sexta-feira, 2 de outubro de 2009

ESPÍRITO É CULTURA - ZOOLÓGICO DE ALMAS!!!

Há pessoas que são como o vidro, frágeis, qualquer esbarrão, encontro ou queda pode partir-se em mil pedaços! Parece que em certos momentos da vida todos nós somos de vidro e podemos nos quebrar de uma hora para a outra.
E como catar os cacos???
Às vezes demora tempo para recolhermos os restos, em alguns casos mais graves pode demorar anos, séculos, vidas... Depende da situação e claro da reação de cada um para colar os cacos e seguir adiante superando o acontecido e aos poucos os remendos, as lascas vão desaparecendo e o vidro fica como cristal novo.
E que essa nova aparência seja de reforma para que quando a vida esbarrar no vidro ele não quebre tão fácil seja mais resistente as pancadas da vida. Porque esbarrões, trombadas e surras da vida ainda levaremos, se nosso vidro não for duro o suficiente vamos sempre nos partir em mil pedaços e não podemos ser eternamente frágeis.
A vida vai rolando e a cada situação que nos dá pede força, agilidade, energia, vontade para que nada se arrebente tão fácil, vamos ganhando experiência com o tempo e nosso vidro mais forte fica e as novas pancadas da vida acabam por bater e voltar sem grandes danos, podemos ser de vidro, mas sólidos e firmes!!!

No domingo fui assistir à peça “O Zoológico de Vidro” de Tennessee Williams, a mesma peça já foi montada várias vezes com o nome de “À Margem da Vida”. Nesta nova leitura ganhou nova tradução de Marcos Daud com direção de Ulysses Cruz e um elenco ótimo. Trilha sonora perfeita e cenário delicado como uma pintura.
A peça nos traz a história da família Wingfield, Amanda (Cássia Kiss), e seus dois filhos Tom (Kiko Mascarenhas) e Laura (Karen Coelho) e há ainda uma outra personagem Jim (Erom Cordeiro), amigo de Tom.
Uma família com problemas como qualquer outra, a mãe abandonada pelo marido, o filho com um emprego em uma fábrica de sapatos, a filha aleijada que não faz nada por se achar uma infeliz e o amigo de Tom quem sabe um pretendente para Laura e talvez a salvação da família.
Neste núcleo a mãe autoritária consegue manipular todos. Tom tenta se desvencilhar desta vida com sonhos de sair de casa e seguir seu rumo. Laura coleciona figuras de vidro, animais com que fala e sonha, todos tão frágeis assim como as personagens desse drama que estão prestes a se quebrarem mediante as angústias, sofrimentos e mágoas que carregam em seu interior.
A encenação é de primeira, os atores desfilam em cena suas personagens com maestria, cada uma tem algo de nós, sim é muito fácil se achar nessas personagens tão humanas, tão fortes, exalam vida, energia e fraqueza também.
As cenas são de pura arte, como se os atores dançassem em cena, há uma leveza na montagem que surpreende mediante ao texto forte, tudo muito delicado como vidro que pode quebrar a qualquer deslize de movimento.
A construção das personagens está perfeita, Cássia Kiss faz de sua Amanda a típica mãe abandonada pelo marido que vive de vender assinaturas de uma revista feminina e que quer o bem dos filhos custe o que custar, mas no fundo os ama apesar de suas atitudes bruscas. Consegue ser cômica, dramática, leve, frágil e forte, ela toma conta do palco como grade atriz que é, mas com humildade e simplicidade. Kiko Mascarenhas dá a seu Tom um ar de comédia, mas é no drama que ele brilha, nas angústias de um jovem que escreve, porém vive preso entre a família, o trabalho e seus sonhos. Karen Coelho baila em nossa frente com sua delicadeza em todas as cenas, ela faz uma Laura frágil como vidro, mas que está partida por não aceitar seu defeito físico escondendo-se em casa. Erom Cordeiro faz de seu Jim o típico galã aventureiro, alegre, brincalhão, que traz a vida sem bloqueios, ele consegue segurar muito bem a personagem envolvendo-se com todas as outras e traz consigo algo também que pode se quebrar.
A direção é perfeita, Ulysses Cruz consegue transportar para o público todos os sentimentos das personagens, há uma grande interação de emoção entre atores e platéia, ao final parece que levamos uma facada no peito de tão forte os sentimentos deixados no ar.
Uma tradução com ótimo texto, contemporânea apesar da peça se passar na década de 30 e esse drama ter estreado em 1944, consegue ser bem atual e mostrar que o núcleo familiar continua apesar de toda modernidade ser o traço forte de todos nós vidros frágeis que tentamos resistir as tempestades da vida.
Não percam essa encenação, toca os sentimentos e é teatro de primeira linha.
Em Cartaz no teatro Raul Cortez, Rua Dr. Plínio Barreto, 285, Bela Vista. Sexta e sábado às 21 horas e domingo às 19 horas. Ingressos promocionais nas sextas e domingos R$ 20,00! Vale muito a pena!!!!

Galera a semana acabou!!!! Que possamos curtir os dias que virão com muita vontade e energia!!!!

Vidros são para serem admirados não só na sua beleza, mas na sua fortaleza viva e iluminada!!!! Adquira ingressos no site http://www.chequeteatro.com.br/

Álbum Cia. de Artes Monteiro Lobato!!!!
Loucura geral no elenco e final de peça, que peça???? Boa pergunta!!!!
A muvuca no palco, isso é uma dança??? Sim de tribos...

Uma imagem para ficar gravada nos palcos dos teatros!!!! Ser ou não ser peruqueiro???

Juca ainda impressionado com seu novo look no cabelo!!!! Haja chapinha na peruca!!!




"Vídeo Arte" - Glenn Medeiros - "Nothing Gonna Change My Love for You" - Nada irá mudar meu amor por você! Quantos amores nós temos neste zoológico da vida??? Um pedido de Márcia.


"Vídeo Arte" - Cenas de "O Zoológico de Vidro"!!!!!


"Vídeo Arte" - Mais cenas de "O Zoológico de Vidro" !!!!!


"Vídeo Arte" - "O Zoológico de Vidro" !!! Imperdível!!!!

2 comentários:

luciana disse...

Vidros, somos todos como vidro, uns quebráveis outros inquebráveis.
Tem dias que precisamos juntar os caquinhos de nós, cada ssituação que passamos que ficamos todos em cacos, mas temos que ser fortes para levantar.
Um bom fim de semana a todos.
bjs

Jeferson disse...

Eu assisti essa peça.
Legal