quarta-feira, 31 de março de 2010

ESPÍRITO DA ALMA - COMOÇÃO!!!

Ele vinha pela rua tranquilo quando depara bem perto da esquina com uma multidão gritando. Ele para olha e vai até onde toda aquela gente estava com curiosidade para saber o que havia ou o que estava acontecendo. Por haver muita gente não conseguia ver, mas quando todos começaram a gritar “mata, mata” ele sem saber bem o porquê começou a gritar também: “Mata, Mata”! A multidão parou e ele parou também.
Todos começaram a correr para frente ele foi junto mesmo sem saber qual motivo. De repente todos estavam agitados, uns pulavam, outros davam soco no ar, ele acompanhou os movimentos imitando cada um, de longe podia-se dizer que era uma quase dança os movimentos de todos.
Logo em seguida todos ficaram quietos olhavam fixos para um ponto onde nossa personagem não conseguia alcançar com os olhos, mas ele também olha e fica a espera, de repente o silêncio é quebrado e todos gritam: “isso aí acaba...” ele grita junto porque nesse momento estava envolvido pela vibração, pela expectativa do acontecimento sem saber ainda o que realmente acontecia.
Poderia ser uma briga? Uma luta? Um roubo? Um linchamento? Uma brincadeira? Não importa ele estava já tomado pelas emoções do povo e a cada movimento ou grito ele estava na sincronia com todos, a energia da força do povo o contagiava, e aos poucos ele notava que mais pessoas se juntavam aquela misteriosa multidão e todos passavam a acompanhar os movimentos ou gritos de guerra...
Sentia-se no ar um vestígio de vingança, de justiça... Mas justiça por que? Para que? Por quem?
Talvez alguém soubesse, mas a grande maioria como nossa personagem nem sabia bem o que estava fazendo ali, e porquê.
Isso talvez reflita o vazio das pessoas, o não ter objetivos concretos e viver a vida do outro, ou ainda ser aquele que gosta de provocar a comoção, a revolta, fazer a justiça pelas próprias mãos. Talvez fosse uma comemoração, uma festa, uma confraternização...
Mas ele continuava no meio da multidão, esqueceu de sua vida, do que precisava fazer, o porquê de estar na rua, por momentos esquecia da vida para só gritar palavras de ordens, fazer gestos, sentir raiva, ódio, alegria, excitação... Afinal o que leva tantas pessoas a se agitarem por causas que nem são do real interesse delas?
Assim como se iniciou toda aquela agitação, ela terminou, houve a dispersão de todos, cada um seguiu seu caminho satisfeitos com o acontecido, aborrecidos por não terem conseguido seu intento, outros saem como entraram neutros, voltam para suas vidas rotineiras onde nada acontece segundo eles.
Ele olha em volta se vê sozinho, um vento leve bate em seu rosto, ele olha na direção de onde algo poderia estar acontecendo e nada vê, ele fica assustado e começa a questionar: “Por que parei aqui?” “Por que gritei, gesticulei?”, “Não entendo”, ...
Ele volta a fazer seu caminho pensativo no ocorrido... E pensa: “Como me deixei levar tão facilmente?” “Que sensações vieram à tona?” “Medo, raiva, ódio, excitamento, loucura, revolta...”
Ele balança a cabeça atônito com suas próprias atitudes. Segue seu caminho até a padaria compra alguns pães e leite e volta pelo caminho já feito ainda assustado consigo mesmo... Passa pelo local da comoção olha para o vazio seus olhos procuram algo, nada encontra, volta a sua vida e segue...

“Espírito da Alma” é a coluna de toda quarta na qual poderemos publicar contos, minipeças, literatura, poesias, textos enfim, se quiserem enviar um texto mandem para nosso e-mail, analisaremos e se aprovado publicaremos em nosso blog.
teatromonteirolobato@globo.com

Som e Fúria na criação!!!

Álbum Alma Espírito!!!


Karin (Patrícia), Isa (Fabiana) e Isabela (Luciana) em momento que Isa está entrando de vez em sua loucura!!! Todas na verdade são birutas...


"Vídeo Arte" - "Glee" - "True Colors" - Cores Verdadeiras - Qual é ou são nossas verdadeiras cores? Sabemos? Ou ainda nos escondemos de nós mesmos? Sejamos coloridos para a vida!!!

2 comentários:

Bruno Cavalcanti disse...

Em primeiro lugar: "True Colors" é uma das minhas músicas favoritas. Linda, linda, linda, e cantada com aquela singularidade da Cyndi é simplesmente inclassificável.

Dois: Eu fiquei super curioso para saber o que acontecia nessa bendita história e eis que, surpresa, ninguém sabe de nada!
São aqueles típicos textos que te prendem até o fim e te matam de raiva pela conclusão final extremamente filosófica, mas praticamente sem ação... um tipo de novela do Manoel Carlos.

Três: Agora a parte filosófica... vamos lá! O impulso nos leva a fazer as melhores e as piores coisas das nossas vidas. Casamentos, namoros, jogos, invenções, as melhores idéias, e as piores também... Cometemos erros que parecem ser incorrigíveis, tentamos corrigir erros que parecem impossíveis de lidar... às vezes nos damos bem, outras vezes nos fudemos de verde e amarelo. Mas acredito que o impulso é neutro. Não há como culpá-lo pelos erros ou gratificá-lo pelos acertos... o impulso é nosso, então é nosso corpo, nossa mente, tudo em comunhão e em perfeito estado de lucidez (mesmo que, às vezes, pareça o contrário). Todos sabemos o que fazemos, a diferença é que escolhemos querer ou não controlar nossas ações que chamamos de impulsos. Nós sabemos o que estamos fazendo, talvez às vezes não saibamos o PORQUE, mas isso é coisa da nossa própria mente, é algo íntimo, pessoal...

Alguém mais acredita que o impulso é o culpado? Eu já deixei de acreditar faz tempo, tempo, tempo, tempo...

Jeferson disse...

Hj é dia do Espiritismoi, hj é a data da Morte de Allan Kardec