quinta-feira, 29 de abril de 2010

ALMA CULTURA - SOMOS ARENA!!!

Propagador da dramaturgia nacional

Grupo Teatro de Arena reuniu os mais célebres artistas do teatro brasileiro.
Um dos mais importantes grupos teatrais brasileiros fundado na década de 50, o Teatro de Arena de São Paulo foi celeiro de grande atores, diretor e dramaturgos do teatro nacional, como Gianfrancesco Guarnieri, Augusto Boal, Milton Gonçalves e José Renato Pécora. Em quase duas décadas de existência, levou ao palco peças ícones da nossa arte e um expressivo número de artistas comprometidos com um teatro político e social.

A estreia da companhia ocorreu em 1953 com a peça “Esta Noite É Nossa”, nos salões do Museu de Arte Moderna (MAM), com José Renato, Geraldo Mateus, Henrique Becker, Sérgio Britto, Renata Blaunstein e Monah Delacy. O teatro foi fundado para ser uma alternativa à cena; um local onde fosse possível a realização de produções de baixo custo, algo que ia na contramão do que ocorria na época com o TBC (Teatro Brasileiro de Comédia).

Inicialmente, as produções ocorriam em espaços improvisados, como clubes, fábricas e salões. No final do ano, o grupo inaugurou sua sala, situada na Rua Teodoro Baima. Em 1958, passando por momentos econômicos difíceis, quase chegando a ser extinto, a chegada de Giafrancesco Guarnieri, um jovem ator e dramaturgo que acabara de escrever “Eles Não Usam Black-Tie”, trouxe ao grupo uma revitalização.

Com isso, houve o início da fase de Seminários de Dramaturgia, com o objetivo de revelar novos autores brasileiros e através do qual importantes nomes como Oduvaldo Vianna Filho, Flávio Migliaccio, Riva Nimitz e Milton Gonçalves, vindos do Teatro do Estudante, foram revelados. Nessa fase o Arena passa a contar com a colaboração de Flávio Império nos cenários e figurinos.

Novos textos exigiam um novo estilo de interpretação, mais próximo dos padrões brasileiros. Entre 1958 e 1960, o Arena encenou diversas peças escritas pelos integrantes da companhia, em um movimento de nacionalização do teatro e da politização da discussão da realidade brasileira. "Acredito que a partir do Arena o público começou a tomar conhecimento da importância da dramaturgia brasileira, porque antes isso não era muito notado. Até 80% do repertório da época era feito de peças estrangeiras”, relembra o diretor José Renato. “Depois de 64, 65, isso mudou completamente, com 80% do repertório de peças nacionais, para benefício do teatro brasileiro”.

A fase seguinte teve influência do estágio que José Renato fez Théâtre National Populaire, na França, trazendo ao grupo uma nacionalização dos clássicos. Em 1961, quando “Eles Não Usam Black-Tie” seguiu para o Rio de Janeiro, Oduvaldo Vianna Filho e Milton Gonçalves saíram da companhia e fundaram o movimento dos CPCs - Centros Populares de Cultura, junto à União Nacional dos Estudantes (UNE). José Renato deixou o grupo em 1962 e assumiu a direção do Teatro Nacional de Comédia (TNC).

O golpe militar de 1964 fez com que a companhia repensasse seu repertório, para driblar a censura que proibia a representação de peças brasileiras realistas. Com grande influência de Bertolt Brecht, espetáculos como “Arena conta Zumbi” e “Arena conta Tiradentes”, ambos de Boal e Guarnieri, traziam todos os atores representando quase todos os personagens, conhecido como o Sistema Coringa de atuação (método dramatúrgico criado por Boal).

Em 68 e 69, o grupo passa por duas experiências frustradas. “O Círculo de Giz Caucasiano” não passou da estreia e “La Moschetta” foi um fracasso. O uso do Sistema Coringa se dispersa, Augusto Boal estava dividido entre muitos compromissos e o clima político atrapalhava muito. Tudo isso levou Guarnieri a sair do grupo, deixando a tarefa nas mãos de Boal.

A partir de 1969 o Núcleo 2 do Arena foi desenvolvido e o teatro passa a ser administrado pelo ator Luiz Carlos Arutin. Em 1971, enquanto montava “Arena Conta Bolívar”, Boal foi preso, seguindo para o exílio – onde começa a desenhar o Teatro do Oprimido. A Ditadura Militar e o Ato Institucional nº 5, o AI-5, impediram a continuidade destas experiências, fazendo com que a trajetória do Arena fosse interrompida em 1972.

O espaço foi comprado pelo extinto SNT – Serviço Nacional de Teatro, no ano de 1977. Passaram pelo Arena importantes nomes do teatro nacional, tais como Paulo José, Juca de Oliveira, Myriam Muniz, Isabel Ribeiro, Lima Duarte, Dina Sfat, Joana Fomm, Renato Consorte, Lélia Abramo, Dulce Muniz e Hélio Muniz. Hoje o Teatro de Arena é conhecido como Teatro Experimental Eugênio Kusnet, recebendo grupos que pesquisam linguagens teatrais.

Fonte: www.agentesevenoteatro.com.br

Sempre bom saber o que houve dentro da trajetória teatral brasileira. O teatro de Arena foi uma iniciativa que durante anos deu frutos onde a experimentação de ator, diretor, de dramaturgia aconteceu com ideais de mudar o que até aquele momento muitos viam como teatro.
Abriu um campo maior para a atualidade brasileira, os textos nacionais ganharam espaço e causaram impacto no público.
Um grupo persistente que lutou pelo que acreditava, deu o que tinha e o que não tinha para que seus sonhos fossem realizados e que uma mudança social e política partissem das peças ali representadas.
Cada um fez o máximo que podia, obstáculos atravessaram o caminho do Arena, mas mesmo assim se renovou, buscou novas alternativas, venceu as barreiras e deixou muitos talentos que até hoje estão no teatro ou na TV, outros já estão do outro lado da vida e com certeza continuam a ser corajosos, persistentes e sonhadores com seus ideais.
Fazer teatro aqui em nosso país é assim tem que ser lutador, persistente, acreditar no ideal, buscar, procurar, e principalmente não ser nada normal, precisamos de muita loucura para levar o teatro sempre avante, o palco pede que existam verdadeiros guerreiros para abrir caminhos para a arte teatral continuar viva e provocando discussões, deixando dúvidas, movimentando o social, o político, a religião, ou seja, o teatro precisa movimentar a mente da plateia, mostrar a todos que estão vivos!!!

Teatro e loucos tudo a ver!!!


"Vídeo Arte" - "As Notas" - Cena 03 - Dança - Um sonho, um pesadelo, uma loucura! Loucura é nós dançando!!!! O público foge!!!


"Vídeo Arte" - Markus Enochson with Masaya - "For You To See" - Para você ver - Nós temos que ver tantas coisas, será que enxergaremos o que realmente precisamos ver???

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