamente lhe fazia com a cabeça sinais interrogativos. Ele estalou nos dentes a unha do polegar, o que muito claramente queria dizer:
— Babau! — e, como eram apenas onze horas, foi dali direitinho espairecer no Derby-Clúb. Era domingo e havia corridas.
O comendador Ferreira, mal o rapaz desceu a escada, foi para o quarto da filha, e surpreendeu-a a fazer os tais sinais interrogativos. Dizer que ela não apanhou o puxão de orelhas destinado ao moço, seria faltar à verdade que devo aos pacientes leitores; apanhou-o, coitadinha! e naturalmente, a julgar pelo grito estrídulo que deu, exagerou a dor física produzida por aquela grosseira manifestação da cólera paterna.
Seguiu-se um diálogo terrível:
— Quem é aquele pelintra?
— Chama-se Borges.
— De onde você o conhece?
— Do Clube Guanabarense... daquela noite em que papai me levou...
— Ele em que se emprega? que faz ele?...
— Faz versos.
— E você não tem vergonha de gostar de um homem que faz versos?
— Não tenho culpa; culpado é o meu coração.
— Esse vagabundo algum dia lhe escreveu?
— Escreveu-me uma carta.
— Quem lhe trouxe?
— Ninguém. Ele mesmo atirou-a com uma pedra, por esta janela.
— Que lhe dizia ele nessa carta?
— Nada que me ofendesse; queria a minha autorização para pedir-me em casamento.
— Onde está ela?
— Ela quem?
— A carta!
Adosinda, sem dizer uma palavra, tirou a carta do seio. O comendador abriu-a, leu-a, e guardou-a no bolso. Depois continuou:
— Você respondeu a isto? A moça gaguejou.
— Não minta!
— Respondi, sim, senhor.
— Em que termos?
— Respondi que sim, que me pedisse.
— Pois olhe: proíbo-lhe, percebe? pro-í-bo-lhe que de hoje em diante dê trela a esse peralvilho! Se me contar que ele anda a rondar-me a casa, ou que se corresponde com você, mando desancar-lhe os ossos pelo Benvindo (Benvindo era o cozinheiro do comendador Ferreira), e a você, minha sirigaita... a você... Não lhe digo nada!...
II
Três dias depois desse diálogo, Adosinda fugiu de casa em companhia do seu Borges, e o rapto foi auxiliado pelo próprio Benvindo, com quem o namorado dividiu um dinheiro ganho nas corridas do Derby. Até hoje ignora o comendador que o seu fiel cozinheiro contribuísse para tão lastimoso incidente. O pai ficou possesso, mas não fez escândalo, não foi à polícia, não disse nada nem mesmo aos amigos íntimos; não se queixou, não desabafou, não deixou transparecer o seu profundo desgostO. E teve razão, porque, passados quatro dias, Adosinda e o Borges vinham, à noite, ajoelhar-se aos seus pés e pedir-lhe a bênção, como nos dramalhões e novelas sentimentais.
III
Para que o conto acabasse a contento da maioria dos meus leitores, o comendador Ferreira deveria perdoar os dois namorados, e tratar de casá-los sem perda de tempo; mas infelizmente as coisas não se passarão assim, e a moral, como vão ver, foi sacrificada pelo egoísmo.
Com a resolução de quem longamente se preparara para o que desse e viesse, o comendador tirou do bolso um revólver e apontou-o contra o raptor de sua filha, vociferando:
— Seu biltre, ponha-se imediatamente no olho da rua, se não quer que lhe faça saltar os miolos!...
A esse argumento intempestivo e concludente, o namorado, que tinha muito amor à pele, fugiu como se o arrebatassem asas invisíveis.
O pai foi fechar a porta, guardou o revólver, e, aproximando-se de Adosinda, que, encostada ao piano tremia como varas verdes, abraçou-a e beijou-a com um carinho que nunca manifestara em ocasiões menos inoportunas. A moça estava assombrada: esperava, pelo menos, a maldição paterna; era, desde pequenina, órfã de mãe, e habituara-se às brutalidades do pai; aquele beijo e aquele abraço afetuosos encheram-na de confusão e pasmo.
O comendador foi o primeiro a falar:
— Vês? — disse ele, apontando para a porta — vês? O homem por quem abandonaste teu pai é um covarde, um miserável, que foge diante do cano de um revólver! Não é um homem!...
— Isso é ele — murmurou Adosinda baixando os olhos, ao mesmo tempo que duas rosas lhe desfaziam a palidez do rosto.
O pai sentou-se no sofá, chamou a filha para perto de si, fê-la sentar-se nos seus joelhos, e, num tom de voz meigo e untuoso, pediu-lhe que se esquecesse do homem que a raptara, um troca-tintas, um leguelhé que lhe queria o dote, e nada mais; pintou-lhe um futuro de vicissitudes e misérias, longe do pai, que a desprezaria se semelhante casamento se realizasse; desse pai, que tinha exterioridades de bruto, mas no fundo era o melhor, o mais carinhoso dos pais. No fim dessa catequese, a moça parecia convencida de que nos braços do Borges não encontraria realmente toda a felicidade possível; mas...
— Mas agora... é tarde — balbuciou ela; e voltaram-lhe à face as purpurinas rosas de ainda há pouco.
— Não; não é tarde — disse o comendador. — Conheces o Manuel, o meu primeiro caixeiro do armazém?
— Conheço: é um enjoado.
— Qual enjoado! É um rapaz de muito futuro no comércio, um homem de conta, peso e medida! Não descobriu a pólvora, não faz versos, não é janota, mas tem um tino para o negócio, uma perspicácia que o levará longe, hás de ver!
E durante um quarto de hora o comendador Ferreira gabou as excelências do seu caixeiro Manuel. Adosinda ficou vencida. A conferência terminou por estas palavras:
— Falo-lhe?
— Fale, papai.
IV
No dia seguinte o comendador chamou o caixeiro ao escritório, e disse-lhe:
— Seu Manuel, estou muito contente com os seus serviços.
— Oh! patrão!
— Você é um empregado zeloso, ativo e morigerado; é o modelo dos empregados.
— Oh! patrão!
— Não sou ingrato. Do dia primeiro em diante você é interessado na minha casa: dou-lhe cinco por cento além do ordenado.
— Oh! patrão! isso não faz um pai ao filho!...
— Ainda não é tudo. Quero que você se case com minha filha. Doto-a com cinqüenta contos.
O pobre-diabo sentiu-se engasgado pela comoção: não pôde articular uma palavra.
— Mas eu sou um homem sério — continuou o patrão. — A minha lealdade obriga-me a confessar-lhe que minha filha... não é virgem.
O noivo espalmou as mãos, inclinou a cabeça para a esquerda, baixou as pálpebras, ajustou os lábios em bico, e respondeu com um sorriso resignado e humilde:
— Oh! patrão! ainda mesmo que fosse, não fazia mal!


Álbum Alma Espírito!!!

Um clip de nossa peça... Qual música? Como é? Só vendo "Nós Somos Encantados" em novembro aguardem!!!

A irmã Sorriso entra em cena... Quem é ela??? Por que Sorriso??? Em novembro em "Nós Somos Encantados" tudo isso e um pouco mais!


"Vídeo Arte" - Festival TV Tupi - "Beto Rockfeller" - 1968/1969 - Reportagem sobre os 40 anos da novela realizada pela Tv Cultura em 2008!



"Vídeo Arte" - "O Coração Do Bosque" - Onde andas nosso coração??? Qual bosque da vida?? Pedido de Bruno!

terça-feira, 19 de outubro de 2010

O ESPÍRITO - SOMOS OS NOSSOS DEMÔNIOS!!!

Galera mais um trecho do livro “Nas Fronteiras da Loucura” que traz em suas páginas significativas palavras sobre o comportamento humano de nossos espíritos perante a vida de encarnados e como é a repercussão na própria encarnação ou no estado de espíritos desencarnados as conseqüências de nossos atos.

Capítulo 06 – Lições Proveitosas – Um novo trecho do capítulo.

“Moçoilas-objeto e rapazes-negociáveis são vítimas de hábeis exploradores que os aliciam e empurram no pantanal, extorquindo dinheiro de vítimas imprevidentes, enquanto os afogam no lodo, sem possibilidade de salvação. Pessoas responsáveis, portadoras de inquietações que fazem parte do processo de evolução, deixam-se mergulhar na bacanal inconseqüente, sem pensarem no dia seguinte... Raros divertem-se, descontraem-se sadiamente, desde que os apelos fortes dirigem à consumação de todas as reservas de dignidade e respeito nas fornalhas dos vícios e embriaguez dos sentidos. Saturado pelo sofrimento e cansado das experiências inditosas, o homem, por fim, regenerar-se-á ao influxo da própria dor e sôfrego para fruir o amor que lhe lenificará as íntimas inspirações da alma.”

O texto se refere mais diretamente ao carnaval, pois, o livro trata especificamente dos acontecimentos no período do grande feriado de fevereiro ou março e coloca para todos os leitores as situações provocadas pelos encarnados e que automaticamente se ligam aos desencarnados que vivem na mesma sintonia de desequilíbrio. O problema não é o carnaval, mas sim o que o homem faz dele. São dias em que todos resolvem se libertar de suas vidas “aborrecidas” e desvairar de todas as formas. Neste quadro perde-se a noção do bom senso, da responsabilidade, da moral, tudo é permitido. A questão é que a maioria de nós traz no íntimo muitas perversões de todas as formas que estão latentes, entretanto no momento em que abrimos a porta para a tal “liberdade” todas elas podem vir a baila e realizamos nossos desejos mais loucos. Não somos santos, não somos perfeitos, trazemos os demônios em nós, nós ainda somos demônios em certas situações, e há momentos na vida, como no carnaval que deixamos esses demônios serem nossas fantasias e fazemos tudo que sempre acalentamos no íntimo, mas nunca tivemos coragem, e aí muitos podem perder a razão mental, se prejudicarem fisicamente e ocasionar outras situações que levarão para o resto da vida ou das encarnações futuras.
Poucos se seguram e conseguem fazer desses dias, dias saudáveis de aproveitamento e diversão edificante. Muitos encarnados que vivem nessas situações para eles já “normais” tentam e muitas vezes conseguem arregimentar mais encarnados para suas orgias e assim com todos entram em cena vários espíritos desencarnados com sede no mesmo propósito que se aliam as almas encarnadas e a festa esta feita dos dois lados da vida. E muitas conseqüências nascerão para o presente e futuro e cada um terá sua prova ou expiação a passar.
O carnaval deveria e é uma festa de arte, só que hoje em dia essa parte está esquecida, a arte é mera presença, os delírios nossos são o ponto forte da festa, pouco se nota do que é arte, a música não tem mais significado, o ritmo não muda, e o dinheiro é o que conta em toda essa história afinal. Se ganha com os desfiles, com as bebidas, com as drogas e principalmente com o sexo. E aparentemente isso é o “normal”, até quando?
E podemos levar essas palavras para as baladas de fim de semana onde muitos jovens se entregam aos outros sem noção da moral, tudo é permitido, existe disputa de quantos garotos ou garotas serão beijadas, o ficar é recorrente, fica-se com mais de 5 em uma noite e assim vai, fora o consumo de álcool e drogas, e o sexo rola a fora sem limites... Tudo isso é diversão? Saúde? Juventude?
Não é questão de ser moralista, contudo precisamos colocar as coisas em ordem em nossas vidas, não somos santos, nem perfeitos, porém está no momento de cada um parar e pensar quando vamos mudar as coisas, afinal um dia o arrependimento, o cansaço, as dores baterão em nossa porta, será que precisamos esperar o pior acontecer para tomar as atitudes necessárias? Dor ou amor??? Sempre nossa escolha... Nos dias atuais não é fácil escolher... Tentações mil, desejos desregulados, íntimos cheios de sentimentos ansiosos... Estamos em nossas próprias mãos... Escolhamos...




Álbum Alma Espírito!!!

Isso??? Nem vou comentar, só vendo "Nós Somos Encantados" em novembro!!!!

A cozinha maravilhosa de Ofélia! Não nos responsabilizamos pelas receitas apresentadas... "Nós Somos Encantados" em novembro!!!!


"Vídeo Arte" - Festival TV Tupi - "Beto Rockfeller" novela apresentada entre 1968 e 1969! Grande sucesso e a virada da telenovela na televisão!



"Vídeo Arte" - Katy Perry - "Teenage Dream" - Sonho Adolescente - Nossos sonhos ainda são adolescentes? Ou nós que ainda não saímos da adolescência? Sonhos? Que sonhos?

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

CRÔNICA DA ALMA - SOTERRADOS?

Na semana passada o mundo todo parou para ver o resgate dos mineiros presos por 70 dias em uma mina no Chile. Eles ficaram todo esse tempo soterrados enquanto o governo e engenheiros bolaram um plano de salvamento que deu certo e todos saíram vivos. Com certeza foram dias difíceis tanto para eles como para seus familiares, a expectativa do plano ser bem sucedido, a maneira que eles sobreviviam embaixo da terra, tudo isso mexeu com o país, Chile, como com o mundo que acompanhou ao vivo esse resgate. E nesse contexto todos estavam soterrados pela circunstância, eles, as famílias, o governo, na espera do que poderia acontecer. Após o salvamento é uma nova vida para todos e o sufoco terminou para todos os envolvidos. Isso me levou a pensar em quantas coisas nós mesmos soterramos em nossa vida. Sim, deixamos de fazer muitas coisas, sonhamos e não realizamos e nem tentamos, vamos soterrando ideias, sonhos, vontades, planos...
Será que estamos em uma vida soterrada pela nossa própria vontade? Vivemos as mesmas situações, estamos no mesmo espaço, continuamos com os mesmos desejos, porém, deixamos eles soterrados por medo, por falta de coragem, audácia, preconceitos, não mudamos nada, não transformamos nada, mas queremos que haja transformações, novos caminhos. Contudo se não tirarmos a montanha de coisas que colocamos para nos soterrar corremos o risco de sufocar sem oportunidades alguma de salvação.
Qual será a cápsula que irá nos salvar? Nos puxar do buraco em que nos metemos para voltar ver a luz do sol, do dia. Enquanto estivermos soterrados não vemos nada mais a nossa frente a não ser o que já existe e lamentamos, ou seja, estamos cegos, no escuro, enquanto no buraco, não há para onde ir, não há caminho a vista, tudo é sem brilho, sem perspectivas.
Onde está nossa saída? Em nós mesmos, nós somos as cápsulas de nossa salvação. Precisamos movimentar nossa vontade para fazer que subamos e saiamos do nosso buraco onde estamos soterrados. Nossa visão precisa crescer, ver mais adiante, não ter receio de arriscar, enfrentar obstáculos, alguns talvez nos soterrem por momentos, mas é erguer e sair do buraco com a certeza de novas tentativas, a vida é assim há situações em que vamos nos sentir soterrados sem ação, entretanto é uma fase logo em seguida podemos colocar nossa capacidade para sairmos do enrosco e ver uma luz nova que nos proporciona novas direções. O que não podemos é soterrar nossa vida atual como se não houvesse mais chances de resgate. Sempre há alguma cápsula salvadora para que nos puxe de onde nos encontramos, há cápsulas externas que tentam nos resgatar e não podemos esquecer que nós podemos ser nossa própria cápsula de resgate com a esperança em nosso coração para batalhar por melhores dias.
Analisemos se não estamos soterrados por sentimentos, emoções, pensamentos e façamos um resgate urgente de nós mesmos se percebermos algo que não deixe nós ver a luz da vida como se deve, se não conseguirmos por nós, peçamos ajuda a alguma cápsula amiga que com certeza não se negará ao resgate de nossa alma.
Soterrados só se quisermos estar... Basta querer ser regatado e sair do buraco...

Álbum Alma Espírito!!!
Nossa freira cigana em "Nós Somos Encantados". Ela é mais freira ou cigana??? Hum só vendo a peça.... Em novembro!!!
Nosso cameraman em "Nós Somos Encantados" ensaio com qualidade... De demora e tempo... Qual a duração da peça??? Sabe que não sei... Em novembro!


"Vídeo Arte" - Festival TV Tupi - "Antônio Maria" novela de 1968 abertura de um de seus capítulos!


"Vídeo Arte" - Santa Esmeralda - "Don´t Let Me Be Misunderstood" - Não me deixe confuso - Quando ficamos confusos?? O que causa confusão em nossas vidas?? Nós somos a confusão?? Música que compõe a trilha de "Nós Somos Encantados"

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

ESPÍRITO EM CENA - TEMPO, TEMPO, TEMPO!!!

Nossos ensaios renderam muito nesta semana que passou, aproveitamos o feriadão e ensaiamos de domingo à terça. E que diferença faz ensaiar em dias seguidos, como o espetáculo cresce e conseguimos acertar cenas e interpretação mais rapidamente. Tudo vai tomando forma.
No domingo terminamos de encenar as últimas cenas que vai da 15 a 18, repassamos muitas vezes algumas cenas dentro das cenas, porque há várias situações dentro de uma cena inteira, a 15 que engloba as novelas da década de 70, tem reviravoltas, entrada e saída de personagens, tudo muito rápido e com sentimentos e emoções bem diferenciadas. Muitos detalhes a serem trabalhados em cada ator juntamente em cada cena, todos nós precisaremos de muita concentração, atenção em toda a peça. Marquei muitos pontos necessários nessas últimas cenas. Depois falamos sobre o que falta em nosso figurino, cenário, os acessórios e detalhes da divulgação, ingressos, cartazes, afinal tudo isso sai do nosso bolso e dinheiro....
Na segunda ensaiamos na sala de casa mesmo, e pela primeira vez passamos a peça toda ainda com todos lendo o texto. O tapete da sala foi o palco e que susto a peça na íntegra ficou cronometrada em 3 horas. Como fizemos um intervalo para o almoço, ficamos na seguinte situação, da cena 01 à 10 a duração foi de 1 hora e 40 minutos. Logo depois do recreio passamos da cena 11 à 18 tivemos a duração de 1 hora e 20 minutos, estouramos todo o tempo possível. Claro aqui conta a falta de texto decorado, o espaço, e tudo mais, contudo constatamos que “Nós Somos Encantados” está enorme. O que fazer? Bem no início pensei em até adiar a estreia deste ano para o outro, porém, eu não gosto de começar um trabalho em um ano para continuar em outro, corta, e quando volta parece que não fizemos nada, o melhor então é cortar algo, mas o quê? Primeiro é todos os atores estudarem o texto e decorar as falas, isso já corta tempo, outra é reduzir algumas cenas ou cortá-las por inteiro, um jeito temos que dar para que fique um bom espetáculo na medida certa. Bem ainda tínhamos o ensaio da terça para fazer ajustes e ver o que realmente deveríamos fazer, eu particularmente não gostaria de cortar nada. Contudo se não houver outra forma teremos que arredondar mais a peça. Agora é estudar muito o texto.
Na terça ensaiamos no salão de festa do prédio, a dança do espaço é natural para uma Cia de teatro, cada ensaio está em um lugar. O salão de festas já virou nossa sala de ensaio há muito tempo. Um espaço bom e que pudemos realizar mais do que nos outros dois ensaios. Comecei com aquecimento e peguei algumas cenas mais delicadas em ação e movimento de atores e marquei novos tempos, novas diretrizes e repassamos muitas vezes, antes pedi que cada um durante um minuto representasse a personagem que tem maiores dificuldades para interpretação para que trabalhasse o sentimento, o físico, emoção, deixar fluir, foi um resultado regular, nem todos conseguiram, outros ficaram no meio do caminho e alguns conseguiram deixar a personagem acontecer, normal no processo, mas preciso que todos sintam as personagens e façam elas viverem no palco. Como disse repassei os movimentos de certas cenas e então começamos o ensaio com o propósito de encurtar a duração.
O ritmo foi outro, a energia diferente, começamos no pique e novamente fizemos da cena 01 à 10 e dessa vez a duração foi de 1 hora e 20 minutos, 20 minutos foram cortados só no pique das cenas sem necessidade de cortes no texto. Parada para a barriga ser alimentada e voltamos para fazer da cena 11 à 18, e para nosso alívio fechamos em 59 minutos, cortamos 21 minutos e assim ao total ficamos com 2 horas e 19 minutos sendo que esses 19 minutos é texto lido, não decorado, quando todos nós estivermos com o texto na boca esses 19 minutos sumirão, assim espero. Ensaiar todos os dias faz uma diferença brutal em todos os sentidos, o tempo melhorou a interpretação de todos começa a ganhar mais ação, vida, a estrutura do espetáculo fica mais visível, no ensaio de terça deu para ver que “Nós Somos Encantados” funciona muito bem. E ainda tende a ficar muito melhor. Decidimos algumas coisas e todos nós nos comprometemos a estar com o texto decorado e afiado até dia 24 para que tenhamos tempo suficiente para ler e estudar todas as nossas personagens. Agora é ver o que falta para o figurino, cenário, detalhes e ensaiar muito nos próximos domingos, feriados, sábados para que dia 6 de novembro estejamos bons, no pique, no tempo certo.
Fico a pensar na peça todos os dias, nos detalhes nas mudanças que posso fazer na direção e como fazer os atores serem melhores em suas interpretações, vivo teatro mais do que 24 horas por dia, é pensamento corrente na alma, espírito vibra palco, personagens, atores, cenas, quanto ainda preciso fazer para que essa peça melhore muito, não paro de pensar em cada cena, em cada movimento, em cada detalhe, teatro toma conta do ser diretor em tempo integral, quanto a aprender ainda... Tenho muito chão para saber dirigir com maestria e saber tirar o máximo de todos os atores... Sempre olhar para frente, para os lados, para dentro de mim e de cada um, o olhar me dá respostas para muitas soluções que eu preciso, não estou sozinho, mas como diretor no meu habitat tudo corre somente em mim, só meu espírito sabe o que se passa entre eu o diretor e o espetáculo que está em geração...

SOM & FÚRIA!!!

Álbum Alma Espírito!!!


Quase todo elenco em cena... Que muvuca... Onde vamos parar??? Isso promete... "Nós Somos Encantados" dia 6 de novembro!!!!

Todas as gerações em cena!!! Tem personagem para todos e ainda sobra!!! "Nós Somos Encantados" em novembro!!!


"Vídeo Arte" - Festival TV Tupi - "Antônio Maria" novela de 1968, um grande sucesso de audiência!


"Vídeo Arte" - Taio Cruz - "Dynamite" - Dinamite - Nossa vida pode virar dinamite??? Onde vamos colocar dinamite? Em quem???

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

ALMA CULTURA - CLARICE POR BETH!

A Clarice de Beth Goulart
Atriz volta a São Paulo com monólogo premiado.
Visto por mais de 80 mil pessoas, "Simplesmente Eu, Clarice Lispector" com Beth Goulart, está de volta ao cartaz em São Paulo. A atriz, que também assina adaptação do texto e direção, conquistou dois prêmios de interpretação: o Shell 2009 e o APTR (Associação dos Produtores de Teatro do Rio de Janeiro).
Com supervisão de Amir Haddad, o monólogo faz um retrato extremamente pessoal da escritora, onde Beth interpreta a autora e quatro de suas personagens. “Elas representam algumas facetas da própria Clarice", comenta a atriz. Em entrevista, ela fala sobre a peça ,que já passou por várias cidades do Brasil, novos projetos e o fascínio que a autora Clarice Lispector lhe desperta a cada dia.

'Simplesmente Eu, Clarice Lispector' já percorreu quantas cidades?
Foram muitas desde a estreia em Brasília. Estivemos no Rio de Janeiro em temporadas diferentes, 13 cidades do Rio Grande do Sul, Curitiba, Belo Horizonte, Juiz de Fora e São Paulo, onde estamos fazendo a segunda temporada. E já temos agenda marcada para Vitória, Olinda e Recife. É uma alegria ter um projeto que interessa às pessoas. Fizemos uma participação especial na Bienal do Livro e faremos também uma performance na Bienal Internacional de Arte de SP, mais para o fim do ano.

Por que a peça causa tamanho interesse?
A peça é sobre uma autora que fala profundamente à alma das pessoas, isso se deve muito a obra da Clarice. É uma autora especial, com muitos admiradores e acho que as pessoas querem de alguma foram se aproximar deste mistério, desta magia que a literatura da Clarice nos traz. Propõe um olhar para dentro da gente para olharmos melhor para fora, nos tornamos mais sensíveis e perceptíveis ao que está no nosso entorno.

Clarice é conhecida como a autora inacessível. Você conseguiu se aproximar dela?
Consegui essa proximidade por meio de meu coração, A forma mais profunda de acessar Clarice é através do sentir. Ela costumava dizer que gostaria que a sua literatura fosse um sentir. Suas histórias estimulam a nossa sensibilidade. A escritora queria que as pessoas a entendessem mais sentindo do que analisando sua obra. Segui essa orientação e busquei chegar próxima a Clarice pelo sentimento. Talvez por isso a peça funcione tanto: é uma linha direta de coração para coração.

Consegue eleger um livro da autora?
É difícil, mas talvez o mais especial seja “Uma aprendizagem ou O Livro dos Prazeres” . È a história de uma professora primária que marca um encontro com um professor de filosofia. Mas ele lhe propõe um desafio: não quer que ele viva encontro fugaz,mas que se prepare para encontro de amor. Para isso precisa observar as coisas da vida, ela terá de se conhecer melhor, se perceber. Neste processo de entendimento e de amor faz professora uma se tornar uma outra pessoa. A obra está muito presente no espetáculo.

Não é a primeira vez que escreve, dirige e encena uma obra. É mais fácil quando seu olhar está presente desde a concepção do texto?
É uma busca de uma linguagem própria, tenho essa inquietação artística desde muito cedo. Isso começou em 91, quando levei ao palco “Pierrot Marie”. Já tinha essa busca pessoal, isso veio ao longo do tempo amadurecendo, fiz “Dorotéia Minha” (2002), para se chegar ao espetáculo de hoje. A direção me interessa, tenho outros projetos, mas acho que sou um pouco cobaia das minhas idéias. Precisava ter experimentado como atriz para ter discernimento e amadurecimento de linguagem para desenvolver um trabalho com outra pessoa.

Pensa em viver outra grande personagem?
Tenho um projeto sobre as grandes mulheres brasileiras. A próxima mulher que lanço meu olhar como dramaturga e diretora será Tina Ciata, a mãe do samba. A próxima que irei interpretar daqui a alguns anos será Dulcina de Moraes.

O que Clarice mudou em você?
A Clarice muda a gente todos os dias. Lidar com uma palavra tão forte como a dela mexe dentro da gente. Ninguém lê esta autora impunemente: ela te obriga a se perceber um pouco mais. E este olhar para dentro é cada vez é diferente, se transforma e, consequentemente, lhe transforma.



Álbum Alma Espírito

Eles são espíritos em cena, mas parece que ainda não se tocaram disso... "Nós Somos Encantados" em novembro aguardem!!!!
Cena de tensão, romance, intensas emoções... Mas parece comédia... "Nós Somos Encantados" em novembro!!!


"Vídeo Arte" - Festival TV Tupi - "O Jovem Doutor Ricardo" em 1957 sem som! Raras imagens!


"Vídeo Arte" - Beth Goulart em "Simplesmente Eu, Clarice Lispector"

quarta-feira, 13 de outubro de 2010

ESPÍRITO DA ALMA - EU CAIBO NUMA CALÇA 40!

Moema, Zona Sul de São Paulo. Bianca sai de casa atrasada. Não pensa sequer em olhar para os dois lados antes de atravessar a rua. Sabe apenas que está atrasada e atrasos não fazem parte de seu itinerário. A calça justa não ajuda seus movimentos. Ela aperta suas coxas e lhe dá a sensação de que, por mais que corra, jamais sairá do lugar. E realmente ela nunca mais sairá da neura em que se instalou. A calça de número 43 é sua nova fixação. Quer destruí-la, quer acabar com ela, quer ser o Bush da calça. Por isso usa uma 40. Uma 40 que não lhe cabe. Uma 40 que lhe aperta as coxas e prepara campo para estrias e celulites. Estrias e celulites que lhe seriam releváveis, caso coubesse numa calça de número 40.
Pega um ônibus e entra afobada esperando que o motorista seja rápido e mal educado, não parando em metade dos pontos que lhe derem sinal. Infelizmente o motorista era ético. Parava em todos os pontos. Ético e lerdo. O relógio não parava de correr enquanto ela cantarolava, transtornada, Cazuza. “O tempo não pára. Não pára não, não pára!”. Chegou ao seu destino, meia hora atrasada. A calça 40 que usava já estava esticada a ponto de ser maior que uma 43. Possivelmente estava com a traseira rasgada, mas não se importou. Corria para ver se sua ambição já tinha sido arrematada. Correu e olhou a vitrine. Um sorriso estampou seu rosto ao ver que a calça azul de número 40 ainda não tinha sido comprada. Estava há 2 semanas admirando aquela calça 40. Uma calça que se recusava a comprar para que não a usasse e a estragasse. Uma calça azul escuro com brilhos discretos na bainha e um fecho dourado sem brilho e com um botão cravejado de falsos brilhantes. Tinha uma costura perfeita, sem linhas expostas, sem artes psicodélicas pseudo-modernas... Era uma calça simples e elegante, que cairia bem com qualquer jaquetinha preta ou com qualquer blusa Chanel que tivesse em seu guarda roupa. Não era uma Dolce&Gabbana, nem uma Gucci. Uma Chanel muito menos. “Chanel tinha horror a calças com brilho”, pensou. Era uma calça sem grife, sem marca, sem nome, sem dono. Ou melhor, tinha um dono. Bianca. Ela era sua dona por direito. Sabia que aquela calça fora feita especialmente para ela, sabia que ninguém poderia usá-la senão ela, sabia que se alguém a comprasse não saberia em que ocasiões usá-la. Enfim, era uma calça feita quase sob medida. O problema é que era 40 e, como já sabemos, Bianca tinha problemas com calças de número 40. Se achava mais magra por poder usá-las, mas no fundo sabia que estava mais gorda por ter toda aquela barriga saindo para fora. Mas estava decidida! “Vou emagrecer, vou caber nesta calça 40! Nem que pra isso eu tenha que fazer um pacto com o diabo!”. Não acreditava no diabo. Sabia que ela mesma deveria ser mil vezes pior que aquele que todos temiam. Já que a calça ainda estava ali decidiu voltar pra casa e lidar com sua dieta maluca que tirou de uma revista de beleza qualquer que achou escondida atrás dos livros de antropologia do padrasto. Estranho? Quem somos nós para julgá-lo?
Chegou em casa e correu para a cozinha. Preparou um prato de mamão, açúcar, banana, e bolachas de água e sal. Pegou um copo D’água e foi para o quarto. Leu em algum lugar que se comesse frutas com açúcar seguida de bolacha de água e sal seus organismos gastariam tanto tempo tentando digerir aquela loucura culinária que acabariam por desaparecer aos poucos e, com eles, sumiria a gordura. Também não podemos julgá-la. O desespero nos leva ao extremo do ridículo. O copo D’água era apenas um consolo, caso sua experiência não conseguisse ser digerida. Bianca estava esperançosa. Sabia que queria aquela calça e sabia que a conseguiria. Nenhum vendedor teria coragem de vendê-la. Todos já conheciam Bianca, que passava no mínimo duas horas por dia (e sete dias por semana) admirando e monitorando aquela calça. Todos a chamavam de “Garota da Vitrine”, porque eles a viam apenas pela vitrine. Nunca entrou na loja. Nunca tocou na calça. Mas sempre soube que era de número 40 e que deveria ser sua. Preço? Não se interessava pelo preço, afinal o cartão de crédito mágico do padrasto pagava tudo com um dinheiro que vinha de certas ilhas não identificáveis no mapa (quem somos nós para culpá-lo?).
Sempre soube que a calça seria sua. Consultou uma cartomante que jogou as cartas e disse-lhe: aquela calça que você tanto deseja será sua. Só o que a cartomante não foi capaz de precisar foi o número da calça que, de acordo com ela, era impossível de ser precisado pelas cartas. Os dias que se seguiram foram de total dedicação. Comia todos os dias mamão, açúcar, banana e bolachas de água e sal. Passou a desprezar batatas fritas, lanches do Mcdonalds, massas e qualquer outra fruta que não fosse aquela prevista em dieta. Não fazia exercícios físicos porque não queria que seus quadris alargassem. Comia e aguardava que a dieta fizesse resultado.
Um mês e meio após o início da dieta decidiu que era hora de comprar a calça. Era hora de vestir em seu corpo aquela calça 40 que lhe caberia como uma luva. Saiu correndo de casa, pegou o primeiro ônibus que apareceu e deu sorte. O motorista não tinha ética. Parava apenas em pontos que lhe fossem interessantes parar e estava despreocupado com a velocidade mínima no trânsito. Chegou na loja sabendo que seu dia estava perfeito. Entrou e foi cumprimentada por um dos vendedores, enquanto os outros cochichavam. “Será que hoje é o grande dia?” “Será que ela finalmente criou coragem?” “Será que aquela calça irá lhe servir?”. Pediu a calça da vitrine e correu para o provador. A calça demorou alguns segundos para chegar. Segundos que pareceram horas e horas que pareciam dias e por aí vai. Pegou a calça e a encarou. Olho no olho. Era hora da verdade. “Agora somos só nós duas calça. Eu e você. Sem cintas. Só você e eu!”. Despiu a calça que vestia com muita dificuldade. Iniciou o ritual do vestuário. Colocou a perna direita. Subiu a calça. Seguiu-se a perna esquerda. A calça não subia mais. Tentou com todas as forças e nada até que, com muito esforço e suor, conseguiu que a calça lhe entrasse. Olhou-se no espelho e uma lágrima caiu de seu rosto. “Eu caibo numa calça 40! Eu caibo numa calça 40!” gritava chorando de felicidade. Saiu do provador pulando e gritando “eu caibo numa calça 40! Eu caibo numa calça 40!”. Encarou um vendedor com um sorriso no rosto e disse-lhe: “eu caibo nessa calça! Eu caibo nessa calça 40!”. O vendedor disfarçou um sorriso sem graça. Ela gritava por toda a loja e todos os vendedores se entreolhavam sorrindo até que um deles, comovido pela pobre moça, acalmou-a e sussurrou em seu ouvido: “Essa calça é 45”.
(Texto de Bruno Cavalcanti)

Álbum Alma Espírito!!!
Aqui Raquel afronta Ruth, o mal e o bem, quem vencerá??? "Nós Somos Encantados" em novembro!!!
Duas em uma, aqui Janaina é Ruth de "Mulheres de Areia"... E ela também é Raquel... Como isso no palco, ao vivo??? Aguardem "Nós Somos Encantados"!!!


"Vídeo Arte" - Festival TV Tupi - Sítio do Pica Pau Amarelo - Tupi 1957!


"Vídeo Arte" - Malika Ayane - "La Prima Cosa Bella" - A primeira coisa bela - O que é belo em nossa vida? O que parece belo não é e o que não parece é?