ALMA CULTURA - TEATRO NOS FESTIVAIS!

Festival de Curitiba

Evento começa sua 19ª edição se consagrando como um dos maiores do país.
A capital paranaense respira teatro. Até o dia 28, sedia a 19ª edição do Festival de Curitiba, que neste ano traz 27 espetáculos nacionais e um estrangeiro na Mostra Contemporânea, 374 peças no democrático Fringe – programação paralela -, além de outras atividades. Há quase 20 anos no calendário cultural brasileiro, o evento é o maior encontro de artes cênicas do país em número de espetáculos.

Serão sete estreias na sessão principal, entre elas “Música para Ninar Dinossauros”, que marca a volta do dramaturgo Mário Bortolotto ao trabalho, após se recuperar dos tiros que levou num assalto em São Paulo. Do Canadá vem “Dulcinea’s Lament”, da artista Dulcinea Langfelder, inspirada na persona Dulcinea del Toboso, a eterna musa de Don Quixote. Uma viagem multimídia através das emoções humanas. “Fiquei impressionado com a interação entre tecnologia e recursos humanos da montagem. Elementos que não se contrapõem, só somam, numa maneira nova de contar uma história e de fazer teatro”, elogia Leandro Knopfholz, diretor-geral do festival.

A montagem exemplifica bem uma tendência que estará em evidência na programação: o uso de ferramentas eletrônicas e virtuais. “Consigo perceber uma ascendência grande em tecnologia no segmento teatral. Muito uso de projeção, imagens e efeitos sonoros diferenciados”, afirma o diretor. “A tendência do teatro brasileiro hoje caminha para isso, um apuro tecnológico de qualidade.”

A Mostra ainda conta com peças consagradas, como é o caso de “Macbeth”, com Renata Sorrah e Daniel Dantas; a adaptação de Maria Adelayde Amaral para “As Meninas”, de Lygia Fagundes Telles; e “Till”, do mineiríssimo Grupo Galpão – uma das atrações de hoje. “Exibimos uma estrutura de produção teatral muito ativa, nas mais diversas vertentes. São companhias teatrais estáveis e artistas conseguindo produzir e se manter”, analisa Knopfholz. “De espetáculos grandiosos a pesquisas, existe hoje uma possibilidade profissional muito profícua no teatro brasileiro”.

O Fringe também chega com vigor com mais de 350 peças, entre elas três internacionais - da Itália, França e Angola. A mostra paralela não tem curadoria e é o setor mais democrático do evento. Qualquer grupo pode participar desde que faça inscrição no período estabelecido pela organização do festival e tenha recursos próprios para ir a Curitiba.

Neste ano, o Fringe conta com a presença de representantes de todas as regiões do país, nos mais diferentes gêneros artísticos: circo, espetáculos de rua, infantis, dramas e comédias, entre outros. Só o estado do Paraná apresentará 226 espetáculos. Serão quase 1.500 apresentações com um total de 190.549 ingressos à disposição do público. A programação será realizada em 59 espaços culturais e locais inusitados como casas, bares e até academias de ginástica.

Entre os eventos paralelos, há espaço para novidades, como é o caso do Guritiba – dedicado às crianças – e o DeRepente, exclusivo para espetáculos de improviso. “Conseguimos reunir uma programação de bastante qualidade para o Guritiba, cuja ideia é ser um espaço de censura livre, para toda família”, explica. “Sentimos a necessidade de criar um espaço ao improviso como o DeRepente, pois é uma arte que vem crescendo muito nos últimos anos”.

Tem também atrações já tradicionais, como o Risorama, com talentos do humor brasileiro. Em sua terceira edição, o Mish Mash mistura malabarismo, pastelão, dança, mágica, improviso e outras peripécias. Para saciar a fome, e agradar ao paladar, o Gastronomix traz para a cena chefs renomados e novos talentos da cozinha brasileira. Em uma espécie de quermesse culinária o público compra pequenas porções a sabores e preços apetitosos.

No futuro, o festival estará para Curitiba assim como o carnaval está para Salvador. Com
milhares de pessoas visitando a cidade não só para pular nos trios elétricos, mas para curtir toda aquela atmosfera carnavalesca que envolve o local. Pelo menos é o que idealiza Knopfholz. “É o momento das pessoas estarem aqui, para que a arte seja celebrada”, torce. “Para ir às ruas, parques, restaurante: quanto mais gente vier para Curitiba, mais teatro e efervescência a gente vai ter”. É até podemos prever que seu sonho se torne real.

Atualmente, o festival oferece cerca de 250 mil ingressos de espetáculos, com expectativa de venda de 80%, além de espetáculos de rua – com 160 apresentações. “Se cada rodinha em torno da sessão em espaço aberto tiver 250 pessoas, são 40 mil somente para este roteiro”. A previsão é de que mais de 200 mil espectadores visitem o festival. “Teatro é feito de gente.”

Fonte: www.agentesevenoteatro.com.br

Os festivais de teatro acontecem pelo país, mas esse com certeza é um dos mais importantes e que em todos esses anos tem tentado mostrar inovações, peças diferenciadas sem esquecer dos clássicos, do tradicional, tudo está em evolução, tudo se mistura hoje em dia, a arte vive uma época de experiências entre o antigo, clássico e moderno, aos poucos parece que uma nova linguagem vem surgindo, mas com certeza haverá as novas tendências e as antigas que viverão em harmonia uma contribuindo para a outra. Um festival contribui para surgir novos talentos, novas oportunidades, novas leituras do mesmo, o teatro é um camaleão que troca de pele, de cor, de sexo, de religião, de objetivo, mas permanece vivo afinal como disse o diretor geral do festival, teatro é feito de gente, de atores ao vivo, a vida está no palco no momento do espetáculo.
Coração, mente, olhos, sangue, vibram ao atuar, o ator deixa todo seu ser transformar-se em outro na frente do público, essa emoção nenhuma outra arte consegue dar, ator e plateia olho no olho, a verdade da peça com todos, tudo em uma grande energia, uma catarse humana sem limites...
O movimento teatral está em ebulição muitas experiências, muitas novidades e tentativas de renovar acontecem. Há equilíbrio nisto tudo que ao mesmo tempo em que se discutem novas tendências, muitos ainda apostam no bom e velho teatro com seus dramas, suas comédias, suas histórias, reinvenção em todas as épocas, a força do teatro nunca acaba, pelo contrário ela se torna cada vez mais a chama real da vida, do palco, da arte!



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