quinta-feira, 12 de agosto de 2010

ALMA CULTURA - SÉRGIO BRITTO

Biografia – Sérgio Britto (1923)

Sérgio Pedro Corrêa de Britto (Rio de Janeiro RJ 1923). Ator, diretor e produtor. Um dos fundadores do Teatro dos Sete nos anos 1950, participa ativamente de importantes realizações cênicas dos anos 1960 e 1970. Nos anos 1980, é um dos sócios do Teatro dos Quatro e, nos 1990, realiza uma série de espetáculos musicados à frente do Teatro Delfim. Forma-se em medicina, em 1948, mas não exerce a profissão. Em 1945, faz sua primeira experiência teatral, interpretando Benvólio na montagem de Romeu e Julieta, de William Shakespeare, no Teatro Universitário - TU, dirigida por Esther Leão. Em 1948, no Teatro do Estudante do Brasil - TEB, faz Horácio na histórica encenação de Hamlet, de William Shakespeare, que consagra Sergio Cardoso no papel-título.
Em 1949, profissionaliza-se, fundando, com Sergio Cardoso, o Teatro dos Doze que, durante sua fugaz existência, tem Ruggero Jacobbi e Hoffmann Harnisch como diretores. Em 1950, vai para uma companhia paulista encabeçada por Madalena Nicoll, onde atua em Electra e os Fantasmas, de Eugene O'Neill, entre outros desempenhos, e realiza sua primeira experiência de direção, montando, em parceria com Carla Civelli, O Homem, A Besta e A Virtude, de Luigi Pirandello. Em 1952, excursiona com o elenco do Teatro Popular de Arte - TPA, atuando em Manequim, de Henrique Pongetti, com direção de Eugênio Kusnet, entre outras.
Em 1953, participa do primeiro elenco profissional do Teatro de Arena atuando em Esta Noite é Nossa, de Stafford Dickens, direção de José Renato; e dirigindo Judas em Sábado de Aleluia, de Martins Pena. Em 1954, ainda no Arena, tem um elogiado desempenho em Uma Mulher e Três Palhaços, de Marcel Achard. Volta, em 1955, à companhia de Sandro Polloni, agora como Teatro Maria Della Costa - TMDC, para uma série de desempenhos decisivos, em cinco espetáculos dirigidos por Gianni Ratto, mestre que influencia sua evolução artística: O Canto da Cotovia, de Jean Anouilh; Com a Pulga Atrás da Orelha, de Georges Feydeau; Mirandolina, de Carlo Goldoni; A Moratória, de Jorge Andrade; e A Ilha dos Papagaios, de Sérgio Tofano.
Em 1956, transfere-se para o Teatro Brasileiro de Comédia - TBC, já na fase de declínio da companhia, em que atua em A Casa de Chá do Luar de Agosto, de John Patrick, com direção de Maurice Vaneau, 1956; no ano seguinte, Rua São Luís, 27 - 8º Andar, de Abílio Pereira de Almeida, encenação de Alberto D'Aversa; e Um Panorama Visto da Ponte, de Arthur Miller, outra direção de D'Aversa, sua última incursão no conjunto.
Em 1959, junta-se a Gianni Ratto, Fernanda Montenegro, Fernando Torres e Ítalo Rossi, dissidentes da companhia paulista, e fundam o Teatro dos Sete, que vem a ser uma das mais importantes companhias filhotes do TBC. Sob a direção de Ratto, é ator em O Mambembe, de Artur Azevedo e José Piza, 1959; A Profissão da Senhora Warren, de Bernard Shaw, 1960; no mesmo ano, O Cristo Proclamado, de Francisco Pereira da Silva; e Festival de Comédia, 1962, que lhe vale todos os principais prêmios do ano, pela composição de papéis estilisticamente diferenciados em peças curtas de Cervantes, Molière e Martins Pena.
Fora da companhia, ainda sob o comando de Gianni, faz Meu Querido Mentiroso, de Jerome Kilty, 1964, um virtuosístico dueto de câmara com Nathália Timberg, que a mesma dupla retomará 24 anos depois, numa remontagem de 1988; e Santa Joana, de Bernard Shaw, com direção de Flávio Rangel, 1965. No mesmo ano, volta ao Teatro dos Sete para o espetáculo de despedida do conjunto, Mirandolina, de Carlo Goldoni.
Com o fim do Teatro dos Sete, associa-se a Fernando Torres e Fernanda Montenegro para bem-sucedidas montagens como O Homem do Princípio ao Fim, de Millôr Fernandes, e Volta ao Lar, de Harold Pinter, 1968.
Desfeita também essa companhia, funda, no Teatro Senac, a sua própria empresa, a Sergio Britto Produções Artísticas. Ali, através de três espetáculos dirigidos por Amir Haddad, o ator mergulha nas novas tendências de representação e encenação, e dá uma guinada em sua carreira, rumo ao contemporâneo. É premiado pela atuação em Tango, de Slawomir Mrozek, 1972. Co-produz e protagoniza a versão carioca de Missa Leiga, de Chico de Assis, 1973. Destaca-se como um dos intérpretes de A Gaivota, de Anton Tchekhov dirigida por Jorge Lavelli, demonstrando maturidade interpretativa, em 1974. No mesmo ano, parte para outra colaboração com um consagrado diretor franco-argentino: sob a direção de Victor Garcia ensaia a adaptação de Os Autos Sacramentais, de Calderón de la Barca, numa produção de Ruth Escobar, onde, aos 51 anos, aparece pela primeira vez nu em cena; e durante seis meses percorre o mundo, apresentando-se no Irã, em Londres, Lisboa e Veneza, mas não consegue mostrar no Brasil, que vive os anos de censura da ditadura militar.
Em 1975, atua em A Noite dos Campeões, de Jason Miller, encenação de Cecil Thiré. Dirige a atriz Renata Sorrah, em parceria com Walter Scholiers, em Afinal... uma Mulher de Negócios, de Rainer Werner Fassbinder, em 1977. No ano seguinte, associado a Paulo Mamede e Minima Roveda, inaugura o teatro próprio da sua nova companhia, o Teatro dos Quatro, que se transforma numa trincheira de um repertório de alto nível e de produções bem cuidadas. Sergio dirige o espetáculo inaugural do conjunto, Os Veranistas, de Máximo Gorki, 1978; faz o papel-título em Papa Highirte, de Oduvaldo Vianna Filho, tendo como diretor Nelson Xavier, 1979; dirige o polêmico sucesso de Os Órfãos de Jânio, de Millôr Fernandes, 1980; protagoniza Rei Lear, de William Shakespeare, encenação de Celso Nunes, 1983. Em 1985, está em Assim É...(Se Lhe Parece), de Luigi Pirandello, com direção de Paulo Betti; no mesmo ano, atua ao lado de Rubens Corrêa e Ítalo Rossi em Quatro Vezes Beckett, que marca o início da trajetória do diretor Gerald Thomas no Brasil. Trabalha em A Cerimônia do Adeus, texto e direção de Mauro Rasi, 1987, onde faz o papel de Sartre, e, em O Jardim das Cerejeiras, de Anton Tchekhov, 1989, como Gaiev. Fora do Teatro dos Quatro, dividindo o palco com Tônia Carrero, e sob direção de Gerald Thomas, que influencia a fase mais recente do seu trabalho de ator, faz Quartett, de Heiner Müller, 1986.
Paralelamente à carreira teatral, que soma quase 90 espetáculos, Sergio Britto diversifica suas atividades. No início da carreira trabalha em diversas funções no cinema. Na TV, é pioneiro do teleteatro, como um dos fundadores, diretores e principais intérpretes do Grande Teatro, que produz cerca de 450 peças. Participa de novelas, minisséries e especiais. Dirige algumas óperas, inclusive uma polêmica Traviata, 1974. É, também, um dos fundadores da escola de formação CAL - Casa das Artes de Laranjeiras. Em 1989, assume a direção artística do Centro Cultural do Banco do Brasil - CCBB. Na TV Educativa, escreve, dirige e apresenta um programa dedicado ao teatro e à arte de interpretar.
Durante a década de 1990, à frente do Teatro Delfim, realiza, com sucesso, uma série de espetáculos musicais, assinando, em parceria com Clovis Levi, textos em que aborda períodos definidos da história e da música brasileiras, como Ai, Ai, Brasil, montagem em comemoração dos 500 anos do descobrimento, em 2000. No ano anterior, convida a jovem diretora Nehle Franke, conhecida em Salvador pela veemência e pessoalidade de sua linguagem, para dirigi-lo em Poder do Hábito, de Thomas Bernhard.
O crítico Yan Michalski, entusiasta de seu trabalho, assim o define: "Um homem de teatro completo, mas sempre, antes de mais nada, um ator. Ator que na fase inicial da sua carreira teve de lutar muito para convencer o meio do seu talento; que posteriormente, e durante longo tempo, ficou conhecido basicamente como um ator de composição, graças à sua facilidade para esse tipo de trabalho, mas enfrentou a descrença de muitos quanto às possibilidades em outras tarefas interpretativas; que soube afinar pacientemente o seu instrumental, até tornar-se um dos atores brasileiros mais preparados para enfrentar, com elaborada precisão estilística, os mais variados gêneros de atuação. Por outro lado, através de leituras, viagens e incansável contato com documentação em filmes e vídeos, Sergio Britto foi adquirindo uma sofisticada cultura teatral, que norteia há muito o seu seguro e exigente critério de qualidade através do qual ele conduz a sua carreira, e o capacita a abordar cada novo trabalho com aguda compreensão intelectual da sua essência formal e conteudística. E, entre os seus companheiros de geração, ele é um dos que mais generosamente se têm aberto às manifestações inovadoras da criação teatral".

"Vídeo Arte" - Canal Teatro - Sérgio Britto!



"Vídeo Arte" - Jô Soares entrevista Sérgio Britto parte 01!


"Vídeo Arte" - Jô entrevista Sérgio Britto parte 02!

Álbum Alma Espírito!!!
Jeferson em "As Notas", aqui ele não está interpretando sua personagem, está sendo ele mesmo! Dá para perceber... "As Notas" hoje às 20:30 no Lar do Amor Cristão no Sacomã!!!

Lucas (Júlio) e Rachel (Adriana) em cena de "As Notas" apresentação hoje às 20:30 no Lar do Amor Cristão no Sacomã!!! Drama mais uma vez em cena!!!


"Vídeo Arte" Marina - "Três" - Três o quê??? Três pizzas! Três peças de teatro! Três filmes! Três loucos! Três tudo!!! Três? Não é pouco??? Pedido de Bruno.

2 comentários:

Bruno Cavalcanti disse...

Pelo contrário, três é muito. Três é, na verdade, o ideal. Três e sete são os dois números essenciais e ideais.

Sérgio Britto: sem palavras.

Marlene disse...

Três: SIM, NÃO E ...ULAI

Hoje estou a fim de "amolar" meus amigos...

Bom fim de semana!