quarta-feira, 30 de junho de 2010

ESPÍRITO DA ALMA - A COPA - CENA 04

CENA 04 (Atônitos com o berro vindo da cozinha, Ricardo e Fátima não se mexem. Silvia grita ao reconhecer a voz de Adalberto. Na coxia ouve-se as gargalhadas.)

Silvia – Adalberto?
Ricardo – É pode ser, quero dizer é, talvez...
Fátima – Será que tá tudo bem com ele? Só ri...
Silvia – Ele estava então todo tempo aqui?
Ricardo – Olha Silvia foi uma surpresa...
Fátima – É a gente não sabia o que fazer. Ai joguei água nele, não viveu, trocamos de roupa e quando enfiei um monte de pipoca na boca dele...
Silvia – Você realizou meu sonho com as pipocas...
Ricardo – Ele acordou com as pipocas, mas logo em seguida...
Fátima – Desfaleceu, aí você chegou, ficamos apavorados e colocamos ele de volta na mesa da cozinha. (Adalberto da coxia assopra a corneta. Eles se assustam.)
Silvia – Pelo jeito ele acordou totalmente.
Ricardo – Mas agora está tudo bem...
Silvia (Olha para os dois.) – Como tudo bem??? O que meu marido veio fazer aqui durante a noite?
Fátima – Ué ele não é sonâmbulo? Veio andando ou tomou o elevador, é um sonâmbulo moderno.
Silvia – Tem certeza que sua esposa não tem um caso com meu marido???
Fátima (Irritada.) – Que é isso, claro que não e eu quero ter algo com um sonâmbulo??
Ricardo – Pra falar a verdade pensei nisso, mas ela me jurou que não.
Silvia – Sei, e você ingênuo acreditou?
Fátima – Olha aqui sua viúva sem ser. Eu não sou dessas não. Eu sei dá valor ao meu marido... (Eles são interrompidos com a entrada de Adalberto na sala assoprando sua corneta e gritando.)
Adalberto – Já ganhou, já ganhou... (Olha todos espantado. Olha para sua roupa. Ele vai desmaiar quando Fátima o interrompe.)
Fátima – Ah não chega dessas crises de morte, acaba com esse faniquito, vai seja homem pelo menos uma vez, assim até o público cansa.
Adalberto (Se recompõe.) – Nossa você acaba com qualquer personagem...
Silvia (Puxa Adalberto para a cena de boca.) – Quero uma explicação de como veio parar aqui nesse apartamento com essa sua companheira de futebol.
Adalberto – Só pode ter sido mais uma crise de sonambulismo. Depois de catalepsia...
Silvia – Essas suas crises já estão no meu limite. Toda hora, toda hora e cada vez te encontro em um apartamento diferente.
Adalberto (Olha para Ricardo e Fátima. Dá um aceno, um sorriso.) – Querida disfarça, sabe que minhas crises têm um motivo.
Silvia – Eu não quero ser cúmplice de nada você sabe disso.
Adalberto – Esta é a última vez depois a gente conversa. (Eles voltam a se reunir com Ricardo e Fátima.)
Ricardo – Então tudo bem???
Fátima – Olha pode ficar a vontade.
Adalberto (Grita. ) – O jogo!!!
Fátima – Nossa esquecemos, mas ainda dá tempo tá um a zero!!! (Os dois sentam. Ricardo e Silvia apenas observam.)
Silvia – Adalberto vamos ver o jogo em casa.
Adalberto – Vamos ficar tá quase no fim.
Ricardo (Olha para Silvia.) – Agora ninguém consegue falar com esses dois!
Silvia – Ah as pipocas poderiam ter funcionado...
Adalberto – Tô livre das pipocas engoli e sobrevivi.(Ele assopra a corneta. Fátima grita.)
Ricardo – Meu Deus essa copa tem que acabar logo!!!
Silvia – Eles se merecem...
Ricardo – Será? Quem merece quem?
Fátima – Tá vendo como é perneta, tem tanto jogador bom e esse técnico coloca essas galinhas secas pra jogar.
Adalberto – Tudo conchavo, panelinha...
Silvia – Panelinha vou acertar ele sabe bem aonde.
Ricardo – Cuidado pode ficar sem seu marido, uma panelinha pode deflagrar uma crise de morte.
Silvia – Não se preocupe essas crises acontecem por um objetivo concreto.
Ricardo (Curioso.) – Ah é? Que objetivo? Então é uma farsa??? O que tem por trás disso?
Fátima – Farsa? Você falou farsa Ricardo?
Adalberto – Farsa? Que farsa?
Silvia – Apenas uma conversa de panelinha.
Fátima (Levanta.) – Não gostei não.
Adalberto (Levanta.) – Eu também não vocês ai juntos com tititi...
Ricardo – Apenas Silvia me falou que suas crises parecem ter momento certo para acontecer.
Adalberto – Silvia não gosta mais de mim e inventa essas coisas.
Silvia – Eu invento... Posso falar tudo... (Adalberto agarra Silvia pelo braço.)
Adalberto – Cala tua boca.
Ricardo – O que tá acontecendo aqui?
Fátima – Barraco aqui só eu e o Ricardo se querem fazer barraco vão para o apartamento de vocês. Vizinhos, vizinhos, barraco a parte!
Adalberto – Fátima você sabe o que eu faço...
Ricardo e Silvia – Sabe?
Fátima – Eu sei, não eu não sei nada...
Adalberto – Agora são todos inocentes.
Ricardo – Eu sabia que havia algo mais entre vocês, suas panelinhas!
Fátima (Quase agarrando Ricardo.) - Juro que não há nada, só queria...
Silvia – Queria o quê? Desfazer minha panelinha com Adalberto? Então conseguiu. (Ela começa a chorar.)
Adalberto – Chega Silvia essas lágrimas de pardal não resolvem nada.
Silvia – Deixa eu com minhas lágrimas, sabia que não ia dar certo e são lágrimas de crocodilo!
Ricardo – E pouco importam de quem sejam as lágrimas, existe uma farsa aqui e quero saber o que é!
Fátima – Antes de batermos a roupa suja vou pegar as pipocas na cozinha. (Ela sai de cena.)
Ricardo – Só essa agora comer pipoca para resolver os problemas.
Adalberto – Que problemas? Não temos problemas. (Fátima coloca a cabeça para fora da coxia para ouvir eles não percebem.)
Silvia – Vestida de Pipoca, um bom nome para uma peça de teatro.
Fátima (Da coxia.) – Disfarçam bem para eu não saber nada... (Eles se assustam.)
Ricardo – Vai pegar essas benditas pipocas!!!
Fátima – Não sou boba. Fiquei aqui para ver o que tramam.
Adalberto – Tramamos nossa saída dessa loucura.
Silvia – Loucura. Quem é louco? Ela que vai pegar pipoca parece doida.
Fátima – Doida você vai ver. Me aguarde. Agora vou pegar a pipoca. (Ela sai de cena. Os três ficam a se olhar. De repente um grito da coxia.)
Fátima (Na coxia.) – Ahhhhhhhhh, morto, morto... (Ela volta correndo com uma bacia de pipoca, comendo desesperada.)
Ricardo – O que você viu?
Silvia – Adalberto o que você fez na cozinha?
Adalberto – Nada, nada que mate, espero...
Fátima (Para, olha para Adalberto com olhos arregalados.) – Ele está morto sobre a mesa da cozinha nu... (Todos olham para ele que se afasta em posição de defesa.)
(Na próxima semana a última cena.)


"Vídeo Arte" - O Julgamento de Joana D´Arc - Criação e improvisação dos atores. Um teleteatro ao vivo onde os atores fazem de um drama uma verdadeira comédia! A fogueira vira um saco de gargalhadas! E o comercial um efeito super especial!!!

"Vídeo Arte" - Deniece Williams - "Let´s Hear It For The Boy" - Vamos ouvir isto pelo garoto - Ouvimos o que precisamos? Ou aquilo que nos convém? Ouvimos para ajudar ou fazer fofoca, como estamos usando nossos ouvidos!

3 comentários:

Jeferson disse...

Coitada da Joana D'Arc,rssss
Essa ai esta alegre mesmo queimando,rsss

victor disse...

Parabens pelos 4 anos de muitas lutas e vitorias..a todos que fazem ou ja fizeram prate desse grupo de atores e acima de tudo amigos...estou chegando agora mas ja me sinto como estivessemos juntos a muito tempo..abços a todos e muita luta...

Unknown disse...

É muito bom poder compartilhar com vocês momentos de alegria, de luz, de esforços, de superação, de lágrimas - já que choro em todas as peças que assisto, enfim, de poder fazer parte dessa família. Vocês viveram comigo a parte mais difícil da minha vida até agora e são responsáveis, juntamente com outros Amigos, pelo meu equilíbrio, pelo meu refazimento e pela minha alegria. Que a Cia. de Artes Alma Espírito tenha sempre muita Luz e que siga levando ao público mensagens de força, de equilíbrio e acima de tudo de muita alegria.PARABÉNS!!! Muitos Beijos!!!